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A contribuição da psicanálise, o conceito de organização

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Por:   •  4/6/2013  •  Artigo  •  1.310 Palavras (6 Páginas)  •  1.029 Visualizações

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Analisando o conceito de organização, constamos às contribuições da psicanálise, que procurou mostrar e interpretar barreiras que existem e muitas vezes não são destruídas e que por este motivo atrapalham mudanças de estratégias.

A organização pode ser interpretada como prisão psíquica. Para construir esta metáfora, Morgan(1996) remonta à célebre alegoria da caverna presente na República de Platão.

As organizações autonomizam-se adquirem um poder próprio, criando um forte grau de controle sobre seus próprios criadores, aprisionando-os em sua teia simbólica de imagens, idéias, pensamentos e ações.

A organização assoma-se como a própria caverna, onde quem consegue enxergar a realidade existente fora dela é considerado elemento perigoso e os que estão presos em seu interior agarram-se mais fortemente ainda à realidade habitual. Para ilustrar isto, Morgan(1996) mostra como o sucesso – em determinas circunstâncias e em algumas empresas, por exemplo a indústria automobilística americana do início dos anos 70 – torna-se um empecilho à percepção das mudanças e à constituição de novas metodologias de estratégia organizacionais necessárias para a manutenção do próprio sucesso.

A organização de acordo com a psicanálise, constrói uma farsa, criando necessidades inexistentes no nível do sujeito e tentando satisfaze-las no nível do simbólico, no caso das empresas, operando no espaço das carências sociais e emocionais dos empregados, com o objetivo de proporcionar um “pseudo status”, ou seja, “um acesso momentâneo a uma posição de igualdade na estrutura de poder e nas relações sociais na empresa, que na realidade não existem e nem se pretende que existam”(Aguiar, 1992), p.105)). Todavia, essa farsa é denunciada no cotidiano pelos próprios sujeitos, que expressam sua frustração através de manifestações de desinteresse, baixa produtividade e até mesmo reações expressivas. A organização trai os sentimentos e as necessidades psicológicas e sociais dos sujeitos.

Em outro problema, apontado por Aguiar(1992), é a confusão presente em muitos programas de recursos humanos (inclusive os que passam pela gestão participativa) entre os desejos e as necessidades dos sujeitos. Os desejos são individuais e indestrutíveis, posto estar no nível do inconsciente. Desse modo, não há a menor possibilidade de substituí-los ou padronizá-los.

Quanto às necessidades individuais, a tentativa de padronizá-las é uma estratégia das organizações para, ao influenciar os indivíduos, transformá-los em tipos padronizados, em vez de identificá-los como pessoas. Essa padronização por um lado, facilita o controle, mas, por outro, diminui e impede o desenvolvimento mental, o desenvolvimento da consciência crítica (individual), e a responsabilidade do indivíduo com ele próprio, com a sociedade e com o seu trabalho na organização.(Águia, 1992, p.106).

Reconhecer a dimensão inconsciente do sujeito que compõe a organização é reconhecer o excesso de racionalização no tratamento dado à cultura das organizações.

O reconhecimento em tela permite a introdução, na análise, de comportamentos importantes e tidos como irracionais – agressão, inveja, medo ódio e desejo sexual -, fortemente presentes no cotidiano das organizações e que, a rigor, determina sua dinâmica com tanto ou mais presença do que os seus aspectos mensuráveis.

Além disso, o reconhecimento da dimensão inconsciente permite vislumbrar componentes não racionais em comportamentos, atitudes, ações, regramentos e rotinas cuja racionalidade, não se discute à primeira vista.

Assim, pode-se concluir que o reconhecimento da dimensão inconsciente permite a identificação de barreiras situadas no caminho da inovação e da mudança, cujo diagnóstico não é realizado pelas teorias organizacionais.

Deitar sobre os louros do sucesso, ou ainda a diminuição da criatividade nos ambientes organizacionais pelos próprios sentimentos de inveja e ciúme endereçados contra quem se destaca são exemplos bastante comuns nas organizações, para não falar na adoção de modismos administrativos sem qualquer filtro da crítica apenas pelo receio de pensar diferente em um ambiente organizacional que tende a uma única verdade. .

Por tudo isso, a metáfora da prisão

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