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TECNOLOGIA COM APLICAÇÃO NA MATEMÁTICA

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Por:   •  17/11/2014  •  5.634 Palavras (23 Páginas)  •  785 Visualizações

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RESUMO

Perrenoud (2000) diz que a escola não pode ignorar o se passa no mundo. As novas tecnologias devem ser implementadas através de um projeto no espaço escolar para se obter um resultado proveitoso, que tenha como objetivo o máximo rendimento e economia de tempo no processo de ensino aprendizagem, visando a extinção da monotonia das aulas. Mas vale ressaltar que as NTIC jamais deverão ser incluídas no currículo escolar por modismo. Elas devem fazer parte do cotidiano escolar, evidenciando o aprendizado e a autoestima de alunos e professores. Neste contexto a ação da gestão escolar é muito importante, seja provendo equipamentos necessários, ou seja, patrocinando treinamento operacional. Não se pode admitir que as escolas continuassem com metodologias retrógradas e ultrapassadas, é necessário “repaginar” o modo de ensinar e aprender, encarando as novas tecnologias de forma natural, buscando oportunidade de aperfeiçoar se.

PALAVRAS-CHAVES: Educação; matemática; informática.

Perrenoud (2000) says that the school can not ignore the world goes on. New technologies should be implemented through a project in school to obtain a useful result, which has as objective the maximum performance and time savings in the process of teaching and learning, aimed at extinguishing the monotony of classes. But it is noteworthy that the ITC should never be included in the school curriculum by fad. They should be part of everyday school life, evidencing learning and self-esteem of students and teachers. In this context the action of the school management is very important, is providing necessary equipment, ie, sponsoring operational training. We can not accept that the schools continue with backward and outdated methodologies, it is necessary to "reimagine" the mode of teaching and learning, seeing new technologies in a natural way, seeking opportunity to improve themselves.

KEYWORDS: Education, mathematics, computerscience.

INTRODUÇÃO

Novas formas coletivas de aprendizagens precisam ser pensadas a partir da construção de outros papéis para o professor, os quais possam romper com o paradigma linear e cartesiano de transmissão de conhecimentos. Em tal perspectiva, será importante pensar também na utilização de outras aprendizagens não-escolares, que possam ser oferecidas aos alunos em espaços, tempos e lugares diferenciados (presencial e a distância), possibilitando ainda a construção individual e/ou coletiva dos conhecimentos (FONSECA e FERREIRA, 2006, pág. 68).

Estamos diante de um novo século, com uma nova sociedade, a sociedade de informação, em busca de um interminável conhecimento. Atualmente as pessoas tem mais acesso ao mundo e a suas tradições culturais com muito mais eficácia e rapidez. Com a explosão da informática e das novas tecnologias, passou-se a considerar que disponibilizar informações seria um processo educativo e contínuo. Estamos diante um grande procedimento de desenvolvimento e globalização. Devido a grande demanda tecnológica, a uma grande identificação por parte dos discentes, que se sentem a vontade com mundo virtual.

Admite-se a necessidade de novas metodologias que possam tornar as aulas mais produtivas e prazerosas, não somente as de matemática, mas todas as que compõem o currículo escolar. A informatização e NTIC vieram com o intuito de tornar esse sonho possível, pois através de metodologias diferenciadas o docente estará capacitando seus alunos a serem cidadãos críticos e atuantes em nossa sociedade.

Embora as tecnologias digitais venham influenciando fortemente o cenário da educação, sua utilização no momento das aulas, não corresponde ao esperado e nesse contexto, a escola precisa redescobrir seu papel social como parte integrante do processo de crescimento e de ampliação da visão de mundo daqueles que a utilizam (SANTOS, 2007).

A forma mais prática de desenvolver nos alunos o conhecimento matemático é através de exercícios de aprendizagem que envolve situações problemas, porém, primeiro é necessário apresentar aos mesmos toda a história do Geogebra, sua origem, e suas aplicações para que eles (alunos) conheçam e entendam como este recurso é eficiente.

É notório dizer que, a presença das novas tecnologias nas mais diversas esferas da sociedade contemporânea, possuem suas limitações, pois as mesmas exigem capacitação e que possa contar com equipamentos necessários para utilização.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997a) sugerem uma reflexão sobre a relação entre Matemática e a Tecnologia, baseado nas necessidades de renovação de saberes. As atividades em sala de aula devem proporcionar uma aprendizagem contínua em um exercício coletivo de memória, imaginação, percepção, raciocínios e competências para a produção e transmissão de conhecimentos.

