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A Organização Do Trabalho: O Fordismo Barros E Ford

Por:   •  19/4/2023  •  Trabalho acadêmico  •  4.460 Palavras (18 Páginas)  •  54 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CENTRO DE GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS (CAD)

GUSTAVO HENRIQUE SOARES HOTT

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO: O FORDISMO BARROS E FORD

BELO HORIZONTE

2022

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ADMINISTRAÇÃO - NOTURNO

PROFESSOR: LUIZ ALEX DA SILVA SARAIVA

ALUNO: GUSTAVO HENRIQUE SOARES HOTT

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO: O FORDISMO PARA BARROS E FORD

A publicação sobre fordismo, origens e metamorfoses, de Lúcio Alves de Barros, traz à tona reflexões sobre as atuais mudanças nos processos produtivos do mundo capitalista atual.

No início de sua obra, o autor mostra que o fordismo tem muitas relações com o taylorismo, uma vez que suas origens estão de certa forma, interligadas. Além de mostrar como o fordismo se estabeleceu como metodologia de organização do trabalho, também discute os seus processos de desenvolvimento e sua maturação.

Em um de suas inovações, Ford uma nova forma de alavancar a eficácia do processo produtivo, ilustrada neste trecho: “Ford percebeu a possibilidade de modificar o padrão do processo produtivo e determinou que o carro passasse a se locomover ao encontro do trabalhador dispensando movimentos e atividades desnecessárias.” (pp.15)

Dessa forma, como no taylorismo, cabe ao trabalhador uma única e simples tarefa que o aliena em meio a diferentes possibilidades e conhecimentos ignorados por ele. Sendo que, a eficácia para geração de capital é, mais uma vez, posta na frente de qualquer preocupação humana na indústria. Uma vez que, assim como no taylorismo, as peças humanas na fábrica podem ser trocadas por novas, assim como as peças das máquinas que operam.

Como forma de amenizar as consequentes revoltas operárias, Ford idealizou o que Bennis, autor de “Organizações em mudança”, chama de unidades de motivação. O aumento do salário dos operários fez com que seus bolsos calassem suas atitudes revolucionarias e passassem a linha de produção cada vez mais rápida pelo patronado.

No tópico que se segue, discute-se a crise do fordismo, associada ao capitalismo. Para Barros, as crises político-econômicas da consolidação do capitalismo transtornaram o sistema de organização estabelecido. Dessa forma ele cita as duas crises importantes do fordismo: a de 1930 e a de 1973. A primeira foi causada pela superprodução e déficit de demanda, o que, como solução, gerou o tratado New Deal. Sucessivamente, ocorreu uma crise de rentabilidade, gerando assim, novos meios de produção.

Dessa forma, os novos modelos posteriores ao fordismo, como o pós fordismo são classificados como irrealizáveis devido às condições do cenário trabalhista, do que como uma realidade efetivamente consolidada. Assim, conclui-se que o autor identifica a coexistência do fordismo tradicional com o novo, citado anteriormente.

Do outro lado da moeda, Ford publica a obra “Os princípios da prosperidade”, inicialmente comentando sobre sua história e feitos de que se orgulha. Assim, o autor conta que, no fim do sec. XIX, já sonhava com uma larga escala de produção, mas que até então só produzira um ou outro carro que vendera facilmente para curiosos de Detroit.

Os primeiros passos de Ford foram dentro de uma oficina alugada em Detroit. Como já fabricava carros, decidiu inovar e produzir o mais rápido de todos, desafiando assim, o campeão da era. A partir de uma corrida vencida, o empresário conquistou uma gigante onda de propaganda, uma vez que era o mais veloz de todos. Entretanto, sua experiência com negócios já mostrava sua consistente preocupação com o lucro e, por não citar a questão social da produção, aparentemente nenhuma com os operários: “A ausência de lucros prova que o industrial está perdendo o seu tempo ou não conhece o negócio.” (pp. 40)

Após várias tentativas bem-sucedidas de modelos A, B, C e até F, vendendo sempre por volta de 1.500 unidades, Ford buscava padronizar sua produção e achar o modelo perfeito. Assim sendo, após muitas diretrizes de metas, foi desenvolvido o ideal do modelo único: o modelo T. Por ser feito em massa e com os materiais mais aprovados em relação ao custo-benefício, o preço de produção do modelo T abaixou drasticamente e com ele, o custo de compra também diminuiu, por isso foi um carro de muito sucesso na época.

Esse foi o passo inicial para a mundialização da empresa Ford. Com isso, a necessidade de maior produção cresceu e consequentemente a pressão e o esforço dos operários. Uma passagem de Ford ilustra de forma clara como cada vez mais que a demanda aumentava, Ford buscava aumentar a velocidade da produção para que precisasse pagar por menos horas trabalhadas por cada funcionário: “Se a hora de um operário vale 50 cents, a economia da decima parte desse tempo equivale a um lucro de 5 cents.” (pp. 68)

Com a evolução do processo, Ford chegou ao ideal de que o trabalho deve ir até o operário e ele, por sua vez, não dará mais que um passo para a realização da tarefa exigida. Dessa forma, fica claro que, assim como tratado no filme de Charles Chaplin “Tempos Modernos”, a exaustão humana desencadeada pelos esforços repetitivos na linha de produção levando ao limiar da loucura, o uso da ciência e da alta tecnologia como ferramentas para aperfeiçoar a dominação na indústria e a alienação, são fatores verdadeiramente presentes na vida angustiante de cada um dos trabalhadores.

Entretanto, para Ford o fato citado a cima não é um problema: “Até hoje não pude convencer-me de que um trabalho que se repete seja prejudicial ao homem”. (pp. 87) Apesar disso, ironicamente o autor comenta sobre a necessidade de um local de trabalho com condições adequadas, sendo bem ventilado, limpo e amplo. Isso, segundo Ford, para relacionar o melhor rendimento à humanidade na produção.

    Por  complemento,  no  texto  “cadernos  do  cárcere,  americanismo  e  fordismo”,

Gramsci  aborda,  em  geral,  métodos  utilizados  pelas  elites  de  controle  da  força  de

trabalho.  Dessa  forma,  transformam  as  condições  do  empregado  para  manter-se

trabalhando nas condições impostas.

     Nesse caderno, o autor procura estabelecer um novo processo de trabalho que a

primeira vista, parece ilusório. Assim, Gramsci busca defender sua tese e coloca na

discussão,  etapas  necessárias  para  seu  cumprimento,  como  a  utilização  de

estruturas de coerção e consenso junto à classe operária.  

     O foco do capitulo também se enquadra na analise do autor sobre a implantação

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