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Resíduos da construção civil

Por:   •  14/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.827 Palavras (8 Páginas)  •  310 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Graduação em Engenharia civil

Bianca Beatriz Lima Dias, Gabriel Alves Martins,

Ítalo dos Santos Silva, João Victor Borba,

Pedro Henrique Batista Mesquita, Sérgio Campos dos Santos Junior.

Leitura e Produção de Textos

Sustentabilidade no Setor Construção Civil na fase de Construção

Luciano Cortez e Silva

Belo Horizonte

2015

INTRODUÇÃO

Em 1987, um conceito ambiental extremamente importante foi apresentado pela Brundtland Commision (Comissão Mundial para Meio Ambiente e Desenvolvimento) no relatório “Nosso Futuro Comum”. O qual foi definido como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer as suas próprias necessidades” (BRUNDTLAND, 1999). De acordo com Baptista Jr. (2011), o desenvolvimento sustentável objetiva integrar quatro aspectos da sociedade no intuito de preservar os recursos do planeta a fim de não comprometer as gerações futuras; são eles: adequação ambiental, viabilidade econômica, justiça social; e aceitação cultural.

 Dessa forma, é indispensável que diferentes setores da sociedade ponham em prática ações de sustentabilidade, o que inclui o setor de construção civil. Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SINDUSCON-SP) (2005), este setor é responsável pela maioria do volume total dos resíduos sólidos urbanos produzidos nas cidades paulistas.

Assim, é importante lembrar que a consciência de sustentabilidade ao construir, deve estar presente desde a concepção de um empreendimento, até sua requalificação, desconstrução ou demolição (SINDUSCON-MG, 2008). Consequentemente, o esclarecimento do que pode ser realizado em cada fase de uma obra, levando em consideração a redução dos impactos ambientais é necessário para a incorporação cada vez maior de uma construção civil sustentável.

Este trabalho irá focar em apenas uma das 5 fases da construção civil (concepção, planejamento, construção, ocupação e demolição), no caso a fase de construção.

OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo:

  • Esclarecer os impactos ambientais da fase de construção do setor de construção civil;
  • Alertar e orientar os profissionais do setor sobre formas de intervenção que podem ser executadas nesta fase no intuito de aumentar o número medidas sustentáveis nas construções.

METODOLOGIA

Para realização desse estudo foi feita uma pesquisa bibliográfica em artigos e dissertações, relacionados à sustentabilidade no setor de construção civil na fase de construção, por meio da base de pesquisa Capes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com Baptista Jr. e Romanel (2013) um dos principais impactos ambientais do planeta, tanto pelo uso descontrolado de jazidas de recursos naturais, quanto pela quantidade de resíduos descartada diariamente, deriva da indústria da construção civil. Dentro desta indústria, a construção, operação e demolição de edifícios são as atividades com o maior impacto sobre o meio ambiente (SILVA et. al., 2001). Segundo o SIDUSCON-RS (2006), é estimado que os gastos gerados pela construção civil estejam entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão por ano, em municípios acima de 1 milhão de habitantes, esse alto valor é resultado do recolhimento de entulho descartado irregularmente.

Em relação às consequências ambientais geradas pelo descarte irregular de resíduos sólidos da construção civil nas cidades brasileiras, sabe-se que 60% a 70% destes resíduos, provenientes tanto de construções formais quanto informais, são encaminhados para aterros sanitários, e somente 8% são encaminhados para a reciclagem (SINDUSCON- RS, 2006). Segundo Goron (2010), os impactos negativos resultantes da disposição irregular e do grande volume destes resíduos sólidos, é um dos problemas mais graves que a gestão urbana enfrenta atualmente. Dessa forma, o descarte correto desses resíduos e o uso de medidas sustentáveis durante a construção civil são de extrema importância.

Para avaliar e certificar a construção sustentável, alguns sistemas de certificação foram criados pelo mundo, dentre eles: o BREEAM (Reino Unido), o LEED (EUA), o HQE (França) e o AQUA (Brasil) (SILVA, 2001). Porém, mesmo com a implementação das diretrizes de sustentabilidade por esses sistemas de certificação, existem muitos desafios na sua execução. Os principais desafios, para a construção sustentável, enfrentados pelos países em desenvolvimento, como o Brasil, foram citados pelo CIB (International Council for Research and Innovation in Building and Construction) (2002) na Agenda 21 “For Sustainable Construction in Developing Countries”, entre eles estão:

  • Capacitação ineficiente tanto na indústria quanto nos governos;
  • Ausência de autoridade das agências ambientais;
  • Incerteza econômica e de financiamento;
  • Baixo investimento urbano e baixa capacidade de pagar por serviços;
  • Inércia e dependência tecnológica.

Diante desses desafios, medidas devem ser tomadas para intervir em todos esses problemas, para possibilitar, cada vez mais, a execução de ações sustentáveis. O documento Agenda 21 for the Brazilian construction industry – a proposal – (JOHN et al., 2000) cita algumas medidas fundamentais para a sustentabilidade da construção civil no país, como por exemplo, a redução do desperdício de materiais de construção; o aumento da reciclagem dos resíduos de construção; e a melhoria da qualidade do processo de construção. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria e Construção (CBIC) (2013) um empreendimento sustentável gera muitos benefícios ambientais que se traduzem em ganhos econômicos, dessa forma, os investimentos financeiros, em medidas sustentáveis, serão retornados a sociedade, por meio da redução de custos de construção, uso e operação, e manutenção das edificações.  

Um ótimo exemplo de propostas de sustentabilidade na construção civil foi a logística reversa (ao processo industrial linear), proposta por Baptista Jr. e Romanel (2013) na cidade do Rio de Janeiro, para o processamento dos resíduos da construção civil, de forma a criar uma infraestrutura adequada para segregação de materiais originados de pequenos geradores de resíduos de construção espalhados pela cidade. Dessa forma, pontos estrategicamente localizados nos bairros da cidade seriam disponibilizados para receber os resíduos separados nas obras, e os resíduos gerados, seriam segredados por suas classes A, B, C e D, e assim seriam novamente incorporados à cadeia produtiva (reciclados), ou recolhidos dos resíduos de construção ou demolição por etapas e separação, de acordo com suas classes. Assim, além da sustentabilidade gerada pela reciclagem e descarte correto dos resíduos de construção, essa logística geraria uma economia no transporte desses resíduos para um centro de tratamento, já que os pontos de armazenamento dos resíduos garantiriam quantidades economicamente viáveis de transporte.

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