A educação deve tornar favorável ao aluno no auxílio para criatividade, da independência de ideias, possibilitando e ampliando o respeito pela vida, atitude moral do convívio com a comunidade e sua qualificação profissional, colaborando para o entendimento do seu papel na sociedade em que está inserido.

CAPÍTULO I

1. TECNOLOGIA COM APLICAÇÃO NA MATEMÁTICA.

Como ponto de partida deste capítulo, busca-se refletir no ensino- aprendizagem da matemática enfatizando o uso de internet e computadores como meios de comunicação, informação e expressão para que aborde resoluções de problemas e ressalte as funções de 1º grau no fato de ser crescente ou decrescente de forma a aguça o interesse ao aprendizado matemático.

A utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação requer alterações nas metodologias de trabalho adotadas pelos educadores, ocasionando modificações no funcionamento das instituições e no sistema educativo (FONSECA e FERREIRA, 2006).

1.1.NOVAS TECNOLOGIAS.

Atualmente a informática vem adquirindo relevância no cotidiano das pessoas e sua utilização é vista como instrumento de aprendizagem, sua ação no meio social vêm aumentando de forma rápida com isso cresce o número de famílias que possuem em suas residências um computador, gerando novas perspectivas de vida.

Hoje é possível encontrar tecnologias em tudo, nas mais diversas formas e lugares, como: no uso de telefones, na busca de informações, em cirurgias, nas empresas, em passatempo como jogos, até mesmo no bate papo, etc. Como podemos constata a sociedade gira em torno das novas tecnologias. Chegará o dia em que professores não mais se limitaram ao uso de caderno e lápis para utilização somente de computadores; como já é realidade em algumas escolas,em outros países, onde mais da metade das aulas são ministradas com uso de computadorespossibilitando o acesso mais rápido aos conteúdos e as informações.

No Brasil, contudo, no presente momento, luta-se para inserir laboratórios de informática, onde professores e alunos podem usufruir de aulas dinâmicas e sofisticadas. Para tanto é preciso que o corpo docente mude a sua mentalidade e busque se atualizar.

A informática vem para estimular mudanças pedagógicas e não para automatizar o ensino. O papel do professor continua sendo essencial no processo de aprendizagem. O desafio de mudança no âmbito educacional é o de transformar uma educação focada apenas na transmissão de informações para uma educação que leve o educando a praticar e utilizar o que aprende em sala de aula, através do uso da informática, entre outros meios, desenvolvendo diferentes habilidades exigidas atualmente no mercado de trabalho. Deve-se formar por e com a informática, ou seja, essa deve ser usada como ferramenta do processo de ensino. Nesse sentido o docente deixará de ser o entregador de informações para ser o mediador, facilitador do processo ensino-aprendizagem e o discente deixa de se tratado e de se comportar como receptáculo desses conhecimentos para se tornar ativo aprendiz (VALENTE e ALMEIDA, 2007).

É necessário que as escolas percebam a rápidas e constantes mudançasque ocorre no mundo, é preciso que percebam o potencial das ferramentas de comunicação e as introduziram em seus currículos, tendo-as como apoio às matérias e conteúdos ministrados. Pois, as mesmas não podem continuar sendo vistas como uma mera “tecnologia” e sim como algo que oferece transformação pessoal, além de favorecer o futuro profissional na sociedade.

A capacidade que os computadores têm para desenvolver cálculos numéricos e manipulação simbólica, cada vez mais vem sendo explorada na parte de investigação matemática, tanto na área abstrata como em problemas de engenharia e de modelação matemática (PONTE & CANAVARRO, 1997, pág.11).

1.1.1.Software Geogebra.

Nesse ambiente de novas tecnologias destacamos o SoftwareGeogebra que possui uma programação de matemática dinâmica. O programa visa a sua utilização na educação matemática, em escolas do ensino fundamental, médio e superior, abrangendo geometria, álgebra e cálculo. Foi criado, em 2001, pelo austríaco MarkusHohenwarter, na Universityof Salzburg, e mantem uma continua atualização que é realizada pela universidade americana Florida AtlanticUniversity. O processo de atualização conta com colaboradores de vários países que já traduziram o programa para cerca de trinta e cinco idiomas.

