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Aproveitamento De Subprodutos Do Tratamento De Esgotos

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Por:   •  23/9/2014  •  1.891 Palavras (8 Páginas)  •  769 Visualizações

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1. Introdução

Atualmente há um grande consumo de água e, por conseqüência, há a criação de uma grande quantidade de efluentes líquidos que, na maioria das vezes, são lançados nos mananciais sem tratamento. Desta totalidade há uma fração que é tratada, gerando o lodo e água de qualidade que poderia ser retornada ao manancial.

Os efluentes passam por cinco etapas de tratamento:

- Tratamento preliminar: Nesta etapa, é feita a remoção dos materiais em suspensão, através da utilização de grelhas e de crivos grossos (gradeamento), e a separação da água residual das areias a partir da utilização de canais de areia (desarenação).

- Tratamento primário: O tratamento primário é constituído unicamente por processos físico-químicos. Nesta etapa procede-se a equalização e neutralização da carga do efluente a partir de um tanque de equalização e adição de produtos químicos. Seguidamente, ocorre a separação de partículas líquidas ou sólidas através de processos de floculação e sedimentação, utilizando floculadores e decantador primário.

- Tratamento secundário: Etapa na qual ocorre a remoção da matéria orgânica, por meio de reações bioquímicas. Os processos podem ser Aeróbicos ou Anaeróbicos.

Os processos Aeróbios simulam o processo natural de decomposição, com eficiência no tratamento de partículas finas em suspensão. Já os Anaeróbios consistem na estabilização de resíduos feita pela ação de microorganismos, na ausência de ar ou oxigênio elementar.

- Tratamento do lodo: Etapa em que acontece a redução do volume do lodo. Como o lodo contém uma quantidade muito grande de água, deve-se realizar a redução do seu volume.

- Tratamento terciário: O tratamento terciário pode ser empregado com a finalidade de se conseguir remoções adicionais de poluentes em águas residuárias.

Pensando nisso, se propõe atualmente meios de reutilização deste efluente tratado, como na indústria e na agricultura, que atualmente é responsável por 70% do gasto com água do país.

2. A água residuária na agricultura

O consumo de água na agricultura é grande em relação a vários tipos de utilização, podendo afetar a disponibilidade deste recurso para a população urbana se não for bem administrado. No Brasil, a agricultura consome cerca de 60% (v/v) da água doce total [1]. Por isso, é necessário o desenvolvimento de técnicas para a reutilização dos recursos hídricos. Dentre as alternativas encontradas em países onde a disponibilidade da água é ainda mais restrita que no Brasil, está o emprego do efluente de esgoto tratado (EET).

O EET é um dos subprodutos obtidos a partir do tratamento de esgoto mediante o emprego de lagoas de estabilização. É um tipo de água residuária amplamente utilizado nas cidades de pequeno a médio porte, principalmente, no interior do Estado de São Paulo/Brasil. Essa água residuária é diferente da convencionalmente empregada na irrigação por apresentar concentrações variáveis de compostos como, matéria orgânica, nutrientes (principalmente nitrogênio), sais (incluindo sais de sódio), demanda química de oxigênio, demanda bioquímica de oxigênio e patógenos, dependendo da natureza do esgoto bruto e do tipo de tratamento empregado [2].

A irrigação dos solos com EET, desde que realizada de forma controlada, é altamente atrativa, pois possibilita a reciclagem da matéria orgânica e nutriente dos efluentes, além de proporcionar economia de fertilizantes; a liberação de outras fontes de água para o consumo humano; a resolução de problemas advindos das descargas desses efluentes nas águas de superfície ou subterrânea e melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo devido à adição de nutrientes a matéria orgânica [2].

O emprego de esgoto tratado na irrigação não é novidade, já é utilizado há muito tempo. As chamadas fazendas de água de esgoto, da Austrália, Alemanha e França já utilizam há mais de um século. Em outros países, como Israel, Estados Unidos, Arábia Saudita, Chile e México, a introdução do sistema é mais recente, mas já há produtos agrícolas comercializados que tiveram esse tipo de irrigação. No Brasil o assunto começou a ser estudado com mais profundidade há cerca de 10 anos. Ainda não existe uma legislação federal específica sobre o tema. Em 2005 uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) definiu as diretrizes gerais do uso de esgoto tratado em cinco diferentes modalidades: irrigação agrícola e florestal, uso urbano, uso industrial, recuperação de áreas degradadas e aqüicultura. Mas para cada uma das práticas, é necessária uma resolução específica que, entre outros aspectos, regulamente a qualidade do efluente.

As águas residuárias tratadas e destinadas ao reuso agrícola devem ser avaliadas sob vários aspectos. São eles: sodicidade, salinidade, excesso de nutrientes e, sobretudo, sob os aspectos sanitários, como bactérias, cistos de protozoários e vírus que criam graves problemas de saúde pública, uma vez que acarretam enfermidades (Metcalf & Eddy, 2003).

Larissa Macedo dos Santos1, 2, Marcelo Luiz Simões1, Wilson Tadeu Lopes da Silva1, Débora Marcondes Bastos Pereira Milori1, Célia Regina Montes3, Adolpho Jose Melfi4,Ladislau Martin-Neto1

1Embrapa Instrumentação Agropecuária; 2Universidade de São Paulo, Instituto de Química de São Carlos; 3Universidade de São Paulo, Centro de Energia Nuclear na Agricultura; 4Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.

2.1 Os benefícios da utilização de efluentes tratados

São vários os benefícios da água de reuso proveniente de tratamento de esgotos na agricultura, podendo-se mencionar a possibilidade de substituição parcial de fertilizantes químicos, com a diminuição do impacto ambiental, em função da redução da contaminação dos cursos d´água; um significativo aumento na produção, tanto qualitativo, quanto quantitativo; além da economia da quantidade de água doce provinda de mananciais direcionada para a irrigação, que pode ser utilizada para fins mais nobres, como o abastecimento público.

Existem diversos fatores que motivam o reuso da água de acordo com Mierwa; Hespanhol (2005 p.110) podemos citar:

• A redução da poluição dos cursos d’água;

• A disponibilidade de efluentes tratados com elevado grau de qualidade;

• A promoção, em longo prazo, de uma fonte confiável de

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