Estrutura de Madeira

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da civilização é nítido e não contestado, esse desenvolvimento traz consigo o crescimento populacional e consequentemente o aumento dos grandes centros, essa evidência acaba elevando os custos financeiros e provocando um acréscimo nos terrenos existentes tornando a construção de uma edificação térrea impraticável, e a necessidade de construir edificações verticais torna-se cada vez mais lucrativas, porem sempre que é projetado uma estrutura, levamos em consideração nos cálculos as maiores cargas que são as verticais, como por exemplo a de peso próprio da estrutura e cargas acidentais como os objetos, móveis e pessoas, porem em edificações altas ou construídas com elementos estruturais esbeltos as cargas laterais como as dos ventos ou outras cargas eventuais tornam-se consideráveis e devem ser previstos meios para resistir a estes esforços.

O contraventamento é um desses meios, uma solução estrutural que permite às edificações resistirem a estes esforços horizontais. É um sistema que liga os elementos principais de uma estrutura para aumentar a rigidez da construção. Simplificando é um sistema de proteção de edificações contra possíveis cargas horizontais como a do vento por exemplo. Os contraventamentos são necessários, segundo CALIL JÚNIOR (1995), para resistir às forças laterais e para manter as estruturas principais alinhadas e a prumo.

A madeira não é comumente utilizada em edificações com vários pavimentos, porém muito bem vista em residências, galpões e barracões, além da madeira possuir diversas propriedades que a tornam muito atraente frente a outros materiais. Dentre essas, são comumente citados o consumo de energia para seu processamento, a alta resistência específica, as boas características de isolamento térmico e elétrico, além de ser um material muito fácil de ser trabalhado manualmente ou por máquinas. Nessas edificações e em outras é comum o uso de técnicas de contraventamento.

CONTRAVENTAMENTO

O Contraventamento diferencia-se por vários tipos, tem como base as diferentes formas de comportamento das estruturas quando são submetidas a cargas laterais, que em norma, existe um consenso, com alguma tolerância, limitando o deslocamento máximo entre a base e o topo do edifício em 1/300 a 1/500 da sua altura total.

A NBR 7190 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1997b, p. 26) determina que:

“As estruturas formadas por um sistema principal de elementos estruturais, dispostos com sua maior rigidez em planos paralelos entre si, devem ser contraventados por outros elementos estruturais, dispostos com sua maior rigidez em planos ortogonais aos primeiros, de modo a impedir deslocamentos transversais excessivos do sistema principal e garantir a estabilidade global do conjunto.”

Um edifício é um sistema tridimensional, que se forma pela junção de elementos estruturais lineares e laminares, dispostos, em geral, em planos horizontais e em planos verticais. O contraventamento é uma estrutura auxiliar organizada para resistir a solicitações inesperadas que podem surgir nos edifícios. A sua principal função é aumentar a rigidez da construção, permitindo-a resistir às ações horizontais, sendo os grandes responsáveis pela segurança das estruturas tridimensionais de edifícios mais esbeltos. Contudo, mesmo em edifícios de baixo porte estes sistemas podem ser ainda mais importantes. Resumidamente, os contraventamentos têm o objetivo de limitar os deslocamentos das estruturas, e restringir ou inibir o aparecimento de efeitos de 2.ª ordem, de absorver forças inesperadas, como o vento para as quais a estrutura principal não está habilitada, ou outras forças como o travamento lateral de peças comprimidas. Portanto, a função dos contraventamentos atua tanto na mobilidade da estrutura como na sua resistência.