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A Gênese da Sociologia

Por:   •  29/3/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.284 Palavras (6 Páginas)  •  309 Visualizações

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  1. Introdução a Sociologia

A gênese social e a gênese da sociologia:

        Na relativamente longa trajetória da humanidade alguns fenômenos se destacam do ponto de vista da sua condição social.

Autores como Arnold J.Toynbee (“A Humanidade e a Mãe Terra”) ou Yuval Harari (“Sapiens”) destacam que a socialização é anterior à linguagem. A natureza gregaria da nossa espécie antecede a própria humanização (o despertar da consciência humana).

Neste sentido apenas três características nos distinguem dos animais: o pensamento teleológico (pensamento a distância, pensamento que lembra e prevê) que envolve planejamento; a aquisição da linguagem que deu ao homem a capacidade de pensar e se expressar simbolicamente; e, a diferenciação ética que representa a assunção de valores e crenças (moralidade).

A conclusão evidente é que a condição social está na raiz do nosso desenvolvimento biológico e cultural. A socialidade antecede a propria subjetividade. Fomos membros de grupos ainda antes de nos tornarmos nos mesmos como indivíduos.

        Na mesma trajetória, que reconhece a importância decisiva da vida social, temos o Homo Sapiens (cujo aparecimento deve estar entre 300  e 400 mil anos) enfrentando condições extremamente adversas na última Era Glacial (+ou- 110.000aC a 10.000aC), onde a adaptação só foi possivel graças à coletividade. Esse período deve ter reforçado profundamente os laços sociais e foi extremamente seletivo: só os muito inteligentes sobreviveram.

        Nesta sequência ocorrem as revoluções neolíticas     (+ ou – 10.000   aC 5.000 aC) com destaque para a aquisicão da pecuária e da agricultura que implicou na sedentarização, intenso avanço tecnológico e propriedade privada. Contudo, o acentuado processo de divisão social do trabalho leva a diferenciação e especialização de poderes militar, político, jurídico, cultural e religioso centralizado que já é uma forma de Estado e governo. É o nascimento social da civilização.

        Outro fator catalizador do processo social humano é o desenvolvimento de estoques, comércio e moedas. O interesse mutuo em mercadorias favoreceu sempre o entendimento e aproximação entre culturas distintas. As rotas comerciais e a valorização de determinados produtos, como o sal, a pimenta, o ouro, deram forma a história da humanidade. A interação comercial sempre funcionou, e ainda funciona, como um cimento pacificador das sociedades. É interessante observar como, mesmo em períodos de guerras, inimigos declarados podem manter relações comerciais. O fenômeno da globalização que se obesrva hoje já havia começado nas antigas rotas comerciais.

        Autores como Karl Jasper e Fabio Comparato sugerem que a humadidade experimentou um “período axial” (houve o alinhamento a um determinado eixo) caracterizado pela consciência de si e de suas limitações, pela busca de purificação e aprimoramento pela reflexão ou pela religião, que além de originar todas as correntes de pensamento, também caracterizou uma certa unidade entre poder, direito e relgião (o eixo) que passa a prescrever a conduta humana, individual e social. Para Jarpers o período axial vai de 800 aC a 200 aC, mas Comparato sugere a inclusão das grandes formas de monoteismo, de 1500 aC a 600 dC.

        A humanidade mostra períodos de intenso avanço tecnológico e sofisticação social, como so casos do Egito, Grécia e Roma. Embora também indique retrocessos como a retração medieval ou guerras com grande mortandade. A medievalidade foi superada pelo Renascimento, pelo Iluminismo, pelas revoluções burguesas e pela revoliução industrial. O surgimento de uma esfera pública confirma esse contexto contemporâneo, com jornais, publicidade, Estado Constitucional, etc. Com o advento do antropocentrismo moderno e do desenvolvimento da ciência estão dadas as condições da idade contemporânea e da gênese da sociologia como ciência.  

A Sociologia como Ciência

        Autores clássicos da filosofia grega, como Sócrates, Platão e Aristóteles,  teceram considerações sobre a sociedade e seu funcionamento. Neste sentido, já se tratava de um debate sobre sociologia. Contudo, quando se considera retrospectivamente a reflexão sociológica, a partir da ciência contemporânea, a aurora da sociologia é normalmente situada no Barão de Montesquieu.

        Alguns nomes importantes na gênese da sociologia:

  1. Charles-Louis de Secondat – Barão de Montesquieu (1689 – 1755) Francês

- “O Espírito das Leis” (1748), compara a legislação de diferentes Estados classificando-os segundo três critérios: a) a sociologia política (formas de governo); b) causas físicas e materiais (clima, solo, relevo, etc.); e c) causas sociais (comércio, cultura, hábitos, moeda, religião, leis).

  1. Augusto Comte (1791 – 1857) – Francês

- “Filosofia Positiva” (1838), a sociologia deve basear-se em observação e clarificação sistemática. Ao cunhar o termo sociologia sugeriu as ciências humanas e uma filosofia da historia (período religioso, período filosófico e período científico).

  1. Karl H. Marx (1818-1883) Alemão

- “Manuscritos Econômicos e Filosóficos de 1844” (1844)...”O Capital” (1867). Descreve a sociedade como um fenômeno histórico e essencialmente material-econômico (modos de produção). O motor da história é a luta de classes que conduz à revolução (materialismo histórico).

  1. Herbert Spencer (1820-1903) Inglês

- “Princípios de Sociologia” (1876). Defende uma teoria da evolução orgânica da sociedade (evolução social). Fortemente influenciado por Darwin, refere a sobrevivência do mais apto de perspectiva individualista e liberal.

  1. Lester F. Ward (1841 – 1913) Americano

- “Sociologia Dinâmica” (1883). Sugere uma ação social inteligente, que leve o homem e a sociedade a um aprimoramento crescente, conduzida e gerida por filosofos sociais.

  1. Gabriel Tarde (1843 – 1904) Francês

- Estuda criminologia e estatísticas criminais. Considerado crítico brilhante dos fenômenos sociais. Exercendo cargo público ligado à criminologia até o final de sua vida, foi um estudioso individualista e isolado.

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