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Classificação de Risco de Crédito

Por:   •  18/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.366 Palavras (18 Páginas)  •  201 Visualizações

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CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE CRÉDITO: UMA PROPOSTA DE PADRONIZAÇÃO

Autoria: Alberto Flávio de Oliveira Silva

RESUMO: Hoje em dia o mercado financeiro necessita de cada vez mais agilidade em suas decisões, e uma das ferramentas que atualmente é largamente utilizada chama-se Classificação de Risco de Crédito, ou “Rating”, entretanto, sua utilização só foi largamente iniciada a partir da Lei 2682/1999, sendo que após a mesma vários modelos surgiram para suprir a demanda por tal classificação. Este trabalho procura estabelecer uma forma mais padronizada de chegarmos à atribuição de um “Rating”(Classificação de Risco) para as empresas utilizando-se não da análise das demonstrações contábeis, mas também  outras fontes de informações, tais como os órgãos de proteção ao crédito, informações colhidas durante uma visita comercial ou de crédito, forma de administração, dados cadastrais, dentre outros. Após pesquisa de algumas ferramentas de rating, resolvemos adaptar uma matriz desenvolvida por Securato (2007), e sugeriremos através desta matriz padrão modificada uma forma de analisarmos empresas que não produzem comumente demonstrações contábeis, tendo em vista sua forma de tributação (pelo Lucro Presumido ou pelo Simples). Desta forma poderemos avaliar utilizando-se de apenas uma matriz empresas tributadas tanto pelo “Lucro Presumido”, quanto pelo “Lucro Real”, e para conseguirmos chegar ao “Rating” adequando levaremos em consideração os C´s de crédito (Caráter, Capacidade, Capital, Colateral, Condições e Conglomerado), como base de nossa matriz, bem como os atributos dos mesmos.

Palavras-chave: Rating, Crédito, Risco, Caráter, Capacidade, Capital, Colateral, Condições e Conglomerado

  1. INTRODUÇÃO

O mercado bancário necessita cada vez mais de agilidade na resposta de crédito, mas sem abrir mão de uma avaliação do risco de crédito envolvido na operação.

Tendo em vista esta afirmação, temos que os modelos de risco de crédito são importantes, atualmente, porque proporcionam ao tomador de decisões o conhecimento necessário para avaliar se existe a possibilidade de conceder ou não o crédito para determinada pessoa.

Em um mercado onde as margens estão diminuindo rapidamente e a pressão para a redução de custos é incessante, os modelos proporcionam uma vantagem competitiva aos seus usuários. Em qualquer instituição financeira, que opere em muitas regiões geográficas, por exemplo, os modelos quantitativos podem injetar um elevado grau de objetividade, ou seja, vemos claramente que cada vez mais os modelos de risco de crédito vêm sendo usados para ajudar a liberar os valores de empréstimos.

Este trabalho tem como objetivo principal estabelecer uma ferramenta de calcular o rating de uma determinada empresa, sendo que o trabalho também ilustra como desenvolvemos o sistema de classificação de risco de crédito (rating) para empresas baseados em variáveis contábeis e não contábeis.


Desta forma o primeiro passo deste estudo consistiu em um levantamento  bibliográfico sobre os assuntos chave do trabalho como risco, crédito, C´s de Crédito, e rating principalmente.

Após a coleta do material necessário à pesquisa foram analisados alguns modelos de rating, de forma a verificarmos se algum se enquadrava nas necessidades de uma instituição financeira.

Identificamos alguns modelos que preencheriam algumas das características, mas nenhum atendia plenamente, ou estavam alinhados com outra realidade, e não a bancária, a saber:

  • Rating da Serasa Experian (não considera a performance do Sistema de Risco do Bacen - SCR);
  • Standard and Poors, muito técnico e fora da realidade bancária;
  • Creditflow2682 da Siacorp, adequado, mas de implantação onerosa;
  • Austin, mais voltado para rating de bancos e de grandes empresas;
  • Rating proposto por Securato (2007), adequado com foco diferente do proposto pelo estudo.

Tendo em vista que nenhum modelo se apresentava completo para a análise necessária aos anseios de uma instituição financeira, verificou-se qual dos analisados se aproximava  mais do modelo considerado ideal, sendo que adotamos o modelo elaborado por Securato (2007, p. 219), onde o mesmo mostra a estrutura de uma matriz de risco de crédito, mas levando-se em consideração os vários cenários macroeconômicos.

Tabela 1: Modelo Matricial de Risco de Crédito de Securato

[pic 1]

Fonte: Securato (2007, p. 219)


A partir da idéia que Securato (2007) transmitiu, realizamos uma adaptação o que nos levou a uma proposta de mensuração do risco de crédito, mas levando-se em consideração os aspectos pontuais da empresa analisada.

O modelo que estamos implementando é baseado nos Cs´s de crédito, com questões ligadas ao dia a dia do mercado atual, sem deixar de lado em um primeiro momento as notas provenientes das demonstrações contábeis, dizemos em um primeiro momento uma vez que em alguns casos a empresa não produz demonstrações contábeis, tendo em vista sua opção de tributação, quando isso ocorre o peso das notas recai sobre outros itens a fim de compensar a falta destas.

A partir da classificação gerada, podemos avaliar se há condição de conceder algum valor para o proponente, qual a entrada, prazo e spread que devemos cobrar, levando-se em conta a política da instituição financeira.

O artigo está organizado da seguinte forma: introdução (seção corrente), parte 2 os principais conceitos, parte 3 mostra a construção do sistema de classificação de risco, parte 4 são feitas as considerações finais.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

Para entendermos o que é risco de crédito, devemos primeiro saber o que é crédito e o que é risco, sendo que logo depois estabeleceremos uma relação destes com a Classificação de Risco (Rating). Devemos também abordar também o entendimento do que são os C´s de Crédito, para encerramos a explanação conceitual.

Segundo Schrickel (1998, p. 25), crédito “é todo ato de vontade ou disposição de alguém destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente, após decorrido um tempo estipulado”.

Para Securato (2007, p. 18) “em sua essência o crédito, ou mais propriamente a operação de crédito, é uma operação de empréstimo que sempre pode ser considerada  dinheiro, ou caso comercial equivalente a dinheiro, sobre o qual incide uma remuneração que denominamos juros”.

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