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Crítica da Divisão do Trabalho

Por:   •  2/10/2020  •  Resenha  •  1.224 Palavras (5 Páginas)  •  195 Visualizações

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Na obra “Crítica da divisão do trabalho”, de André Gorz, estão reunidos vários textos

de autores diferentes sobre a divisão capitalista do trabalho. Reunião essa de elementos

importantes que ainda causa discussão nos países capitalistas avançados.

Primeiramente, o capítulo discute a diferença entre as categorias de trabalhadores. O

primeiro deles, o coletivo, é caracterizado por ser mais complexo, sendo mais dotado de

capacidades e habilidades que o permitem comandar diferentes processos produtivos. Em

contrapartida, o trabalhador parcial é aquele que só possui a capacidade de realizar operações

simples, desprovido da habilidade de pensar, é deliberadamente conduzido pela lógica do

capital.

Desse modo, conclui-se que o trabalhador pensante se sobrepõe à automação,

deixando as máquinas substituírem a força de trabalho previsível, a qual não conhece outros

modos de produção além daquele proposto para sua função. Assim, fica evidente que mesmo

após dezenas de anos passados da revolução industrial, a futilidade de uma função só é

concretizada quando a mesma é desprovida de variáveis que fazem necessárias a sua

ocupação por um especialista qualificado.

Entretanto, para o contexto da manufatura, segundo o autor, a hierarquização das

forças de trabalho em hábeis e inábeis faz da mão de obra incapacitada a opção de escolha

mais provável para ocupar um cargo, uma vez que as tarefas normalmente simples do

processo são facilmente realizadas por tais trabalhadores. Dessa forma, ocorre a diminuição

de despesas e consequentemente o aumento da mais-valia, sendo toda essa conduta realizada

através de submeter o trabalhador à disciplina do capital proposta pelos capitalistas.

Esses empregados, dessa forma, são submissos, sendo vítimas da supressão de suas

capacidades individuais em prol de uma função pré-estabelecida. Assim, convém relacionar o

visível fato burocrático criticado por Bennis na obra “Organizações em mudança” de que um

dos grandes problemas das organizações atuais, que podem as levar a seu fim, é a

impessoalidade e padronização de seus membros, não os colocando como humanos no jogo

do capital.

Por ser um acessório do capitalismo, o trabalhador não desenvolve mais sua força

produtiva. Assim, a divisão do trabalho na manufatura imprime um cunho que o consagra

como propriedade do capital. Outrossim, tal divisão separa do empregado as capacidades

intelectuais da produção, sendo dominado por elas. Isso faz dos trabalhadores peças de uma

máquina, não criativos ou pensantes, controlada por capitalistas providos da capacidade de

racionalizar.

Apesar de na manufatura os trabalhadores serem membros de um mecanismo vivo

composto por humanos e na fábrica são apenas complementos de uma estrutura morta

composta por máquinas que existem independentes dos trabalhadores, a alienação da força de

trabalho é a mesma. Como a produção, no segundo caso, parte principalmente do maquinário,

os humanos podem ser facilmente substituídos por outros sem que haja interrupção na

produção, ocorrendo claramente a desvalorização da mão de obra viva no processo produtivo

da fábrica.

A coisificação do humano, nesse processo, acarreta em uma consequente perda

de interesse pelo trabalho e a rotina diária acaba por gerar psicoses e antipatias, assim vista

no filme “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin. Além disso, a psicose ocupacional

proposta por Dewey acaba por enlouquecer o trabalhador pela incessante pressão metódica e

disciplinar.

Além do mais, o código de punições da organização faz das indisciplinas meios para

descontar salários e assim como chama Bennis, unidades de motivação. Desse modo, a

vontade pelo trabalho cai drasticamente em um ambiente com condições já precárias.

Entretanto, para os burgueses, mudar esse fato não é vantajoso, uma vez que podem

facilmente substituir as “peças” humanas de sua instituição por outras que não se degradem.

Já na obra de Landes “O Prometeu Desacorrentado”, o gigante liberado é o

sistema fabril: a exploração constante do proletariado, na Inglaterra revolucionária, chocou e

despertou Marx. Nesse ínterim, as fábricas chinesas não se distinguiram, pelas condições de

trabalho, das manufaturas de inglesas do século XIX. Assim, fica claro que esse “Prometeu”

leva seus efeitos dessa grande indústria pelo mundo.

Landes argumenta, dessa forma, que a globalização não é nada mais que a busca de

por riquezas. Nesse contexto, a civilização industrial do Ocidente foi a maior geradora de

riqueza da história, uma vez que foi associada à inovação tecnológica e à ambição por

negócios dos homens da época. Mas, apesar de todas essas transformações, na visão de

Landes,

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