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ANÁLISE DA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE ÁLCOOL NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE

Por:   •  16/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.921 Palavras (16 Páginas)  •  247 Visualizações

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ANÁLISE DA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE ÁLCOOL NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE

George Gonçalves dos Passos

Engenharia de Produção Mecânica

1. Introdução

Quando levantamos a importância do conhecimento da realidade, damos especial atenção a um assunto polêmico muito discutido atualmente que é a preservação ambiental e o modelo de sustentabilidade. Diante de inúmeros problemas como enchentes, terremotos, ciclones e tornados, entre outros, o tema da preservação ambiental sustentável vem sendo mais pensado e discutido.  

Dias (2004) afirma que o papel da educação ambiental voltada para a sustentabilidade no contexto em que vivemos torna-se urgente. Afinal, o comportamento agressivo do homem à natureza vem se intensificando cada vez mais e se aproximando de um ponto irreversível, pondo em risco a própria sobrevivência humana. A partir de então, a conscientização ecológica vem tomando corpo, se difundindo e se diversificando com muita rapidez. Atualmente não se pode negar a importância das questões ambientais nas mais diferentes esferas da sociedade como agricultura, saneamento, urbanismo, educação, economia e política (FRACALANZA, 1992). Partindo deste ponto, temos que as questões ambientais voltada a sustentabilidade requerem mais do que conhecimentos sistemáticos sobre condições ambientais favoráveis, elas requerem subjetividade, requerem reconhecimento sobre necessidades individuais e coletivas, requerem participação e comprometimento com a luta social e emancipatória por um ambiente saudável (JANKE, 2005)

O comportamento agressivo do homem à natureza vem se intensificando cada vez mais e se aproximando de um ponto irreversível, pondo em risco a própria sobrevivência humana. A partir de então, a atitudes sustentáveis vem tomando corpo, se difundindo e se diversificando com muita rapidez. Atualmente não se pode negar a importância das questões ambientais nas mais diferentes esferas da sociedade como agricultura, saneamento, urbanismo, educação, economia e política (FRACALANZA, 1992).

Segundo Furuta (1997), as questões ambientais, como foco no modelo sustentável, deve permear todas as disciplinas do currículo escolar, visando à construção de um  novo paradigma que contemple as aspirações populares de melhor qualidade de vida sócioeconômica e um mundo ambientalmente sadio. Acreditamos que esta também deve ser uma realidade para o ensino superior e em disciplinas das mais diversas áreas de formação tal como o curso de Engenharia de Produção Mecânica.

Com base no que foi exposto, analisaremos a produção do álcool brasileiro em base no modelo sustentável e, portanto, trataremos com mais detalhes de três assuntos relacionados a esse tema: o que é sustentabilidade; a produção do etanol propriamente dita; e o conceito de energia limpa. Pretendemos reunir conhecimentos que suportem análises interdisciplinares e a compreensão do contexto em que se insere a cana-de-açúcar como fonte de energia sustentável.


2. A Sustentabilidade

Antes de qualquer ponto primeira pergunta que nos devemos fazer é: O que é Sustentabilidade? Segundo Herculano (1992):

Sustentabilidade é um termo do vocabulário ecológico e diz respeito à tendência dos ecossistemas à estabilidade, ao equilíbrio dinâmico, a funcionarem na base da interdependência e da complementaridade, reciclando matérias e energias, os dejetos de uma forma viva sendo o alimento de outra; os ecossistemas são tanto mais estáveis quanto mais complexos e diversos, e sua permanência é função deste equilíbrio dinâmico. Sustentabilidade nos remete às noções de estabilidade e de ciclos (HERCULANO, 1992, p.25).

        Observemos que sustentabilidade tem a ver com estabilidade e equilíbrio. As ações subjacentes aqui são suportar, aguentar, resistir, conservar, manter, proteger. Sustentabilidade, então, é um conceito ecológico que, quando articulado à sociedade exige a definição dos seus conflitantes interesses. Estabilidade e equilíbrio de quê? Não podemos acreditar na ideia de que a estabilidade e equilíbrio econômico, segundo o interesse do capitalismo industrial, é a mesma ideia de estabilidade e equilíbrio social que trata o setor mais crítico do pensamento ambientalista. Em síntese, a divergência de fundo entre essas posições são: sustentabilidade neste modelo de desenvolvimento que, em sua essência é predatório, ou, ao contrário, construção de outro modelo de desenvolvimento que seja, em sua essência, sustentável?

        Acreditamos que o rumo para a produção brasileira do álcool deverá estar na ótica da segunda abordagem.


3. A Produção do álcool

Hoje em dia, a colheita da cana-de-açúcar é feita, na maioria das vezes, após as queimadas. A queima facilita o corte manual e a extração da palha da planta, não prejudicando o interior do colmo. Porém, as queimadas intensificam a liberação de gás carbônico na atmosfera, e, por conseguinte, o efeito estufa. Para evitar essa problemática no Estado de São Paulo a lei Nº 11.241, de 19 de setembro de 2002, foi promulgada e dispõe sobre o uso do fogo até 2021 deverá ser totalmente abolido em áreas mecanizáveis, ou seja, terrenos acima de 150 ha, com declividade igual ou inferior a 12%, com estruturas de solo propícias às técnicas usuais de mecanização da atividade de corte de cana. Áreas que não se enquadram nesse padrão poderão ter a cana queimada até 2031 (SÃO PAULO, 2008).

Após a colheita, a cana é levada, via de regra, por treminhões até a usina. Estes veículos  devem ser pesados antes e após o descarregamento, para proceder-se ao controle do rendimento industrial, a partir do peso real da cana-de-açúcar coletada. Após a pesagem, amostras de cana são selecionadas aleatoriamente para determinação, em laboratório, do teor de sacarose daquele lote.

Na usina, a cana é colocada em mesas alimentadoras, para ser processada. Inicialmente será lavada em esteiras, procedendo-se à retirada de materiais estranhos, a fim de obter-se um caldo de melhor qualidade e um menor desgaste dos equipamentos. Depois disso passa pelo picador, equipamento composto por um jogo de facas e responsável por aumentar a sua densidade e, consequentemente, a capacidade de moagem. Feito isso, um desfibrador ajudará  a aumentar a liberação de caldo, devido ao rompimento das células do colmo.

Após esse preparo, um espalhador uniformiza, na esteira, a quantidade que passará pelo processo de moagem, processo este que maximizará a extração de caldo, quando a cana passar entre os dois rolos da moenda, que é constituída por três ternos. No primeiro, o caldo de cana extraído não é diluído em água, enquanto o dos outros dois passa por um processo chamado embebição, que aumentar a extração de sacarose. Desta forma, o caldo extraído do primeiro terno é chamado de caldo rico, e nos dois últimos de caldo pobre por estar diluído em água. Ambos serão peneirados, para a retirada do bagaço. Esse material, retido na peneira do primeiro terno, volta para uma segunda moagem, até que ocorra máxima extração.

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