O Geogebra permite construir vários objetos: pontos, vetores, segmentos, retas, seções cônicas, gráficos representativos de funções e curvas parametrizadas, os quais podem depois ser modificados dinamicamente, jáas equações e coordenadas podem ser introduzidas diretamente com o teclado. Este software tem a vantagem de trabalhar com variáveis vinculadas a números, vetores e pontos. Permite determinar derivadas e integrais de funções e oferece um conjunto de comandos próprios da análise matemática, para identificar pontos singulares de uma função, como raízes ou extremos. Estas perspectivas caracterizam assim o Geogebra: uma expressão na janela algébrica correspondente a um objeto na janela de desenho (ou zona gráfica) e vice-versa.

A aplicação didática deste programa pode trazer importantes contribuições para que as aulas de matemática tenham um complemento do trabalho realizado em sala de aula com alunos das Séries Finais do Ensino Fundamental.

O potencial do software Geogebra possibilita que o processo de ensino e aprendizagem de alunos do ensino básico ao ensino universitário auxilie no desenvolvimento teórico e prático das ideias matemáticas.

Utilizando esse programa o professor pode trabalhar com sua turma, por exemplo, reflexão em torno de um ponto. É necessário dizer que a reflexão é uma isometria, pois preserva a distância entre pontos de uma reta. De acordo com LIMA (1996, p.4)

Os docentes e os estudantes que não têm o hábito de utilizar o computador como ferramenta de trabalhopodem aprendem facilmente seguindo o roteiro descrito nas atividades que explicam minuciosamente cada passo a ser desenvolvido. Por meio do software Geogebraé possível fazer conexões entre a informática educacional e os conteúdos matemáticos.

1.2. A LINGUAGEM MATEMÁTICA.

A matemática, pela sua universalidade de quantificação e expressão constitui-se como linguagem cujo sistema de códigos e regras permite a comunicação entre os sujeitos, bem como, a interpretação da realidade.

Buscando responder inquietações da mesma natureza que esta, a Educação Matemática tem desenvolvido, ao longo de quatro décadas, estudos que compõem a didática da Matemática e que se ocupam de refletir aspectos da Matemática relativos à natureza do seu ensino e aprendizagem (BICUDO, 1999); (BRUN, 1996).

No mundo contemporâneo se faz necessário aplicar a matemática em seu papel formativo contribuindo para o desenvolvimento dos processos cognitivos e aquisição de atitudes e seu caráter instrumental possibilitando ao aluno um conjunto de técnicas e estratégias na mobilização dos conhecimentos matemáticos, assim como outras áreas do conhecimento. Diante do exposto, a pesquisa aqui apresentada é um instrumento de reflexão, pois é preciso que os educadores estejam atentos às especificidades dessa disciplina como uma linguagem estruturada e plena de sentido. “Nesse sentido, é preciso que o aluno perceba a matemática como um sistema de códigos e regras que a tornam uma linguagem de comunicação de ideias e permite modelar a realidade e interpretá-la” (BRASIL 1997 p, 251).

Notoriamente, se tratando da disciplina de matemática, é importante não deixar de ressaltar, que para se compreender a linguagem matemática, é preciso compreender a teoria da semiótica, que pode ser definida como a linguagem matemática escrita, os sinais, códigos.

No estudo dessa teoria há ênfase na linguagem formal da matemática, onde a compreensão dos signos depende do nível de abordagem, das relações estabelecidas dos signos entre si, das relações entre os interlocutores e os significados atribuídos por eles dentro do contexto apresentado e da afirmação de Machado, (GARCIA p. 97 apud MACHADO p. 1993, p. 111), “que somente é possível compreender a natureza da linguagem matemática [...] constatando-se, preliminarmente, que ela se desenvolve, por assim dizer, em três planos diversos: o sintático, o semântico e o pragmático”.

O primeiro corresponde a uma dimensão da estrutura simbólica por si só, a semântica perpassa aspecto puramente formal da primeira e alcança a aplicação das leis matemáticas. Entretanto sua finalidade na Educação Matemática é a dimensão pragmática onde a linguagem matemática (seus símbolos, terminologias e regras) ganha aplicação nos fatos reais, em uma dimensão de mundo. Essas três dimensões, quando combinadas uma a outra dá significado e compreensão dos símbolos matemáticos.

