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Biografia De Poetas Afro Descendente

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Por:   •  15/11/2014  •  2.251 Palavras (10 Páginas)  •  1.688 Visualizações

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Francisco Solano Trindade (1908 –1974) é o nome mais representativo da poesia do

movimento da Negritude Brasileira dos anos 40 a 60. Natural da cidade de Recife, Solano para Rio de Janeiro em 1942, instalando sua residência em Caxias e, no ano de 1961, muda-se para a cidade de Embu, São Paulo. Em 1950, funda o Teatro Popular Brasileiro, TPB, juntamente com a esposa e coreógrafa Margarida Trindade e o sociólogo Edison Carneiro. Solano foi poeta, pintor, ator, folclorista e coreógrafo. A lírica do poeta afro-recifense fala de amor, da infância, das memórias de infância, da sua rua, do seu LITERATURA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA bairro, de heróis negros como Zumbi, de exclusão racial, dentre outras temáticas. Recusa os valores ou a assimilação negativa que depreciam a imagem do negro. Cria uma “narrativa de dentro”, do narrador coparticipante que preconiza o restabelecimento da autoestima de homens e mulheres negras, desarticulando estigmas e preconceitos raciais (SOUZA, 2006).

Reconhecido como uma de suas obras mais significativas, “Canto dos Palmares” é uma escrita precursora da épica quilombola dos afro-brasileiros. O herói da ação épica é Zumbi, o Grande-Chefe, rei do Quilombo dos Palmares, e líder guerreiro, personagem histórica do período da escravidão no Brasil Colônia, morto em 1695, e uma espécie de mito da resistência quilombola, cuja fala é intermediada pela voz do poeta-narrador,

que representa as vozes da consciência crítica e os anseios da população negra. Nessa épica moderna de 195 versos, Palmares é erigida das cinzas da história oficial, revista pelo griotda Diáspora negra, que narra a saga dos palmarinos na primeira pessoa do singular e do plural “eu/nós” (2006)

Júlio Romão da Silva nasceu em Teresina. Hoje, um dos homens mais eruditos do Brasil, escritor versátil e fecundo, com mais de quarenta obras publicadas, funcionário aposentado pelo IBGE, jornalista, professor, historiador, geógrafo, biógrafo, sertanista, crítico literário, dramaturgo, poeta, etnolinguista, pesquisador da língua Tupi, maçom, católico, Romão chega aos 95 anos de idade, lúcido, escrevendo e revisando seus escritos. Restabelece, portanto, a função do griotna diáspora negra, poeta e cantor da tradição africana e guardião da memória pessoal e coletiva, narrador da saga de pessoas ilustres da aldeia. Um dos escritores atuantes do Movimento da Negritude

Brasileira dos anos 40, 50 e 60, membro do Partido Comunista, homem das letras situado no centro dos acontecimentos culturais, sociais e políticos do Brasil (FERREIRA, 2012).

Romão publicou mais de quarenta obras entre livros e opúsculos. Dos quais, oito peças teatrais; ensaios críticos sobre literatura afrodescendente; biografias de escritores, artistas e homens negros ilustres; dicionários e gramáticas indígenas, crônicas históricas de cidades brasileiras, dentre outros estudos. Capoeirista na juventude, poeta e letrista, compôs letras de samba para o carnaval carioca. Romão é um dos pioneiros da crítica literária afrodescendente no Brasil, com o livro intitulado Luís Gama e suas poesias satíricas (1954), reeditado em 1981, publicando posteriormente outros ensaios críticos sobre a obra desse poeta ex-escravo e maior conhecedor da jurisprudência antiescravagista do seu tempo, o que também confere a Romão a autoria de um dos ensaios críticos (e biográficos) mais completos da poesia desse escritor negro. J. Romão da Silva é também autor do primeiro livro sobre a transferência da capital do Estado do Piauí da antiga capital Oeiras para Teresina (FERREIRA, 2012).

Atualmente, Romão é membro da Academia Piauiense de Letras e recebeu dois prêmios da ABL, com os livros: Geonomástico carioca de procedência indígena (etnolinguística), 1962; José, o vidente: a saga de Israel (teatro), 1983.

Consciente da condição de escritor negro, engajado nos princípios de igualdade social e racial, uniu-se a jovens autores negros, tornando-se uma das pedras fundamentais na construção dos ideais políticos, estéticos e culturais do Movimento Literário da

Negritude Brasileira.

Carolina Maria de Jesus (1914 – 1977) nasceu em Sacramento, Minas Gerais e morreu em Parelheiros, São Paulo. Filha de trabalhadores rurais e pobres, provavelmente neta de escravos, Carolina possuía pouca escolaridade, cursou apenas dois anos de escola do ensino regular. Em 1930, muda-se juntamente com a mãe para Franca, no estado de São Paulo e, em 1937, quando se dá morte da mãe, migra para a capital, São Paulo, onde se torna moradora da favela Canindé. Inicialmente, foi empregada doméstica e depois catadora de papel.

Os primeiros contatos de Carolina com a mídia se deu pelo intermédio do jornalista Audálio Dantas através de publicação de reportagens no jornal paulista Folha da Noite, em 1958 e na revista Cruzeiro, em 1959. “O sucesso e a fama vieram em 1960, quando a Livraria Francisco Alves lançou o livro Quarto de despejo: diário de uma favelada, constituído por fragmentos do diário de Carolina Maria de Jesus editados por Audálio Dantas. O Quarto de despejo foi a galinha dos ovos de ouro de Carolina, a obra ultrapassou as expectativas de vendagem e aceitação da época, rompeu as fronteiras das pequenas edições brasileiras e também causou opiniões contrárias quanto à originalidade autoral, por se tratar de uma autora negra, favelada e “semianalfabeta”, mas essas opiniões foram exorcizadas por Manuel Bandeira, poeta e crítico conceituado da época e pelo acolhimento imediato da obra no meio universitário. Em 1960, ano de sua publicação, a obra já se tornara um sucesso de vendagem. A partir de 1962, Quarto de despejos ganha projeção internacional.

Em 1960, com o sucesso de vendas de Quarto de despejos, Carolina Maria de Jesus muda-se da favela e passa a frequentar o meio dos escritores e intelectuais brasileiros. Publicou ainda várias obras, embora estas tenham sido um fracasso de venda e de crítica no Brasil, a autora, porém, continuou despertando interesse na universidades brasileiras e no exterior.

Maria da Conceição Evaristo de Brito (1946) nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, a 29 de novembro de 1946. Foi empregada doméstica na adolescência, concomitantemente ao estudo e conclusão no antigo Curso Normal no Instituto de Educação, na capital mineira. A partir de 1973, passou a residir no Rio de Janeiro. Graduou-se em Letras (Português – Literatura) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Obteve o título de Mestre em Literatura Brasileira pela PUC/RJ e o de Doutor pela Universidade Federal Fluminense. Conceição Evaristo é poeta, contista, romancista, ensaísta, pesquisadora, professora da

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