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Otimização Do Lixo

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Por:   •  10/1/2014  •  3.246 Palavras (13 Páginas)  •  194 Visualizações

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Introdução

Estima-se que, na época em que a cidade de São Paulo foi fundada, em 1554, não havia mais de 100 habitantes vivendo nos arredores do colégio erguido pelos padres jesuítas. Porém, nos três séculos seguintes, o povoado teve um lento crescimento que foi somente alterado a partir da década de 1870, quando o primeiro levantamento censitário realizado no Brasil em 1872 apontou a presença de 31.385 moradores na cidade. São Paulo começou a atrair um grande volume de trabalhadores e a fixar uma quantidade significativa de imigrantes europeus, inicialmente, para a substituição da mão-de-obra escrava na lavoura cafeeira, e, desse modo, muitos desses imigrantes permaneciam na capital ou a ela retornavam após algum tempo. Esse fluxo migratório ocorreu até as duas primeiras décadas do século XX, o que manteve a cidade em alto ritmo de crescimento demográfico [1].

Nos anos de 1950, já com fluxos migratórios estrangeiros reduzidos e, ao mesmo tempo, em fase de grande impulso industrial, a cidade passou a atrair cidadãos de outros estados do Brasil, transformando-se então no maior pólo de imigração interna. Entre 1950 e 1980, mais de 3 milhões de pessoas, trabalhadores e suas famílias chegaram na cidade de São Paulo. Este processo, aliado ao crescimento vegetativo da população, manteve as taxas de crescimento da cidade entre 4% e 5% ao ano, neste período [1].

São Paulo é a maior cidade do Brasil desde a década de 60 e o mais poderoso pólo de atividades terciárias do país. Sua população se aproxima da cifra dos 11 milhões de habitantes, distribuídos pelos 1.509 km² de seu município, que se divide em 31 subprefeituras e em 96 distritos [1].

O aumento drástico da cidade acarretou em dois grandes problemas: o excesso do lixo e o aumento do consumo de energia elétrica. Mostra-se possível resolver os dois problemas com uma única solução: a geração de energia elétrica a partir do lixo que não pode ser reciclado ou reutilizado.

Os lixões ou aterros sanitários vêm sendo um forte problema em São Paulo, devido ao fato de que o acúmulo de sacos de lixo atraem insetos e outros animais, além de exalar mau cheiro. O problema começa com o lixo deixado nas calçadas para serem recolhidos pelo serviço público e é preciso muita cautela, para que esse lixo não cause problemas no novo lugar de destino, por isso não deve ser jogado em rios ou córregos [2].

O lixo vem sendo um dos fatores que mais afetam o meio ambiente: o volume é excessivo e vem aumentando progressivamente, principalmente nos grandes centros urbanos, atingindo grandes quantidades, como os 15 milhões de quilos, coletados diariamente na cidade de São Paulo [2].

Outro fator preocupante é a falta de lugares para o descarte de todo esse lixo. Neste sentido, são necessárias medidas urgentes para a redução da quantidade enviada aos aterros sanitários, aterros clandestinos ou lixões [2].

O intrigante é que, até metade do século XX, o lixo não era um problema, já que a maior parte dele era formada por materiais orgânicos, como restos de frutas e verduras e tudo isso é degradável pela natureza. Além disso, a quantidade de lixo era menor e o mesmo era facilmente transformado pelo próprio meio ambiente em nutrientes para o solo. Entretanto, ao longo dos anos, os hábitos do planeta foram mudando, as pessoas começaram a se mover das zonas rurais para as cidades que, por sua vez, cresceram e o espaço de moradia e o tempo disponível dos cidadãos se tornaram menores. Os novos hábitos de vida das pessoas fez aumentar o uso de alimentos embalados, prontos para o consumo. Tudo isso resultou em um acúmulo de embalagens, sacos plásticos, isopor, sacolas, latas, entre outros materiais que não são orgânicos e por isso demoram muito tempo para serem degradados [2].

Muitas vezes, o lixo coletado pelos caminhões coletores nas ruas vai para lugares impróprios, como uma porção de terreno sem nenhuma preparação para evitar os danos que ele pode causar. Esses locais são chamados de depósitos clandestinos de lixo e são locais aleatórios onde cidadãos ou empresas descartam seu lixo. Em pouco tempo esse lixo aumenta de volume drasticamente. Os lixões são também depósitos de lixo sem nenhum tratamento, diferenciando-se dos depósitos clandestinos apenas por serem institucionalizados, ou seja, são autorizados pelas prefeituras [2].

No Brasil o problema de descarte de lixo é gravíssimo, pois mais de 40% dos municípios depositam seu lixo em lixões. Esses depósitos causam poluição do solo, das águas e do ar, pois as queimas espontâneas são constantes. Muitos cidadãos imaginam que os locais de descarte de lixo não causam problemas às suas vidas, contudo isso é um grave engano, já que os danos causados por um lixão atingem muitos quilômetros ao redor [3].

O lixão tem ainda um forte agravante, uma vez que atrai a população mais pobre, que se alimenta dos restos encontrados no lixo e sobrevive dos materiais que podem ser vendidos. Essa degradação humana não pode mais ser permitida e somente a erradicação total dos lixões vai solucionar essa situação. Portanto, atualmente, dentre as opções existentes, os aterros sanitários são ainda a melhor solução para o lixo que não pode ser reaproveitado ou reciclado. Trata-se de áreas de terrenos preparados para receber o lixo, com tratamento para os gases e líquidos resultantes da decomposição dos materiais, de maneira a proteger o solo, a água e o ar da poluição. Além disso, o mais importante é que este tipo de solução é acessível a qualquer orçamento municipal [2].

Observando esse problema mais de perto e tomando a cidade de São Paulo como exemplo, em média cada pessoa produz diariamente entre 800g a 1kg de lixo, ou de 4 a 6 litros de dejetos, o que resulta em 15.000 toneladas de lixo geradas por dia, que corresponde a 3.750 caminhões carregados diariamente. Em um ano, esses caminhões enfileirados cobririam o trajeto entre a cidade de São Paulo e Nova Iorque, ida e volta [4].

Além do problema já citado, os lixões, depósitos clandestinos e aterros sanitários são muito comuns em áreas onde não existe a coleta de lixo [2]. Isso faz com que os materiais sejam depositados em encostas, rios e córregos, causando sérios danos a biodiversidade e atraindo insetos e pequenos animais como moscas, baratas e ratos, que podem ser hospedeiros de doenças, como dengue, leptospirose e a peste bubônica [4].

O líquido produzido pelo acúmulo do lixo, o chorume, atinge os lençóis freáticos, havendo também a contaminação dos solos e das pessoas que mantêm contato com os detritos [4].

Da mesma forma, o aumento no consumo de energia é outro atual agravante, que vem afetando todos os países e o planeta.

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