A aprendizagem dessa semântica requer uma atenção especial quando se trata da formação dos conceitos do educando, pois como sua linguagem é formada pelos chamados símbolos universais, que existente no campo abstrato e sua utilização sem o suporte de outras linguagens seria desastrosa para a educação matemática.Proporcionar ao aluno o estabelecimento de significado as ideias isoladas apresentadas, muitas vezes pelo currículo escolar, exige por parte do docente muito mais do que seleção de temas e conceitos, mas principalmente escolha de metodologias e didáticas que possibilitem a ampliação do conhecimento matemático.

O desafio do professor mediante a essas linguagens é saber utilizá-las de modo que as mesmas proporcionem uma expansão das aprendizagens. Nesse contexto a formação de conceitos, que é a especificidade do saber científico, se desenvolve com um conjunto de recursos linguísticos que devem ser identificados, articulados e compreendidos com forma de expressão presentes no saber matemático.

1.3. FORMAÇÃO DE PROFESSORES.

Quando examinamos a história da educação, podemos observar que nem sempre se cuidou de forma adequada de questões referentes à formação do professor. Existem ideias correntes de que a vocação e desprendimento generoso bastam para que o indivíduo se encaminhe para essa profissão.

É imprescindível que questionemos não somente a questão de educar o educador como a premente necessidade de sua adequada qualificação. A revalorização dos cursos que formam professores (magistério, licenciatura e pedagogia), deve começar pelos cuidados de sua formação. Tornar estes cursos momentos efetivos de reflexão sobre a educação é condição para a superação da atividade meramente burocrática em que mergulham muitos cursos profissionalizantes. Portanto os mesmos devem proporcionar uma compreensão sistematizada da educação, afim de que o trabalho pedagógico para além do senso comum e se torne uma atividade intencional. Para tornar isso possível destacam-se três aspectos importantes para a formação do professor: a qualificação, a formação pedagógica e a formação ética e politica.

Para que o professor possua uma boa qualificação é necessário adquirir os conhecimentos científicos indispensáveis para o ensino de um conteúdo especifico, buscando garantir a competência do professor por meio do domínio do conteúdo dentro da área escolhida.

A atividade de ensinar deve superar os níveis do senso comum, tornando-se uma atividade sistematizada, sendo assim a formação pedagógica do professor nos mostra que não basta apenas ser bem informado. É essencial que se saiba selecionar o conteúdo a partir dos objetivos selecionados anteriormente, visando garantir a eficiência da ação. O professor neste caso precisa ter acesso ás contribuições das ciências auxiliares da educação, da filosofia da educação e da história da educação. Mostrando domínio dos aspectos teóricos, bem como dos recursos técnicos, promovendo assimo desenvolvendo de habilidadesque viabilizem a atividade docente.

Com o intuito de desenvolver tais habilidades o professor deve educar a partir de valores e tendo em vista um mundo melhor, desenvolvendo um trabalho intelectual transformador, que possa mudar o comportamento do aluno como educa-lo para um mundo melhor. A educação esta inserida em um contexto maior social, econômico e político. Por isso o professor não deve estar alienado dos acontecimentos de seu tempo, devendo ser capaz de realizar juízos de valor a respeito dos comportamentos coletivos e individuais, atento aos valores políticos e morais.

Desta forma o professor desenvolverá em seus alunos a capacidade de questionar e promover a desmistificação da cultura. Embora não atue de forma revolucionaria, a escola desempenha importante papel no processo de conscientização para as novas gerações com relação aos problemas a serem enfrentados.

Além disso, a formação ética e politica permitem uma melhor compreensão a respeito do que é relevante ensinar e de como fazê-lo, afim de não cair no enciclopedismo, no academicismo ou no tecnicismo.

Convém que o professor se posicione diante do mundo, o que não significa, em absoluto, assumir atitudes de proselitismo, perniciosas porque visam doutrinar o aluno, abusando de sua receptividade intelectual. Assumir posições significa está comprometido com o mundo disposto a participar, lutando contra o trabalho degradante, a submissão politica, a alienação da consciência, as exclusões injustas e as diversas formas de preconceitos.

A formação do educador deve garantir o maior conhecimento possível de: fundamentos das relações sociais; estruturação da personalidade e identidade dos educandos; pressupostos epistemológicos antropológicos e axiológicos que a educação e sua presença na construção da sociedade implicam.

CAPÍTULO II

2- APLICAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA.

