Projeto Empresa

empresário Renato Tanabe resolveu, há menos de três anos, apostar no pouco explorado mercado de telecomunicações para pequenas e médias empresas. Hoje, o seu negócio fatura US$ 80 milhões. O sistema mais bem-sucedido de Tanabe é um PABX virtual, chamado Basix, que conecta vários telefones em uma central e possibilita que sejam utilizadas linhas e ramais internos. O PABX virtual substitui as centrais físicas por um data center. As chamadas são feitas por meio de Voz sobre IP (mais conhecido como VoIP). Com apenas uma conexão banda larga, o usuário não precisa investir em infra-estrutura, instalação, manutenção e reparos - o que torna o serviço acessível. A economia, promete Tanabe, pode chegar a 50%.

Fábio Montenegro, proprietário da franquia de cursos de informática Bit Company, conta que desde que assinou o contrato com a empresa de Tanabe, em agosto do ano passado, reduziu em 30% as despesas com telefonia. 'A qualidade das ligações é boa e a economia na conta me possibilita investir em outras áreas da empresa.' Outro cliente satisfeito é a rede de varejo Le Postiche. Em 2007, a Le Postiche arcava com contas de telefone que chegavam a R$ 55 mil mensais. Após fazer testes em lojas e escritórios, a empresa decidiu contratar o serviço de Tanabe. Segundo Elizabeth Oliveira, gerente administrativa da Le Postiche, a fatura telefônica da rede caiu para R$ 38 mil logo no primeiro mês de uso. O PABX de Tanabe tem sido uma solução cada vez mais bem aceita, mas não é adequado a qualquer negócio.

SAIBA MAIS

A operadora nipo-brasileira Brastel Telecom, empresa de Tanabe, possui hoje no Brasil mais de 100 clientes e 900 ramais e a expectativa é de quintuplicar de tamanho até o fim do ano. No último trimestre de 2008, o crescimento foi de 40%.

Tanabe já fez de tudo na vida. Descendente de japoneses, durante uma visita a Tóquio, em 1990, ele resolveu estender a temporada e morar na capital japonesa. De dia servia café e tirava cópia na embaixada do Brasil. À noite era garçom de um restaurante. Anos mais tarde, surgiu a oportunidade para trabalhar com a venda de produtos destinados à comunidade brasileira. Foi quando ele conseguiu a representação de um serviço de call back (o cliente ligava para os Estados Unidos, passava o número que queria chamar e recebia uma ligação de volta com a chamada desejada). Com o call back, ligações do Japão para o Brasil saíam 60% mais baratas.

A representação deu tão certo que, em 1996, ele e o sócio Wilson Kawai conseguiram realizar o sonho de ter a própria operadora. No princípio, o objetivo da Brastel era oferecer serviços de telefonia para brasileiros que moravam no Japão. Com o passar dos anos, o negócio se consolidou e foi possível expandir o atendimento para outras comunidades estrangeiras. A empresa começou a vender o Smart Phonecard, um cartão telefônico pré-pago recarregável, que permitia fazer ligações locais, DDD e DDI por telefone fixo, público e celular. Desde o lançamento, em janeiro de 2000, 1 milhão de unidades do cartão já foram vendidas.

13. INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES

De olho no ranking geral de reclamações recebidas pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), André Botelho, 34 anos, percebeu que as operadoras de telefonia estavam sempre em má situação. “O atendimento pós-venda era o ponto mais contestado”, diz. Ele aproveitou sua experiência com TI para criar no Rio de Janeiro a LINK SOLUTION e oferecer soluções a clientes insatisfeitos com suas operadoras. No começo, a empresa oferecia um sistema on-line, com atendimento personalizado, para o usuário controlar seus gastos com telefone móvel e fixo e com pacotes de dados. Em 2008, um cliente pediu que a Link Solution auditasse seu fornecedor de serviços de internet e de telecomunicações.