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ADMINISTRAÇÃO. O ensino médio

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Por:   •  7/10/2013  •  Tese  •  1.766 Palavras (8 Páginas)  •  254 Visualizações

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Quando foi diagnosticada uma doença grave em um amigo, recorremos a um manual médico para saber mais sobre a doença. Da leitura do tratado, em inglês, pudemos extrair todas as informações necessárias, sem praticamente recorrer ao dicionário. O texto estava completo e sua leitura agradável. O médico que nos emprestou o livro fez um comentário interessante. Disse que o organizador convidava especialistas para que escrevessem os capítulos de sua área e antes de fazer a arte final seguia dois protocolos obrigatórios, a saber: i) enviava todo material a um romancista para tornar a linguagem mais fácil e ii) devolvia o material aos autores, para verificarem se as alterações não comprometiam as informações técnicas.

Este fato, confirma a tese de Peter Drucker: o verdadeiro comunicador é o receptor. Ao escrever é preciso perguntar-se: quem irá ler este texto? Em que condições? Um aluno universitário, em geral, precisa ler muito e se o texto for técnico, provavelmente o rendimento será menor. Um capítulo adaptado por um romancista facilita a leitura e a apreensão do conhecimento; e este é o objetivo.

As vezes a imaginação nos leva por caminhos estranhos e, por este motivo, não queremos fornecer uma resposta definitiva ao problema da escrita.

Enumeraremos, a seguir, algumas notas que podem ajudar a quem precisa escrever. Cada um poderia descobrir naturalmente soluções de como aprimorar a escrita, desde que se propusesse a isto. Leitura de boas obras e observar como os outros escrevem, facilitam o aprendizado. Com o passar do tempo, se exercitamos a escrita, poderemos dar passos seguros e significativos.

Lee Iacocca, o conhecido mega-empresário da indústria automobilística norte americana, tem uma capacidade de comunicação acima da média. Ele mesmo conta, em sua autobiografia, o que aprendeu de Robert McNamara: "...ele me ensinou a pôr todas as minhas idéias no papel. - Você é muito eficiente cara a cara, ele costumava me dizer. - Você conseguiria vender qualquer coisa a qualquer um. Mas estamos para gastar cem milhões de dólares aqui. Vá para casa hoje à noite e ponha sua grande idéia no papel. Se você não conseguir fazer isso é porque não trabalhou a idéia direito. Esta foi uma lição valiosa e a partir daí passei a seguir sua orientação. Sempre que um dos meus homens tem uma idéia, eu lhe peço para colocá-la no papel. Não quero que ninguém me venda um plano por causa do tom da sua voz ou da força de sua personalidade. Seria inadmissível." (in: Iacocca, L.; Novak, W. Iacocca, uma autobiografia São Paulo: Livraria Cultura, 1985. p.66). Em outro parágrafo, complementa a idéia de outra forma: "A cada três meses, cada gerente se reúne com seu superior imediato para rever seu próprio desempenho e para estabelecer seus objetivos para o período seguinte. Havendo acordo quanto a esses objetivos, o gerente os põe no papel e o supervisor assina. Como aprendi com McNamara, o hábito de escrever as coisas é o primeiro passo no sentido de realizá-las efetivamente. Na conversa, você pode se desviar para todos os tipos de imprecisões e absurdos, muitas vezes sem perceber. Mas, ao colocar suas idéias no papel, você se força a ir direto ao que interessa. É mais difícil enganar a si mesmo ou enganar aos outros." (ibidem p.71-72)

"Todo pesquisador deve escrever de acordo com os padrões exigidos pela ciência, no entanto, muitos não dominam a linguagem científica. Alguns editores apontam a falta de estilo como principal defeito dos artigos enviados para publicação por cientistas dos países em desenvolvimento. Isto indica que há uma deficiência importante na formação destes investigadores.

O ensino médio (de primeiro e segundo graus) enfoca a forma literária de escrever. Esta admite frases longas, complexas e retóricas, para passar imagens e sensações ao leitor. Ao contrário, a linguagem científica deve ser clara, objetiva, escrita em ordem direta e com frases curtas. Portanto, os indivíduos precisarão adequar sua redação quando se iniciam na carreira científica. Esse assunto tem sido negligenciado pelos cursos de Pós-Graduação no Brasil, originando a formação de Mestres e Doutores inabilitados para escrever artigos científicos. Geralmente esses jovens pesquisadores não têm consciência disso e passarão suas deficiências aos futuros orientados.

Para corrigir esta falha na formação é necessário muito esforço, paciência e disposição para ocupar quanto tempo for necessário. Acima de tudo, é preciso ter humildade para reconhecer as próprias limitações e trabalhar continuamente para eliminá-las. Produzir um texto adequado é tarefa árdua e demorada mesmo para aqueles que dominam a linguagem científica." (Valenti, W.C. Guia de Estilo para a Redação Científica)

A seguir, serão apresentadas algumas regras práticas sugeridas pelo professor Valenti, adaptadas para este artigo. Evidentemente, elas são de mero caráter típico-indicativo e admitem exceções, mas podem auxiliar na hora de escrever ou revisar um texto acadêmico.

1. Antes de iniciar, organize um roteiro com as idéias e a ordem em que elas serão apresentadas. Estabeleça um plano lógico para o texto. Só escreve com clareza quem tem as idéias claras na mente.(1)

2. Trabalhe com um dicionário e uma gramática ao seu lado e não hesite em consultá-los sempre que surgirem dúvidas.

3. Escreva sempre na ordem direta: sujeito + verbo + complemento.(2)

4. Escreva sempre frases curtas e simples. Abuse dos pontos.

5. Prefira colocar ponto e iniciar nova frase a usar vírgulas. Uma frase repleta de vírgulas está pedindo pontos. Na dúvida, use o ponto. Se a informação não merece nova frase não é importante e pode ser eliminada.

6. Evite orações intercaladas, parêntesis e travessões. Algumas revistas internacionais aceitam o uso de parêntesis para reduzir o período.

7. Corte todas as palavras inúteis ou que acrescentam pouco ao conteúdo.

8. Evite as partículas de subordinação, tais como que, embora, onde, quando. Estas palavras alongam as frases de forma confusa e cansativa. Use uma por frase, no máximo.

9. Use apenas os adjetivos e advérbios extremamente necessários.

10. Só use palavras precisas e específicas. Dentre elas, prefira as mais simples, usuais e curtas.(3)

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