Atualmente a matemática está presente em todos os campos do conhecimento e atividades diárias da vida das pessoas. Negar sua utilidade em nossa sociedade bem como sua validade no âmbito escolar é descentrado no contexto sócio cultural dos alunos, ela será capaz de fornecer uma aprendizagem significativa e desenvolver competências que possibilitem um posicionamento crítico e reflexivo dos educandos, diante das informações que os cercam.

É imprescindível pensar em qualquer atividade seja ela particular ou profissional, que não possua nenhuma ligação com números. Percebe-se há necessidade de integrar o aluno a essa realidade tornando-o um cidadão critico e atuante, estimulando-o a olhar para o futuro, e concluindo que não basta apenas planejar, mas calcular, elaborar estratégias e divulgar meios de transformar o mundo.

Por si mesmo, para observar os fatos, da mesma“instruir alguém em matemática não é fazê-lo armazenar resultados na mente. É ensinar a participa do processo que torna possível o estabelecimento do conhecimento. Ensinamos essa disciplina, não para produzir pequenas livrarias ambulantes sobre o assunto, mas a fim de levar o estudante a pensar matematicamente forma que um historiador para tomar parte no processo de conquista do conhecimento. Conhecer é um processo não um produto”. (Brunner. JS).

2.1- A DINÂMICA DA PESQUISA.

Borba e Penteado (2005, p.23), “embora em muitas [escolas] o trabalho com informática tenha recebido apoio incessante da coordenação e direção, isso não é regra geral e podemos encontrar escolas onde a sala de informática é subutilizada”. Neste contexto surge a pergunta: como os professores de matemática estão integrando as Tecnologias Informáticas (TI) em sua prática?

A aplicação didática do Geogebrapode trazer importantes contribuições para que as aulas de matemática tenham um complemento do trabalho realizado em sala de aula com os alunos de matemática.

Neste capítulo será analisada a operacionalização da pesquisa, bem como as análises recorrentes e suas pretensões, assim como as circunstâncias pela qual se originou, sempre tendo o foco direcionado à realidade escolar na qual a pesquisa se desenvolveu.

2.1.1. Circunstâncias que originaram a pesquisa.

A limitação desse tema se deu devido à experiência obtida no estágio supervisionado, nas aulas que tratavam da dificuldade em relação à compreensão do ensino-aprendizado em matemática.

Percebia se a falta da aprendizagem efetiva dos alunos, que recebiam a explicação do conteúdo hoje e amanhã játinha esquecido o conteúdo.

É preocupante visto que tal comportamento pode deixar sequelas por toda a vida acadêmica, profissional e pessoal do aluno.

Essesacontecimentos evidenciam alguns fatores que dificultam uma aprendizagem permeada de significados, onde a falta de compreensão e o domínio da linguagem deixam os alunos alienados e descompromissados em aprender, pois os mesmos se empenham somente em obter a média para serem aprovados para o próximo ano letivo sem fazer qualquer relação da matemática vista na escola com a encontrada no dia-a-dia em seus afazeres.

2.1.2. O procedimento da pesquisa.

A pesquisa foi desenvolvida em uma escola da rede pública de ensino,em São Domingos - Goiás, denominadaEscola Municipal Padre Geraldo. Tendo em vista uma significativa investigação sobre o uso das novas tecnologias, observando o desenvolvimento dos discentes, e a atuação do professor que é responsável por essa mudança tecnológica.

Para melhor desenrolar da pesquisa confeccionamos um questionário piloto, e com a apuração dos questionários obtivemos algumas informações importantes para a pesquisa. Estas informações estão expostas aqui sob a forma de gráficos.

Dentre os professores que atuam na escola 60% são graduados, e apenas 40% são pós-graduados (sendo que desses 40%, 20% estão cursando a pós-graduação). Ressaltamos que durante as entrevistas a maioria destacou a importância do professore ter uma formação continuada, procurando fazer relações entre a reflexão e a prática. Observa-se que existe uma consciência da necessidade de se ter um novo olhar sobre as metodologias de ensino utilizadas, buscando destacar o ensino em relação com as novas tecnologias.

2.2. A UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES MATEMÁTICOS.

Masetto (2000), com base em suas experiências junto ao magistério, ressalta que uma expressiva mudança de mentalidade por parte dos professores é necessária e explicita de forma pessoal, em seu texto que é necessário “desenvolver habilidades para trabalhar com tecnologias que em geral não dominamos, para que nossos encontros com os alunos sejam mais interessantes e motivadores”.

