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Empreendedorismo e o Desenvolvimento do Turismo na cidade de Tiradentes

Por:   •  7/6/2016  •  Resenha  •  1.348 Palavras (6 Páginas)  •  474 Visualizações

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Seminário 8: Empreendedorismo e o desenvolvimento do turismo na cidade de Tiradentes

Jack Lessinger, em 1986, escreveu um livro prevendo o deslocamento das pessoas dos grandes centros urbanos para as pequenas cidades rurais, fazendo com que os preços dos imóveis fossem alterados. A obra de Lessinger foi seguida por algumas outras mais recentes ressaltando a redescoberta de pequenas localidades, com grande beleza e com grande potencial econômico para novos empreendimentos. As pessoas também querem mais estar em contato com a natureza, com a conservação de recursos naturais, querem estar em contato com a memória histórica.

Esse estudo foi considerado importante por dois motivos: Primeiro, se Lessinger e outros autores de visões similares tiverem razão e se algum processo análogo à noção de ‘penturbia’ ocorre no Brasil, a dinâmica social e a dinâmica dos atores sociais envolvidos, pode configurar significativa importância em termos práticos e também teóricos. Segundo, mesmo que a ‘penturbia’ não seja uma tendência como o que foi previsto, não há dúvida quanto à importância econômica, social e cultural de localidades que mobilizam recursos culturais, arquitetônicos e naturais como base de seus novos modelos de desenvolvimento econômico-social, como parece ser o caso de algumas cidades históricas brasileiras.

A maior parte dos ativos imobiliário e dos ativos financeiros dessas comunidades estão nas mãos de empreendedores capitalistas, então políticas de sustentabilidade e inclusão social dependerão de articulações com a força produtiva.

O início das pesquisas sobre o empreendedorismo foi marcado pelo esforço em identificar atributos que o distinguiria do resto. Características psicológicas, tolerância ao risco, fatores demográficos como a educação, todos esses aspectos foram levados em consideração. Porém essas pesquisas foram deixadas de lado quando foi percebido que os empreendedores apresentam diferentes características e que isso oferece diferentes impactos nos seus empreendimentos. Até em estudos feitos sobre o empreendedorismo social são apresentados diferentes tipos de pessoas desenvolvendo as atividades. A maior parte desses estudos são norte-americanos, então pouco se sabe sobre as diferenças entre os empreendedores norte-americanos e os brasileiros. Apenas os aspectos psicológicos, em uma exceção, foram estudados em uma incubadora em Santa Maria (RS), então pouco se sabe sobre a atuação dos empreendedores in loco no Brasil.

Com essas pesquisas o que se pode notar é que o empreendedor não precisa ser um tipo só para prosperar. Há empreendimentos prósperos que operam há anos sem grandes alterações em seus modelos de negócio, gestão e estilo de liderança.

Para aumentar a probabilidade de utilidade da pesquisa realizada para outros pesquisadores fez-se necessário confrontar os tipos observados com tipologias já existentes. Também houve a coleta empírica de dados na literatura internacional buscando identificar tipologias de empreendedores que pudessem ser defrontadas com as observações realizadas.  Porém como resultado, se constatou a inexistência de grandes detalhes de categorias de empreendedores na literatura clássica sobre o tema.

        Em uma pesquisa de campo realizada por Smith dois tipos de empreendedores foram identificados e nomeados como artesãos e oportunistas.

Artesãos: Caracterizado pelos filhos do operário, que tem grande treinamento técnico, ou instruções em nível superior, porém muitas vezes não concluído. São pessoas dedicadas a desenvolver o melhor trabalho e tendem a abrir os seus próprios negócios, prezando o serviço de qualidade e bons funcionários, não dando tanto valor ao crescimento e aos lucros.

Oportunistas: Geralmente vem de famílias com mais posses, tem curso superior, mas raras às vezes em áreas técnicas. Tendem a acumular experiência antes de abrir o próprio negócio, valorizando o negócio como um valor em si. Eles prezam os lucros e o crescimento, mesmo tendo que lidar com financiamentos bancários e sócios.

        Outras pesquisas foram realizadas trazendo novas tipologias, porém a tensão entre o crescimento e os lucro de um lado e do outro a ênfase na excelência da produção.

        Filley e Aldag (1978) realizaram um survey com médias e pequenas empresas de manufatura, revelando três tipos de empreendimento, chamando-os de artesanal, promocional e administrativo.

Artesanal: Lideradas por empreendedores que buscavam o conforto pessoal e perpetuidade da empresa, tendo como foco principal os aspectos tecnológicos e produtivos.

Promocional: Lideradas por pessoas carismáticas que prezavam muito a inovação, buscando sempre a diferenciação dos seus produtos, sempre buscando maneiras de destacar a empresa da demais.

Administrativo: Lideradas por empreendedores profissionais, mudanças de mercado se realizavam por meio de cuidados processos de planejamento, contando sempre com mudanças incrementais.

Perto da virada do século, muitos estudiosos de diferentes disciplinas redescobriram o conceito de bricolage, forjado pelo antropólogo francês Lévi-Strauss, e qual era o seu papel na geração de inovação. Baker e Nelson (2005), identificaram nos empreendedores praticantes do bricolage uma capacidade para criar algo novo do nada, usando de grande criatividade para solucionar os problemas imediatos.

        Para a pesquisa optou-se por um estudo de campo do tipo Grounded Theory de cunho etnográfico. Ao longo da pesquisa foram levados em consideração conceitos da literatura em ciências sociais que pudessem orientar e refinar as indagações. A revisão de literatura sobre tipologias internacionais de empreendedor também fez parte dos materiais utilizados pelos pesquisadores, durante e após o estudo de campo.

        No que se diz à estratégia de coleta de dados, o estudo foi iniciado pela criteriosa análise de documentos históricos e administrativos visando a descrever os contextos econômicos e sociais da comunidade investigada, visando resgatar os ciclos de desenvolvimento econômico-social. Durante o período de 2009 a 2010 visitas in loco foram realizadas na cidade de Tiradentes, além das observações foram feitas entrevistas em profundidade com dirigentes de pousadas, restaurantes, ateliers, fundações, associações de artesãos, membros da igreja e representantes da classe política da cidade.

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