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HIDROCARBONETOS POLIAROMÁTICOS (HPAs) EM MÚSCULO DE CAMARÃO-ROSA: MONITORAMENTO CONTÍNUADO DO PORTO DE RIO GRANDE

Por:   •  19/5/2022  •  Resenha  •  1.048 Palavras (5 Páginas)  •  83 Visualizações

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HIDROCARBONETOS POLIAROMÁTICOS (HPAs) EM MÚSCULO DE CAMARÃO-ROSA: MONITORAMENTO CONTÍNUADO DO PORTO DE RIO GRANDE

TEÓFILO, FREITAS PABLO; SOARES, Karina;

FILLMANN, Gilberto. pablo.93freitas@outlook.com

Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Palavras-chave: Camarão; HPAs; Porto de Rio Grande

  1. INTRODUÇÃO

Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) constituem um conjunto de compostos caracterizados por possuírem 2 ou mais anéis aromáticos condensados (PEREIRA NETTO et al., 2000). Os HPAs são considerados contaminantes persistentes e alcançam os sistemas aquáticos podendo, dependendo de suas características físico- químicas, se particionar entre a água, material particulado em suspensão, sedimento e biota (DA ROCHA, 2012). Regiões costeiras, como baías, são áreas de estudos para avaliação da presença de contaminantes orgânicos e derivados de petróleo, visto que são receptoras de uma variedade de fontes, aliado à característica dos HPAs de persistirem a transportes por longas distâncias (SOUSA, 2016).

O estuário da Lagoa dos Patos, situado na região Sul do Brasil, é uma das regiões mais importantes para a pesca do camarão-rosa, sendo esta espécie o principal recurso de comunidades pesqueiras artesanais da Lagoa dos Patos. (D’INCAO E REIS, 2002). Entretanto, essa região apresenta distintos níveis de contaminação por HPAs oriundos das atividades antrópicas (MEDEIROS et al., 2005)

O objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de concentração de 18 HPAs em músculo de camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis) coletados no estuário da Lagoa dos Patos a fim de avaliar o possível impacto das atividades portuárias e se a espécie estudada apresenta algum risco para o consumo humano.

  1. METODOLOGIA

  1. Amostragem

A pesca de arrasto do camarão-rosa foi realizada ao longo dos anos de 2014 a 2020, sendo os locais de coleta divididos em 3 regiões: Saco do Arraial (ponto Controle), Regatas (Porto Novo) e TECON (Super Porto de Rio Grande). A amostragem simulou uma pescaria artesanal local, incorporando assim a experiência do pescador na escolha do local de pesca e do tempo de arrasto. Em média, as redes utilizadas possuíam malhas de 12 mm entre nós opostos no saco. O tempo de arrasto variou entre alguns minutos até meia hora, tendo a maioria dos lances duração de aproximadamente 15 minutos. O pesquisador, sempre portando licença do órgão ambiental competente (REZENDE, 2016).

  1. Processamento das amostras biológicas

As amostras de camarão-rosa previamente coletadas foram medidas e pesadas (biometria), sendo removidas a cabeça e a carapaça. Todo o músculo restante foi imediatamente congelado em 1 ou 2 “pools” de 7 a 10 indivíduos para cada ponto de coleta.

  1. Procedimento de análise

O material biológico foi liofilizado até que se obtivesse uma secagem completa. Após secas, as amostras foram homogeneizadas, pesadas, e analisadas conforme protocolo descrito por Niencheski & Fillmann (2006), sendo quantificados por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM).

  1. Resultados e discussão

Os resultados entre 2015 e 2020 indicaram que a maioria dos músculos analisados apresentou teores de HPAs abaixo de limite de detecção (<0,5 ng g-1 em peso seco) ou abaixo do limite de quantificação (<1,7 ng g-1 em peso seco). O Σ18HPAs variou de 3,3 a 47,3 ng g-1 no ponto Controle (Saco do Arraial), enquanto nos pontos que apresentam influência do porto (TECON e Regatas) foram identificadas concentrações que variaram de <0,5 a 51,4 ng g-1. As moléculas mais abundantes de baixo peso molecular foram: naftaleno (<0,5 a 49,6 ng g-1), 2-metilnaftaleno (<0,5 a 31,3 ng g-1) ,1-metilnaftaleno (<0,5 a 16,4 ng g-1) e fenantreno (<0,5 a 15,4 ng g-1). As moléculas de alto peso molecular mais abundantes foram pireno (<0,5 a 19 ng g-1), seguido de fluoranteno (<0,5 a 7,0 ng g-1).

As médias dos ΣHPAs de baixo peso molecular variaram de 13,5 (2018) a 32,1 ng g-1 (2020) no ponto Controle e de 2,9 (2020) a 20,5 ng g-1 (2018) nas áreas sobre influência do porto de Rio Grande. Já as médias dos ΣHPAs de alto peso molecular variaram <0,5 (2015 e 2019) a 8,9 (2020) ng g-1 no ponto Controle e de <0,5 (2015 e 2019) a 2,3 (2018) ng g-1 na região sobre influência do porto. Com isso, foi possível observar que existe um predomínio dos HPAs de baixo peso molecular sobre os de alto peso molecular durante todo o período de monitoramento. Os HPAs de menor massa molecular são proporcionalmente mais abundantes nas emissões, justificando a maior incidência de contaminação.(BAIRD, 2002)

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