Partindo do pressuposto que o computador tornou se o “brinquedo” favorito das crianças, é imprescindível pensar em ensinar utilizando o, como nos diz Valente (1997): “A vida das crianças está tão relacionada com o uso dessas mídias que é inglório tentar competir com a informática”. Não podemos mais negar a necessidade emergente de nos apropriarmos desta ferramenta e saber como utiliza-la de forma produtiva nas aulas.

De acordo com o questionário aplicado, somente 30% dos docentes entrevistados utilizam novas tecnologias em sala de aula. Tornando a participação do aluno mais efetiva, segundo os próprios professores.

70% dos professores ainda não utilizam o computador como ferramenta metodológica em suas aulas. Estes mesmos afirmam que não possuem capacitação suficiente para executar as atividades que necessitem destes recursos metodológicos.

Segundo Marçal Flores (1996) a informática deve habilitar visando o desenvolvimento ao aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitando o ensino/aprendizagem, enfim ser um implemento de conteúdos curriculares visando o desenvolvimento integral do individuo. Nesse novo cenário faz se necessário que o professor modifique sua ação pedagógica.

2.3.SOFTWARE GEOGEBRA.

É uma pena que os docentes não se mantenham atualizados com as novidades das mídias. O software Geogebra, por exemplo, não é conhecido pelos professores.

Segundo os PCNs há uma necessidade de levar os alunos a compreenderem a importância do uso da tecnologia e acompanharem sua permanente renovação.

2.4.CURSOS DE CAPACITAÇÃO COM RELAÇÃO A SOFTWARES.

Segundo os PCNs, parte dos problemas referentes ao ensino de matemática está relacionada ao processo de formação do magistério, tanto em relação à formação inicial como a formação continuada.

Perrenoud (2000, p.134) afirma que, para construir competências visando a utilização das tecnologias o professor não precisa ser especialista em informática ou programação eaponta duas competências necessárias ao professor para dominar o uso das tecnologias, “ser um usuário alerta, crítico, seletivo do que propõem os especialistas educativos e ser um conhecedor dos softwares que facilitam o trabalho intelectual, em geral, e uma disciplina, em particular”. O autor também sugere que o professor tenha “uma cultura informática básica”, que o prepare para a utilização das tecnologias digitais.

Parte do magistrado em matemática sente falta de cursos que possam ajudá-los a modernizar a aplicação de seus conhecimentos, estando assim presos aos tradicionais livros didáticos.Faz se necessário um trabalho em conjunto, escola e professores, para que esta situação encontre uma progressão. Há uma necessidade de ter-se um novo olhar sobre metodologias de ensino utilizadas em sala de aulas, buscando enfatizar o ensino com o uso de programas tecnológicos como softwares matemáticos.

2.5.METODOLOGIA DE ENSINO.

Segundo 70% dos entrevistados, a melhor metodologia de ensino é o método tradicional, pois é um método de trabalho convencional que dificilmente falha e está à disposição de todos.

Apesar da luta para torna acessível o uso de tecnologias nas escolasa falta de formação continuada, seja para usar amplamente suas possibilidades ou para conhecer e analisar softwares educacionais, são falhas.

De acordo com os dados colhidos, apenas 30% dos entrevistados, acreditam que a melhor metodologia está relacionada com o paradigma da ação comunicativa, onde o aluno atua na sala de aula, tornando-se um cidadão crítico e atuante, através das tecnologias, observando dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente.

2.6.DIFICULDADES ENCONTRADAS AO UTILIZAR SOFTWARES.

As dificuldades encontradas são inúmeras, entre elas foram relatados pelos entrevistados a falta de capacitação na área educacional, a falta de participar de cursos especializados (estes que deveriam ser oferecidos pelo o governo) a falta de suportes técnicos (computadores, cabos, fios, CDs entre outros), entre outros.

Baethge alerta que: “Só quem utiliza o computador como um meio auxiliar para a formação independente de juízos, emprega-o corretamente e com sucesso”. (BAETHGE, 1989). Essas tecnologias devem ser vistas como ferramentas que estimulem o indivíduo a pensar de forma independente.

2.7. O USO DE SOFTWARES.

Nesta etapa foi realizada uma pesquisa com os alunos, com o objetivo de coletar dados referentes ao ensino-aprendizado matemático, tendo como tese o uso das novas tecnologias no dia a dia dos educandos.

