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Inundações em Áreas Urbanas

Por:   •  5/6/2016  •  Artigo  •  1.987 Palavras (8 Páginas)  •  372 Visualizações

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INUNDAÇÕES EM ÁREAS URBANAS

 Hyla Bantim de Araujo Torres1

Thamiris Costa de Mendonça2

Introdução

As inundações, como qualquer outro desastre ambiental, apresentam sérias consequências para a sociedade, bem como o descarte inapropriado de resíduos sólidos em áreas urbanas. O processo de urbanização mundial é crescente e mostra-se mais acelerado em países em desenvolvimento como o Brasil que apresentou ao longo das ultimas décadas um crescimento significativo da população urbana, criando-se as chamadas regiões metropolitanas. Pode-se dizer então que estes problemas socioambientais ocorrem em uma escala global, porém são nos países subsenvolvidos ou em desenvolvimento que os mesmos afetam de forma mais direta a população.

Os processos de ocupação do solo ao longo da história mostra um direcionamento para lugares de interesses relevantes para a sobrevivência e adaptação da população, sendo assim a fixação das cidades ao longo das margens de rios e suas respectivas bacias hidrográficas acarretam em alguns prejuízos ambientais e urbanos. Quando ocorre uma inundação por exemplo, muitas pessoas se veem na necessidade de abandonar suas residências, já que bairros inteiros ficam ilhados, há falha na distribuição de alimentos, além do risco de doenças causadas por veiculação hidrica, e em certos casos as escolas próximas das regiões atingidas suspendem as aulas. Sem esquecer ainda de levar em conta os danos causados ao patrimônio cultural destas localidades afetadas que chegam a perder suas identidades.

Com o passar do tempo, a sociedade se acostumou com a ideia de que a quantidade das chuvas seria possivelmente a única causa das inundações, atentando a isso, se percebe a necessidade de alertar a população de forma ética sobre outros possíveis fatores que influenciam as inundações, saber as reais causas ajuda a direcionar os estudos para que esse problema seja evitado e até mesmo erradicado.

As enchentes urbanas constituem-se num dos importantes impactos sobre a sociedade, podem ocorrer devido à urbanização ou à inundação natural da várzea ribeirinha, além de que o tipo de piso, os erros de projeto de drenagem, resíduos em lugares inapropriados e ocupação irregular do solo também são algumas causas desse problema.

Em seu documentário sobre Ética e Ecologia, Boff afirma que a sustentabilidade necessária é um ideal comum, e diz ainda que devemos utilizar os recursos naturais para nos satisfazer, porém sem prejudicar a natureza. Sendo assim, é importante encontrar uma forma de analisar e identificar as causas das inundações, buscando os existentes fatores interferentes, e o descarte inapropriado de resíduos sólidos em áreas urbanas pode ser certamente um destes fatores. Pode-se dizer ainda que o aumento populacional, seguido pela má organização demográfica, desenvolve a necessidade da ampliação de centros urbanos para acomodar toda população, e também a necessidade de uma conscientização da população explorando os riscos que o descarte inapropriado traz à sociedade.

Além disso, em decorrência do crescimento demográfico, mais áreas são devastadas, sendo que a cobertura vegetal é um dos fatores importantes para o controle do escoamento, ao eliminá-la, o solo é impermeabilizado, e o risco de inundações aumenta drasticamente, já que a remoção dessa vegetação diminui a capacidade de absorção e retenção da água da chuva.

É de grande relevância estudar esse problema socioambiental, afim de entender como ocorrem essas enchentes, como a falta de infraestrutura das cidades e como o acumulo de resíduos sólidos em áreas inapropriadas podem causar prejuízos a sociedade e ao meio ambiente, e estes pontos serão discutidos ao longo deste artigo.

Discussão

Existem várias soluções para evitar ou minimizar as inundações urbanas. Medidas de caráter hidráulico analisam se há necessidade de drenos maiores quando o canal de drenagem transporta uma grande quantidade de resíduos. Dentre as soluções hidrológicas, destacam-se: captação da água da chuva, a partir dos telhados e pisos; bacias de retenção, para aumentar o tempo de pico das enchentes; bacias de infiltração, para diminuir a vazão máxima das enchentes; pisos permeáveis, para aumentar a infiltração e diminuir o escorrimento; rio com mata ripária, para diminuir a velocidade média do escoamento. E também soluções sustentáveis, além de práticas ambientais como evitar desmatamentos, para que não ocorram os assoreamentos; não jogar lixo em valões, para não obstruir os canais de drenagem; aumento das áreas verdes, para aumentar a infiltração; e revitalização de rios, para evitar as enchentes, dentre outras razões.

No mundo inteiro existem diversas tecnologias que visam mitigar ou até mesmo solucionar por completo as questões relacionadas a inundações provenientes da água da chuva. Há duas delas que merecem destaque e que além de diminuir o impacto das aguas pluviais ainda abrangem outros aspectos sócias e ambientais.

Segundo descrito por Andrei Araújo, a opção por um Planejamento Urbano Sensível à Água (PUSA) adotado na França atualmente, é uma estratégia de gerenciamento. Isso porque o PUSA é um conceito que visa integrar a gestão de águas urbanas, particularmente de águas pluviais, ao planejamento urbano moderno e ao planejamento da paisagem urbana. Além disso, o PUSA é uma reação a problemas do desenvolvimento urbano causados por sistemas de drenagem mal operados ou mal projetados, ausência de água e de espaços verdes na paisagem urbana e deterioração da qualidade da água proveniente de escoamentos superficiais poluídos. O PUSA tem como objetivo principal promover o potencial da água e melhorar o funcionamento, a arquitetura e a paisagem urbana, alcançando, assim, benefícios sociais e de gestão de água, os quais no passado foram negligenciados pelo planejamento urbano.

Andrei afirma ainda que o conceito do PUSA é baseado em um conjunto de princípios que têm por objetivo promover arquitetura e paisagismo sensíveis à água; orientando o planejamento urbano e incentivando a seleção de tecnologias que permitam atingir múltiplos benefícios e que sejam apropriadas ao local e adaptáveis às mudanças futuras.

Tem-se que os principais principios do PUSA são: Aproximar a gestão de águas urbanas do ciclo hidrológico natural; Fornecer benefícios estéticos onde for possível; Ser compatíveis com as características e com a cultura da área; Ter flexibilidade para se adaptar a um futuro incerto; Ser selecionadas em consulta com todas as partes interessadas; Ser comparáveis em termos de custo a soluções convencionais; Ser planejadas e geridas por meio de cooperação interdisciplinar;

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