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Métodos Qualitativos

Por:   •  18/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.048 Palavras (9 Páginas)  •  514 Visualizações

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Heurísticas

Tversky e Kahneman foram um dos pioneiros no estudo dos vieses comportamentais sob a ótica financeira. Em Judgment Under Uncertainty: Heuristics and Biases (1973) desenvolveram um estudo que disseca os Processos Heurísticos. A motivação destes dois pesquisadores era demonstrar que o ser humano comum não segue os princípios matemáticos adequados ao julgar a probabilidade de eventos incertos. Segundo o artigo, através de tais processos, as pessoas reduzem complexos problemas de probabilidade e previsão, a simples operações de julgamento.

Porém, o estudo sobre as Heurísticas não começou com Tversky e Kahneman. A Psicologia Cognitiva já apresentava estudos consolidados acerca do assunto, antes de serem levados para o ramo da economia. Para entendermos sob o prisma da psicologia, heurísticas são “regras de bolso” geradas de forma simples e eficiente, formadas com nossa experiência de vida, que nos direcionam para tomadas de decisões em ambientes e momentos de incerteza. Estes processos geralmente auxiliam eficientemente a nossa tomada de decisões, porém em alguns casos podem gerar vieses cognitivos e sistemáticos.

Segundo Judgment Under Uncertainty: Heuristics and Biases de Kahneman e Tversky (1973), os processos heurísticos estão tão presentes no nosso cotidiano devido à dificuldade das pessoas em detectarem tais desvios. Para os autores, chega a ser surpreendente constatar que a experiência de vida não seja suficiente para as pessoas identificarem os vieses. A falta de conhecimento sobre os princípios estatísticos é a principal causa para “cegar” o agente em sua tomada de decisão.

No entanto, também devemos entender que por serem muitas vezes altamente econômicos e efetivos, os processos heurísticos são úteis ao raciocínio mental, o que pode amenizar o policiamento e detecção por parte dos seres humanos. Contudo, não podemos esquecer que podem nos levar a graves erros previsíveis e sistemáticos.

Assim, acreditamos que um estudo profundo sobre estas heurísticas pode ajudar a melhorar o julgamento e tomada de decisões em situações de incerteza e risco por parte dos agentes.


Heurística da Disponibilidade

Segundo Kahneman e Tversky em Availability: A heuristic for judging frequency and probability (1974), a Disponibilidade é o processo heurístico no qual as pessoas julgam a frequência de um evento pela facilidade com que ocorrências similares são lembradas. Ou seja, esta heurística leva as pessoas a estimarem a probabilidade de um resultado, baseado no quão disponível o mesmo se encontra no nosso imaginário. Este processo gera vieses que podem comprometer o julgamento do ser humano em relação à probabilidade ou frequência de um evento acontecer.

Para demonstrar tal efeito, os autores realizaram um experimento, onde grupos de pessoas teriam que escutar uma lista que continha o mesmo número de personalidades famosas dos sexos masculino e feminino. Após ouvirem a lista, as pessoas foram perguntadas se a lista tinha mais personalidades do sexo masculino ou feminino. Para cada grupo foram apresentadas listas diferentes, sendo que algumas continham personalidades do sexo masculino mais famosas do que as do sexo feminino (Exemplo: foram apresentados nomes como Richard Nixon para representar o sexo masculino, e nomes de artistas locais no começo da fama para representar o sexo feminino).


Cada grupo julgou incorretamente que as listas com personalidades masculinas mais famosas, possuíam mais homens do que mulheres. O mesmo aconteceu quando o experimento elaborou listas com mulheres mais famosas. Ou seja, a familiaridade que as pessoas tinham com os nomes mais famosos, fez com que essa informação ficasse mais disponível na memória, enviesando o julgamento numérico das pessoas.

Através de seu estudo Judgment Under Uncertainty: Heuristics and Biases (1973), Kahneman e Tversky reconhecem que a experiência de vida nos ensina que casos mais frequentes são “chamados” com mais eficiência e rapidez por nosso cérebro. Além disso, ocorrências mais prováveis são mais facilmente imaginadas do que as menos prováveis. Como resultado, o ser humano se utiliza da disponibilidade, para estimar a probabilidade de um evento vir a acontecer, a partir do que nossa mente reteve acerca de sua frequência no passado.

Porém, muitas vezes podemos nos deparar com um fluxo muito intenso ou frequente de informação acerca de um evento específico, que pode torná-lo mais acessível para o nosso cérebro. Assim, este mesmo evento pode ser julgado mais frequente ou intenso do que realmente foi. Plous (1993)8 exemplifica tal situação a partir da seguinte pergunta: “O que é mais provável nos Estados Unidos, ser morto por ataque de tubarão ou por queda de avião?”. A maioria das pessoas perguntadas consideraram ataque de tubarão como a opção mais provável. No entanto, segundo Death Odds9 (1990), a probabilidade de morrer por queda de avião é trinta vezes maior do que por ataque de tubarão. Plous explica que ataques de tubarão recebem maior atenção da mídia, além de serem mais fáceis de imaginar, devido a filmes como Jaws (blockbuster dos anos 90).

Heurística da Representatividade

Antes mesmo de Judgment Under Uncertainty: Heuristics and Biases, Daniel Kahneman e Amos Tversky já haviam publicado um paper que dissecava a heurística representatividade de forma a explicar sua influência no julgamento de probabilidades. Em Subjective probability: A judgment of representativeness, estes pesquisadores dão o “pontapé inicial” para a inserção da psicologia cognitiva no estudo das Finanças.


Kahneman e Tversky definem Representatividade como uma heurística usada para avaliar a probabilidade de um evento incerto pelo grau com que: (i) é similar com seu universo gerador nas suas propriedades essenciais; e (ii) reflete características relevantes do processo pelo qual é gerado. No entanto, julgamos que a definição destes teóricos em Judgment Under Uncertainty: Heuristics and 24 Biases se demonstra mais explicativa: a representatividade é o processo no qual a pessoa julga um evento A mais provável que um evento B, quando A demonstra ser mais representativo para essa pessoa do que B.

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