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As Misturas Asfálticas Recicladas

Por:   •  22/2/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.361 Palavras (10 Páginas)  •  96 Visualizações

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Nome: Giuli Aparecida Padilha

SEMINÁRIO 2 – MISTURAS ASFÁLTICAS RECICLADAS

  1. INTRODUÇÃO

 Segundo a 23ª edição da Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, realizada em 2019, 59% da extensão da malha rodoviária do país apresenta problemas de pavimento, geometria e infraestrutura. Além desse número bastante alarmante, a pesquisa também apontou que nos trechos de rodovia avaliados foram encontrados 797 pontos críticos, identificando 130 casos de erosão na pista e mais de 630 ocorrências de buracos grandes.

Considerando os dados obtidos na pesquisa, é importante ressaltar a peculiaridade da estrutura de um pavimento. De acordo com Centofante (2018), quando comparado a outros tipos de estrutura, percebe-se que a vida útil de um pavimento asfáltico é bem menor, logo, a aplicação de técnicas de manutenção frequentemente é bastante comum. A junção da ação climática e do tráfego e das tensões e deformações que atuam na estrutura causam degradação no pavimento, como, por exemplo, o trincamento por fadiga. O dimensionamento do pavimento também influencia em como será seu comportamento já que a rigidez e a espessura das camadas determinam como os esforços vão se distribuir e interferir na vida útil do pavimento como um todo.

Considerando esse processo de deterioração contínua, diversas técnicas foram criadas para restaurar a capacidade de carga de um pavimento, entre elas, a reciclagem de pavimento que além de economicamente viável também é uma alternativa sustentável, já que ocorre através da colocação de espessuras adicionais utilizando o corte do revestimento deteriorado existente. (CENTOFANTE, 2018).

  1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICO DE MISTURAS RECICLADAS

Em 1915, técnicas de reciclagem foram utilizadas nos Estados Unidos até meados dos anos 30 devido à escassez da oferta de petróleo e, por consequência, de material asfáltico, mas nos anos posteriores a técnica foi perdendo espaço já que o acesso ao petróleo se tornou bem maior. (CASTRO, 2003; KANDHAL; MALLICK, 1997 apud DAVID, 2006). Anos depois, em 1970, de acordo com Bonfim (2000) apud David (2006), a crise do petróleo fez com que diversos estudiosos buscassem alternativas e o reaproveitamento de material deteriorado foi fomentado. No Brasil, a técnica foi implementada, ainda bastante simplória, em 1960 e, a partir de então, foi realizada em rodovias e diversos trechos do país foram utilizados como experimento para variantes da própria técnica de reciclagem. (DAVID, 2006).

Sabe-se que na década de 90, a reciclagem de pavimentos se tornou ainda mais conhecida devido à preocupação ambiental que emergiu, já que procurava-se atender aos aspectos ambientais sem deixar de lado a questão econômica envolvida. (CUNHA, 2010).

  1. PRINCIPAIS CONCEITOS

A mistura asfáltica reciclada consiste basicamente em reutilizar os agregados e ligantes remanescentes do processo de fresagem do pavimento deteriorado unindo a agentes rejuvenescedores que geralmente são espuma de asfalto, CAP ou EAP novos ou a adição de agentes hidráulicos. (BERNUCCI ET AL, 2008).

Ainda, segundo os autores, é importante compreender como ocorre a fresagam do pavimento que se resume a uma operação de corte do pavimento por completo ou parcialmente com o auxílio de máquinas especiais, esse corte pode ocorrer apenas na camada de revestimento ou abrangendo outra camada visando restauração da capacidade de suporte também. Comumente são utilizadas fresadoras equipadas com pontas cortantes pela presença de diamantes e um compartimento para coleta do material retirado, mas existem diversos equipamentos que realizam o procedimento. Nas Figuras 1 e 2 abaixo é possível observar como é o funcionamento da fresadora e qual o resultado final após a fresagem.

Figura 1 – Processo de fresagem

[pic 1]

FONTE: Bernucci et al (2008)

Figura 2 – Pista após fresagem

[pic 2]
   FONTE: Bernucci et al (2008)

Segundo Teixeira (2006) apud Cunha (2010), o processo da reciclagem pode ser dividido em três grandes fases, sendo elas: verificação das características do pavimento para compreender a necessidade da reciclagem, o estudo dos materiais e da composição betuminosa utilizada e o projeto do pavimento e a realização da reciclagem em si.

Costa-Baptista (2006) apud Cunha (2010) representa por meio de uma expressão a relação entre o material fresado que será adicionado na nova mistura chamada de taxa de reciclagem (TR) que basicamente é a divisão entre o total do material fresado e o total da mistura reciclada em formato de percentagem, como apresentado na expressão abaixo.

[pic 3]

Essa mesma relação pode ser aplicada particularmente para identificar a taxa de reciclagem de agregados e de material betuminoso, basta utilizar as massas separadamente.

  1. PRODUÇÃO DE MISTURAS RECICLADAS

Segundo Bernucci et al (2008), os agregados da mistura envelhecida mantem suas características físicas e resistência mecânica, mas o mesmo não se aplica aos ligantes que acaba se tornando menos viscoso e então a utilização de agentes de reciclagem auxiliam na viscosidade.  O processo de reciclagem pode ocorrer em dois formatos: a quente ou a frio, sendo que a quente se utiliza CAP, agente rejuvenescedor e agregados fresados aquecidos e a frio utiliza-se EAP, agente rejuvenescedor emulsionado e agregados fresados a temperatura ambiente.

Além da classificação quanto à temperatura do processo, Cunha (2010) também explica sobre o local onde pode ser realizada a reciclagem, podendo ser in situ ou em centrais contínuas ou descontínuas. A primeira se trata de realizar a fresagem e no mesmo local realizar a mistura do pavimento antigo com outros ligantes e então já poder realizar a compactação, é uma técnica bastante comum, pois evita o transporte do material para outra região, diminui tempo de execução e é mais econômico já que exige menos aparelhos especiais. Entretanto, a reciclagem em situ é bastante afetada por condições meteorológicas e condições de trabalho e a heterogeneidade das camadas se torna um desafio.

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