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Estudo comparativo entre sistemas construtivos sustentáveis utilizados na construção civil

Por:   •  25/1/2019  •  Artigo  •  7.211 Palavras (29 Páginas)  •  305 Visualizações

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Estudo comparativo entre sistemas construtivos sustentáveis utilizados na construção civil

André Luiz Fontes Dias¹

Camila Machado Arantes²

Elaine Costa Almeida Barbosa³

RESUMO

O conceito sustentabilidade muito utilizado nos dias atuais, define atitudes e atividades que visam suprir as necessidades humanas, sem comprometer as gerações futuras. Essa definição aplica-se na construção civil através de procedimentos, ferramentas e materiais que degradam o mínimo possível o meio ambiente. Existem várias técnicas construtivas que permitem uma obra limpa, sem grandes impactos ambientais, entre as construções existentes podemos citar: a light steel frame e a modular. O trabalho visa demonstrar através de um estudo de caso um comparativo de vantagens entre esses métodos construtivos que ainda são pouco empregados principalmente no Brasil. O objetivo dessa comparação é desmistificar o preconceito que ainda existe com essas técnicas empregadas de que são obras muito caras e que são inviáveis a sua execução, comprovando a viabilidade dessas construções, por meio da análise inclusive a longo prazo, uma vez que algumas vantagens são observadas com o passar do tempo, seja pela economia de energia e água, baixa necessidade de manutenção, entre outros e ainda nortear através do estudo para uma posterior execução usando uma das técnicas abordadas.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Métodos construtivos. Light Steel Frame. Sistema Modular.

1 INTRODUÇÃO

A primeira definição de desenvolvimento sustentável foi cunhada pelo Brundtland Report, em 1987, afirmando que desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras (IPIRANGA, GODOY BRUNSTEIN, 2011)

Sustentabilidade é atualmente um assunto muito discutido pelo mundo, no Brasil a estagnação social devido à crise econômica, acarretou em uma busca por matérias primas recicláveis e sustentáveis, buscando assim materiais e ferramentas mais acessíveis e com melhor custo benefício, tornando assim as construções sustentáveis, uma grande aliada da inclusão social no país e um importante meio de preservação do meio ambiente.

Com o passar dos anos fica cada vez mais claro que a construção civil está em constante evolução no mundo, estudos comprovam que é a indústria mais poluente do planeta e a que consome grande parte da matéria-prima global. Devido a provável escassez desses materiais criou-se políticas ambientais para reduzir o consumo excessivo e consequentemente aprimorar suas técnicas para atender à necessidade humana, tornando o mundo mais responsável socialmente e ambientalmente.

O conceito de construção sustentável baseia-se no desenvolvimento de modelos que permitam à construção civil enfrentar e propor soluções aos principais problemas ambientais de nossa época, sem renunciar à moderna tecnologia e a criação de edificações que atendam às necessidades de seus usuários (TRIGO, 2018)

Na construção civil a sustentabilidade é usada para descrever as técnicas, procedimentos e materiais utilizados nas obras que possibilitem um maior aproveitamento dos recursos e seu uso adequado sem desperdícios, que minimizem os impactos ambientais a curto e a longo prazo e que busquem melhorias nas condições de vida das pessoas, visando a racionalização, redução do tempo de execução, construções limpas e ambientalmente corretas e ainda maior controle tecnológico dos materiais utilizados que degradem o mínimo possível o meio sem comprometer a qualidade dos mesmos.

Durante a idade Média as principais realizações foram os castelos e as grandes construções religiosas, monumentos estes que foram erguidos de forma tradicional. “Os mestres construtores “master builders” desta época, eram responsáveis por todas as fases do ciclo da construção, o projeto era então realizado ao mesmo tempo que a obra, sendo mesmo conduzido em função das necessidades da obra. O mestre construtor definia todos os aspectos do projeto, entendia e articulava estes aspectos com a forma ou o modo da sua construção e dirigia o processo construtivo” (CAMPOS, 2002).

Os conhecimentos da construção baseavam-se, nas tradições, em regras generalizadas e na experiência adquirida com os erros do passado. “Esta situação manteve-se até ao período Renascentista, no século XV, quando começa a nascer a profissão de Arquiteto e se começa a definir o conceito de Arquitetura. Durante este período alguns arquitetos valorizavam, em sua grande maioria, os aspectos estéticos da obra a construir, em detrimento da ponderação dos processos de construção, em manifesta oposição à situação vivida nos séculos anteriores. Começou assim a separação entre a fase de concepção ou projeto e a fase da obra ou da construção” (CAMPOS, 2002).

Com o Movimento Moderno, inicia-se a defesa do uso racional do concreto armado como forma de se criar uma nova estética. Esse paradigma foi alcançado no Brasil a partir dos anos 1930. No começo do século vinte, a nação passa por uma modernização em diversos setores – estradas de ferro, novas aberturas rodoviárias, edificações atendendo a novos programas. Para realizar esses novos programas torna-se necessário o emprego de novos sistemas construtivos (JÚNIOR, 2018)

Neste contexto o concreto armado, por exemplo, começou a ganhar notoriedade e a madeira cuja utilização havia sido reduzida a pequenas aplicações, apesar de o Brasil, por exemplo, possuir grande extensão de reservas florestais (YANAGUIZAWA, KANG, 2002), deixou de ser empregada apenas como aspecto artesanal, ganhando forma através de sua esbelteza e consequentemente possibilidade de economia devido ao uso de materiais locais.

O método de construção mais conhecido e convencional para habitação no Brasil ainda é o da alvenaria, uma tradição herdada pela presença dos colonos portugueses no país. As principais desvantagens da alvenaria convencional estão no longo prazo de execução, custo elevado e principalmente no impacto ambiental gerado, uma vez que origina muito entulho e sujeira e muitos desses lixos da construção não têm destinação correta e muito menos possibilidade de reciclagem.

A construção nos primórdios seguiu as tradições culturais principalmente, mas com a evolução da tecnologia, o surgimento de novos métodos, o aprimoramento dos materiais, as técnicas construtivas têm-se modificado ao longo dos tempos e a necessidade da preservação

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