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Mobilização Popular E A Melhoria Da Gestão Pública

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Por:   •  28/10/2014  •  Projeto de pesquisa  •  6.593 Palavras (27 Páginas)  •  200 Visualizações

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“Referência do texto”

Mobilização popular e a melhoria da gestão pública

O Brasil está vivendo momentos de efervescência (junho de 2013).

O que começou de forma pontual como um protesto contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo ganhou o país e se transformou em uma ampla demonstração de insatisfação popular. Em grande parte insatisfação com a falta de qualidade dos serviços públicos e pela falta de ética na política. Considerando o título desse blog, não poderia deixar de refletir sobre o assunto.

Além dos representantes do movimento do passe livre, não há lideranças bem definidas e isso assusta a classe política, que está acuada aguardando o encerramento dessa onda de protestos. A imprensa e a classe política estão procurando uma liderança na multidão. Mas não encontram uma. Encontram milhares. A imprensa quer um rosto para estampar nos jornais e revistas. Essa é a grande diferença desse movimento. Não tem uma bandeira e em grande parte é pacífico.

Mas o que as manifestações estão dizendo efetivamente ?

Compreendo que a mensagem é clara de que a sociedade exige mudanças: O recado das ruas é: ou a classe política reage e faz as mudanças ou a sociedade está avisando que vai mudar a classe política.

Há políticos que há décadas se revezam no poder sem apresentar alternativas claras.

Durante toda semana de protestos sentimos falta de um pronunciamento da presidente Dilma. Queríamos ouvir o que os presidentes da Câmara e do Senado tinham a dizer à população. Somente no final de junho iniciou-se uma forte mobilização política envolvendo o executivo, legislativo e judiciário para dar respostas aos manifestantes.

A presidente Dilma se manifestou somente no dia 21/6 às 21h em cadeia nacional.

O que toda classe política espera é que isso tudo passe logo e que na euforia da Copa do Mundo de 2014 a população se esqueça dos problemas do país e continue votando sempre nos mesmos nomes. Por que há deputados que estão na quinta, sexta legislatura? É claro que é porque a população os elegeram ! Há quanto tempo José Sarney é senador mesmo?

Olhando para trás, em 1984, me lembro que aos 14 anos já estava trabalhando como desenhista na cidade de Marília.

Naquele momento minha consciência política começava a aflorar e por isso guardo boas recordações do movimento de Diretas Já. O Congresso não respeitou a vontade das ruas. No entanto, foi possível a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral. Se não fosse a mobilização popular talvez seriamos governados pelo Paulo Maluf, candidato oficial dos militares. Aliás, Maluf continua sendo eleito.

Para tristeza de milhões, tomou posse José Sarney. O resultado todo mundo conhece.

Em 1992, estava trabalhando em uma indústria na cidade de Blumenau, fazendo estágio de final de curso de engenharia mecânica. Vi pela televisão as manifestações dos cara-pintadas que levaram a classe política a votar pelo impeachment de Fernando Collor de Mello. Os deputados falavam com orgulho: pelo povo brasileiro voto pelo sim.

No entanto, passados alguns anos todos continuaram votando nos mesmos prefeitos, vereadores, deputados e senadores de sempre. Itamar Franco e FHC tiveram papel importante na estabilização da moeda (Plano Real). Mas a venda de diversas estatais a preços considerados irrisórios não ajudaram o país. A Companhia Valle do Rio Doce é um exemplo disso. Hoje é fácil perceber que teria sido mais adequado que tivesse havido uma licitação para conceder a exploração, mantendo parte do controle acionário nas mãos do governo federal. Apesar das vantagens advindas da popularização do celular e da banda larga, que permitem mobilizações como as de hoje (o Brasil é um dos países mais conectados do mundo), a venda da Telebrás ao custo de 13 bilhões é difícil de ser explicada.

Um sopro de esperança se deu com a eleição de Lula em 2002. Isso representou o símbolo da possibilidade de que não era preciso ser da elite para chegar ao posto mais importante do país.

Não podemos negar que o país avançou com o governo Lula. Sabemos que algumas ações do governo anterior contribuíram para esse fato. Raramente isso é admitido pelo governo atual. O controle inflacionário, a lei de responsabilidade fiscal, a Bolsa Escola, o Fundeb foram importantes. A tentativa de privatizar as escolas técnicas, a venda do patrimônio público e a tentativa de implantação do estado mínimo foram as heranças malditas.

Com a construção de mais de 200 escolas técnicas no interior do país (governo Lula) temos a oportunidade de levar educação, ciência e tecnologia onde não havia oportunidade para sonhar. Serão 560 escolas no total até o ano de 2014. Até 2005 esse número era de apenas 154 escolas. Essa é uma das grandes conquistas do país e do atual governo. Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia estão provocando uma revolução silenciosa que dará frutos nas próximas décadas. Trabalhar no IFSC e contribuir para esse processo me enche de orgulho.

Milhões saíram da miséria, mas uma parte desse contingente passou a ser dependente de auxílios do governo. Gostaria de ver essas pessoas recebendo educação de qualidade e trabalhando com dignidade e não precisando receber bolsa do governo. A educação profissional é um opção viável para isso. Mas não formação superficial. Na Alemanha, mais de 70% dos jovens se matriculam na educação profissional após o ensino fundamental. No Brasil esse número é menos que 10%. Assim os beneficiários dos programas de combate à miséria seriam realmente livres para se expressarem e a votarem em quem eles quisessem sem medo de perder os benefícios.

Isso fortaleceria nossa democracia.

Penso que o programa de distribuição de renda por meio da bolsa família se tornou uma das principais ações do governo Lula no campo social. Porque as pessoas mais pobres passaram a consumir mais e isso ampliou a venda de bens de consumo. As indústrias fabricaram mais e contrataram mais. O comércio vendeu mais e empregou mais. O crédito fácil fez com que as financeiras e bancos ganhassem verdadeiras fortunas. Com a ampliação do mercado interno ultrapassamos com relativo êxito as crises mundiais. Milhões de novos empregos foram abertos nesse período. Muito foi feito também em diversas áreas é evidente. Como não ter orgulho do papel da Petrobrás, que quase virou Petrobrax no governo FHC? Como não ter orgulho do país ser uma

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