Associação entre Desempenho Econômico e Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo

Nome: Juliana Cenedes Prudente de Oliveira

Resenha Crítica do artigo: Associação entre Desempenho Econômico e Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo.

        A crescente demanda por transparência corporativa influenciou na mudança de concepção de várias áreas acerca do tema sustentabilidade. Eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa são assuntos atuais que vem ganhando importância no dia-a-dia do mercado financeiro, resultante da disseminação do conceito de sustentabilidade, que vem pautando as discussões acerca das prioridades levantadas pelos ideais de desenvolvimento sustentável.

Buscando a adaptação a essa nova realidade e vislumbrando uma relação entre o homem e o meio ambiente surgiram associações, congressos, fundos, instituições e indicadores que se refletem a responsabilidade socioambiental de uma empresa. O lançamento do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) representou uma nova concepção para a Bolsa de Valores de São Paulo (BMF&BOVESPA), pois desde a sua criação empresas se esforçam para seguirem os padrões considerados sustentáveis e corretos, com o intuito de serem reconhecidas e fazerem parte da carteira.

Considerando que o ISE vem ganhando espaço no mercado de ações, trazendo benefícios para as empresas que o compõe, o artigo analisado buscou testar se empresas consideradas sustentáveis (listadas no ISE) apresentam retorno financeiro superior aos das demais empresas da BM&FBOVESPA, avaliado pelos retornos de suas ações. Nos trechos que tratam da fundamentação teórica sobre o tema verificou-se, além da aplicabilidade do termo Triple Bottom Line - TBL (dimensões econômica, ambiental e social da sustentabilidade como modelo de interpretação usado pelas empresas), a abordagem de alguns autores que afirmam que a adoção de práticas socialmente responsáveis contribui para o desempenho econômico da empresa, e por outro lado outros com a perspectiva de que essas práticas são geradoras de custos, representando desvios financeiros para as empresas.

Fundamentado na literatura e em modelo metodológico hipotético-dedutivo, os resultados apresentados no estudo não concluem que empresas que adotam práticas de responsabilidade socioambiental apresentem desempenho superior às empresas que não fazem usos dessas práticas, ou seja, não indicam associação positiva significante entre desempenho econômico e a participação no ISE. Contudo, ao simular carteira por período superior (um ano), o resultado foi considerado positivo, indicando que no longo prazo a carteira ISE apresenta desempenho econômico acima daquelas empresas participantes do Ibovespa e não listadas no índice.

Muitas pesquisas relacionadas ao tema do presente artigo apresentam diversas conclusões sobre a existência de vantagens promovidas pelo ISE às empresas participantes. A dificuldade de generalização de resultados pode ser fruto de falhas metodológicas, como definições não suficientes das variáveis (impacto, ativo total, lucro líquido, rentabilidade do ativo, outros) e erros nos bancos de dados analisados. Além disso, a disponibilização de informações sobre sustentabilidade ainda não é prioridade das empresas listadas na bolsa de valores brasileira.

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