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A saúde mental dos profissionais de transporte publico

Por:   •  9/12/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.341 Palavras (10 Páginas)  •  126 Visualizações

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O setor de transportes públicos possui como principal objetivo, proporcionar a locomoção da população pelos bairros e municípios. No decorrer da história, segundo Rebouças et al. (1989), a humanidade já fez uso de diversos tipos de locomoção coletivos e individuais. Com o crescimento da urbanização, o transporte coletivo se torna essencial no dia a dia da maioria da população, pois está relacionado com a vida do cidadão, transportar-se de um local para o outro para satisfazer suas necessidades básicas.

Mesmo na contemporaneidade, grande parte da população não possui veículo próprio e, necessita fazer uso do transporte público diariamente, seja para trabalhar, estudar, entre outros. Sabe-se que o trânsito, é a terceira maior causa de mortes de todo o mundo, como aponta a Folha Vitória (2020). Deste modo, o trabalho dos motoristas e os cidadãos utentes dos transportes coletivos possuem mais probabilidade de sofrerem um acidente do que um indivíduo que trabalha em Homeoffice e/ou estuda à Distância, por exemplo.

Acidentes de trânsito são um fator que preocupa todo o mundo: autoridades, policiais, ambulâncias e, claro os motoristas, afinal, quaisquer eventualidades que ocorra, mesmo que por negligência de um motorista de outro veículo, ele é o responsável pela vida dos passageiros. Assim, torna-se explícito que se trata de um trabalho que gera estresse no profissional. Mediante o exposto, buscou-se evidenciar por meio de pesquisas, como a profissão de motorista de transporte coletivo podem degradar a qualidade de vida dos profissionais desta área.

O intuito do trabalho é tratar a respeito do tema da saúde mental dos profissionais que atuam com transporte público. A importância da escolha desta categoria profissional em detrimento de outras reside no crescente distanciamento do que se configura como boas práticas e condições de trabalho e a rotina diária destes indivíduos nas grandes cidades.

Os trabalhadores desta categoria enfrentam diariamente péssimas condições de trânsito, no qual muitas vezes se veem envolvidos em discussões mais acaloradas chegando a ouvir ofensas e ser vítima de ataques à sua honra e a de familiares, sê vê obrigado a lidar com inundações, em um desafio à sua responsabilidade de zelar pela integridade dos passageiros, que muitas vezes não o respeitam e não tem consideração por tudo o que estes profissionais passam diariamente. Se veem enredados em crises de ansiedade e tensão ao atravessar regiões perigosas da cidade, conhecidas pelos casos de assalto à colegas de profissão, tudo isso para ao final do mês receber um salário que está aquém do ideal.

Todos estes fatores, entre outros, contribuem para o desgaste emocional e complicações da saúde mental, em casos mais graves, levando ao afastamento do trabalho ou até mesmo a incapacitação. As consequências disso não se restringem apenas ao âmbito familiar do profissional ou a um desfalque na empresa, é visto como uma questão de saúde pública pois ao contrário do que os defensores da tecnocracia dizem, avanços no campo da ciência e da técnica não tem se traduzido em melhorias na qualidade de vida, mas sim em uma constante precarização do trabalho e a busca pelo aumento da produtividade não tem levado à uma redução da jornada de trabalho, muito pelo contrário, o exemplo mais evidente disso é a massiva industrialização chinesa e relatos de péssimas condições de trabalho.

Franco et al. (2010, p.2), corrobora em seu artigo sobre a relação entre as novas formas de organização do trabalho, precarização e transtornos mentais, explica muito bem essa dinâmica, ao afirmar que as legislações trabalhistas não acompanham com a mesma velocidade as transformações tecnológicas que implicam em mudanças nas relações de trabalho, ou seja, enquanto a dialética entre patrões e trabalhadores é mantida em sua essência, o campo aonde essa dialética ocorre está em constante transformação, assim como as suas formas

Deste modo, esta pesquisa visa analisar através de revisões bibliográficas, como é o cenário atual do trabalho de motoristas de transportes coletivos; pesquisar a existência de normas regulamentadoras que reconheçam o direito ao percebimento de adicional de insalubridade destes profissionais durante a jornada de trabalho; averiguar as doenças ocupacionais que a profissão de motorista de transporte coletivo adquire ao longo da vida e, qual a relação da Psicologia em relação à proteção/prevenção para distúrbios psicológicos advindos do trabalho.

1. JUSTIFICATIVA

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2016), o nível de saúde mental de uma pessoa é determinada e pode ser controlada por distintos fatores sociais, biológicos e psicológicos, pressões socioeconômicas, baixo nível de escolaridade, e claro, a principal temática da pesquisa, a pressão ocupacional.

A compreensão sobre a exposição à degradação da saúde mental relacionada ao trabalho trata-se de uma questão de saúde pública quando se leva em conta as manifestações desenvolvidas no decorrer da vida, como por exemplo, a depressão, que, em situação extrema, pode levar ao suicídio; o aumento de consumo de substâncias tóxicas, entre outros eventos que possuem potencial para fragilizar a sociedade.

Diante do exposto, esta pesquisa se justifica devido a importância da Psicologia na prevenção/tratamento de distúrbios mentais ocasionados em profissionais motoristas de transportes coletivos, devido à grande exposição a pressões no dia a dia.

2. PROBLEMA DE PESQUISA E HIPÓTESE

O presente trabalho se desenvolve a respeito da seguinte questão: quais são os elementos relacionados ao estresse do trabalhador que atua com o transporte público e de que forma é possível contribuir para sua diminuição?

O profissional que atua com transporte público lida diariamente com várias situações desgastantes em sua prática diária. Além de suas atribuições tradicionais de conduzir o transporte coletivo, atentando para a manutenção da integridade do veículo e dos passageiros que está levando, e o controle do embarque e desembarque destes ele ainda precisa se adaptar à novas funções. Tais funções que surgiram após a eliminação do cobrador, o que acaba se tornando mais uma fonte de estresse e tensão com o risco de assaltos.

Enfim é um trabalho penoso, no sentido de que o motorista se torna um refém das circunstâncias que o circunscrevem e pouco pode interferir nos fatores sociais, ambientais e estruturais que têm efeitos concretos

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