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A Educação Fisíca

Por:   •  17/9/2019  •  Monografia  •  447 Palavras (2 Páginas)  •  97 Visualizações

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Conclusão

Diante do contexto apresentado, é possível compreender o ponto nodal da análise que ora se empreende: o anseio de inaugurar um diálogo construtivo à luta por justiça ambiental, de modo que se permita a pluralidade e ampliação de lentes e mecanismos de análise utilizados. A compreensão dos males de origens do problema, defende-se, demanda a riqueza que uma produção coletiva que se fortalece na multiplicidade pode oferecer. Há que se repensar o processo de estruturação de nossas instituições e refletir acerca do processo pelo qual se constituiu o nosso povo, especialmente a partir de referenciais não exclusivamente eurocentradas ou de lentes gestadas a partir da experiência europeia.

O recorte que aqui se estabeleceu dá enfoque à adição à análise da injustiça ambiental a parâmetros racialmente referenciados como epicentro de análise. Não se exclui, porém, o estímulo a olhares que logrem posicionar outros vetores e parâmetros que lancem luz sobre aspectos frequentemente obscurecidos nesse cenário. Como dito, a repetida análise da questão tendo o elemento socioeconômico como vetor primordial é útil e benéfica, ainda que incompleta.

Insta salientar que não apenas se postula a adoção do fator “raça” como uma das variáveis centrais de análise, como uma revisão e reflexão a respeito das metodologias e epistemologias empregas no estudo do direito e das questões relativas à justiça ambiental no Brasil. A reflexão que se buscou instigar diz respeito aos perigos de, sob recortes metodológica e epistemologicamente não distinguem diferentes graus de discriminação, haver certo apagamento ou invisibilização de determinadas formas de violência. O fato da questão racial no Brasil ser frequentemente mascarada pela forte desigualdade social do país provoca – frequentemente – a adoção de lentes que são primordialmente referenciadas pelo caractere socioeconômico, afastando dos holofotes as raízes da discrepância socioeconômica observada.

Em virtude disso, propõe-se a construção de uma perspectiva epistemológica centrada nas particularidades brasileiras, na experiência e trajetória de nosso povo, ao revés da adoção de lentes eurocentradas. Apresenta-se, portanto, a ideia de afrocentricidade, que desloca a perspectiva epistemológica, centralizando-a na experiência e trajetória do povo negro. Tempera-se a proposta com a noção de amefricanidade, de sorte que aquela visão se combina à experiência brasileira a partir das relações estabelecidas do contexto latino-americano e caribenho.

Assim, o primeiro passo é justamente dar um passo atrás: não só se encare as questões que surgem na ponta final das relações de injustiça ambiental, ou seja, que são por elas produzidas, mas se reflita a respeito das possíveis premissas que consagram e permitem a constante manutenção da injustiça social. Reconhecida a existência do racismo institucional, há também espaço para a reflexão a respeito de outras possíveis categorias de discriminação que tenham alçado tal nível, ampliando o leque transdisciplinar que ora se promove.

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