2.7.1- Utilização de Softwares como ferramentas metodológicas.

O processo de utilização de softwares requer capacidade e competência para domínio das máquinas. Executar atividades que utilizem computadores não é tão fácil, pois segundo os professores, os mesmos (a maioria)preferem utilizar o ensino tradicional, usando o livro didático como único recurso metodológico mesmo por que não há a capacitação necessária para utilização de computadores no campo matemático.

Segundo os PCNs é necessário que se leve o aluno a compreender a importância do uso da tecnologia e acompanharem sua permanente renovação, promovendo desafios, gerando prazer e novos conhecimentos. Porém, para que isso aconteça se faz necessária a capacitação da classe magistrada para desenvolver com apropriação tais recursos tecnológicos.Assim o professor que não faz uso das novas tecnologias como os softwares inviabiliza seus alunos de se inserirem no mundo da atualidade e das oportunidades.

2.7.2. Frequências de aulas dadas no laboratório de informática.

As escolas traspassaram um grande desafio para implantar redes tecnológicas no âmbito escolar. Para que os alunos vivenciassem dia a dia conteúdos com uso de computadores, preparando se para ingressar na sociedade de forma atualizada. Os laboratórios hoje são realidade nas escolas, todavia faltam cursos de capacitação para professores, utilizarem deste meio com propriedade.

Durante a pesquisa constatou se que durante as aulas de matemática o laboratório raramente foi visitado.O professor precisa se desprender dos livros didáticos e promover algo que aguce o aprendizado de seus alunos, tornando suas aulas mais significativas e modernas.

Segundo FRÓES, para que o professor apropriar-se dessa tecnologia, devemos “mobilizar o corpo docente da escola a se preparar para o usodo Laboratório de Informática na sua prática diária de ensino-aprendizagem. Não se trata, portanto, de fazer do professor um especialista em Informática, mas de criar condições para que se aproprie, dentro do processo de construção de sua competência, da utilização gradativa dos referidos recursos informatizados: somente uma tal apropriação da utilização da tecnologia pelos educadores poderá gerar novas possibilidades de sua utilização educacional.”

2.7.3. Resolvendo atividades matemáticas com o uso do computador.

Praticamente todos os alunos já resolveram algumas atividades que envolvesse problematização. Desta forma, a contextualização já vista pelo aluno poderá ser articulado e concretizado por outros métodos de aprendizagem.O emprego de materiais concretos no desenvolvimento de conteúdos já é uma forma de contextualização. Assim por exemplo o computador pode ser interpretado como uma contextualização de ensino-aprendizagem.

Na escola observada esta situação ainda não é uma realidade.

2.7.4- Quais são suas dificuldades referentes à função?

Segundo a pesquisa realizada, pode-se observar que 62% dos alunos têm poucas dificuldades no manuseio das situações problemas, enquanto 18% possui muitas dificuldade e outros 18% não têm nenhuma dificuldade em resolver um problema envolvendo funções.

O gráfico abaixo deixa clara a importância de se trabalhar com o conteúdo de forma dinâmica e diversificada, trazendo para a sala de aula estratégias para melhor aplicabilidade destes cálculos.

BORBA(2001) vai um pouco mais além, quando coloca “seres-humanos-com-mídias” dizendo que “os seres humanos são constituídospor técnicas que estendem e modificam o seu raciocínio e, ao mesmo tempo, esses mesmos seres humanos estão constantemente transformando essas técnicas.” (p.46)

Segundo a concepção de aprendizagem que esta por trás da metodologia, é por meio de treinamento de procedimentos e da repetição de noções que o aluno ira interiorizar o conhecimento matemático. Nesse caso, porém, não há espaço para a autonomia do aluno, para que ele desenvolva estratégias próprias e possa cria e aplicar procedimentos diferentes daqueles já explanados.

É preciso aproximar o discente cada vez mais da sua realidade, tornando-o capaz de ser um cidadão que saiba relacionar o conhecimento gerado ele e pelo o que é estabelecido na matemática tornando-o autônomo em suas decisões.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o estudo de obras e a observação realizada durante o estágio, foi possível formar um quadro sobre o uso das tecnologias em sala de aula. Que ainda não se constitui em uma ação ativa e significativa. Ainda retrata como uma perspectiva a ser realizada.

