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Biografia - Poeta Adão Ventura

Por:   •  3/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  674 Palavras (3 Páginas)  •  929 Visualizações

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Biografia:

Adão Ventura Ferreira Reis, poeta e prosador conhecido por Adão Ventura, nasceu em 5 de julho de 1946, em Santo Antônio do Itambé, então distrito do Serro (MG). Filho de Sebastiana de José Teodoro e de José Ferreira dos Reis, e neto de escravos, Adão Ventura viveu em péssimas condições, tendo mudado para Belo Horizonte, em busca de vida melhor, e conseguido se graduar em direito, pela Universidade Federal de Minas Gerais.  No início da carreira literária, em Minas Gerais, fez parte de uma consagrada geração de escritores, que se revelou pelo Suplemento Literário do Minas Gerais, então dirigido por Murilo Rubião, e da Revista Literária da UFMG.

O Suplemento Literário de Minas Gerais foi criado em plena Ditadura Militar, tendo agregado nomes como Afonso Ávila, Adão Ventura, Jaime Prado Gouvea, Luiz Vilela, Duílio Gomes, Luciene Samôr, Angelo Oswaldo, Humberto Werneck, Márcio Sampaio, Sérgio Sant’Anna, Sérgio Tross, Tião Nunes e outros. Contudo, a época não permitia que fosse desenvolvida a poesia negra, pois os militares haviam criado os chamados crimes de subversão, o que tornava a expressão da cultura e da luta negra em crimes contra a nação.

É quando Ventura denuncia o resultado da repressão militar:

Das cabeças nascem os cogumelos,

porque a palha é fosca e o cito

árido, porque o estábulo é a

farsa, e a marca é o malho, por

que escuro é o medo e espúria é

a pele, porque escuso é o encarte

entre o corpo e o chão.

 (Único poema, sem titulo, da "Unidade Terceira")

Adão Ventura também buscou alfabetizar os próprios pais, registrando no poema Alfabetização a situação:

Papai levava tempo para redigir uma carta.

Já mamãe, Sebastiana de José Teodoro

teve a emoção de assinar seu nome completo

já quase aos setenta anos.

Em 1973, foi convidado pela University of New México para lecionar literatura brasileira contemporânea. No mesmo ano, participou do Congresso de Escritores Internacionais (International Writing Program), promovido pelo departamento de Letras da Universidade de Lowa, destinado ao intercâmbio entre escritores jovens. Proferiu ainda, palestras nas Universidades da Flórida e de Bloomington.

Sua volta ao Brasil mostra a guinada dos textos surrealistas para os poemas que tratavam do povo negro e sua luta. Mudança que ficou mais conhecida com a publicação, em 1980, do livro A cor da pele:

Para um negro

a cor da pele

é uma sombra

muitas vezes mais forte

que um soco. Para um negro

a cor da pele

é uma faca

que atinge

muito mais em cheio o coração.

Outro poema do livro, Negro Forro, também mostra a nova faze do escritor, agora dedicado à causa negra:

 Minha carta de alforria

não me deu fazendas

nem dinheiro no banco

nem bigodes retorcidos.

Minha carta de alforria

costurou meus passos

aos corredores da noite

de minha pele”.

Depois de exercer várias atividades, mudou-se para Brasília em 1989, onde presidiu a Fundação Palmares entidade governamental dedicada à cultura negra. Obteve prêmios com a sua poesia e tem obras traduzidas para o inglês, espanhol, alemão e húngaro.

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