Apesar de já a ver no mercado softwares competentes e gratuitos ainda esbarramos no elemento humano, que não se prepara como deveriaser, que não busca o conhecimento, que com certeza só teria a acrescentar o seu trabalho.

São muitas as divergências de opiniões sobre o assunto. Os professores,que mesmo tento curso superior, não parecem compreender a evolução que “arrasta” o novo século, e os mesmos mantem uma postura retrograda, resistindo a aplicar inovações em sua metodologia.

É notável o aceleramento do crescimento das tecnologias que avançam em busca de melhor atender à sociedade. Não diferente está a educação que caminha numa busca constante do saber; é preciso associar novos métodos as práticas convencionais e prepararos profissionais para atender a novas demandas de alunos que chegam às escolas já informatizadas.

O foco deste trabalho foia aplicação das novas tecnologias como recursos no ensino-aprendizagem, em especial o software Geogebra,detecto que é preciso tornamos educadores capazes de deixar fluir livremente o prazer, alegria e a intensa e natural vontade de aprender que existe dentro de cada discente, desde que utilizemos diversificados e significativos métodos para que o aprendizado matemático seja construído por eles, sendo professor apenas um mediador de conhecimentos.

Mediante os resultados analisados na pesquisa apresentada, existem questões que acabam merecendo uma atenção especial, como a não utilização do laboratório de informática, pelos alunos, o que segundo eles é um descaso.Observamos que as metodologias aplicadas pela maioria dos professores de matemática, ainda é restritas aos livros didáticos e quadros, visto que estes recursos pouco exigem na mudança de rotina dos educadores. O que não combina com a busca por um ensino critico-social.

“A aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem implica relacionar, de forma não arbitrária e substantiva (não lateral). Uma nova informação a outras com as quais os alunos já estejam familiarizados e quando o aluno adota uma estratégia correspondente para assim proceder.” Asubel (1980).

Contudo é importante ressaltar a formação do professor em sua prática pedagógica. Não se podem continuar presos a paradigmas ontológicos é preciso ousar e ter coragem de criar e buscar novas alternativas de ensinar e estar apto a aprender utilizar esse saber em sala de aula. É bom salientar que o conhecimento socializado da escola deve estar atrelado aos novos métodos tecnológicos da vivencia humana.Assim, os professores precisam estar profissionalmente qualificados e, hoje, não se pode falar em qualificação sem apropriação das tecnologias.

Esse estudo foi de grande importância, pois levantou informações e reflexões sobre a trajetória do ensino matemático com a utilização das novas tecnologias, especificamente nas funções do 1º grau no fato de serem crescentes ou decrescentes, além de verificar como esta sendo realizado hoje o ensino da matemática.

Mercado (1999) defende que “os professores são facilitadores deste processo educativo e o trabalho destes não poderá mais ser concebido isoladamente, mas em conjunto com os colegas e a partir de preposições mais amplas que extrapolam os limites de uma disciplina ou sala de aula”.

Não foi pelo fato de ser um software gratuito que abraçamos a ideia do software Geogebra, e sim foi uma forma de mostrarmos a facilidade de acessar este tipo de recurso.As mídias não podem ser ignoradas, sua utilização já é vista como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vêm aumentando de forma rápida entre as pessoas. Cresce o número de famílias que possuem em suas residências um computador. Quando se aprende a lidar com o computador novos horizontes se abrem na vida do usuário.

Vivemos em um mundo tecnológico, onde a Informática não pode ser vista como meramente “mais uma tecnologia”. É uma “nova tecnologia” que oferece transformação pessoal, além de favorecer a formação tecnológica necessária para o futuro profissional na sociedade. Dessa forma devemos entender a Informática não como uma ferramenta neutra que usamos simplesmente para apresentar um conteúdo. Devemos ter a percepção que, quando a usamos como conhecimento, estamos sendo modificados por ela, e nos transformando em pessoas melhores e mais capacitadas para o mercado de trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUSBELD. P. Novak, J.D. e Hanesean H. Psicologia Educacional.Rio de Janeiro Interamericana, 1980.

BORBA, Marcelo C. e PENTEADO, Miriam Godoy - Informática e Educação Matemática- coleção tendências em Educação Matemática - Autêntica, Belo Horizonte – 2001

Fonte: Tópicos de História da Matemática - John K. Baumgart

http://www.somatematica.com.br/algebra.php

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