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Nordeste Brasileiro

Por:   •  18/9/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.592 Palavras (7 Páginas)  •  284 Visualizações

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1. Qualidade: Historia e Conceitos

1.1 História da Gestão da Qualidade

Podemos observar que a preocupação com a qualidade existe há muito tempo, desde as sociedades primitivas que selecionavam das colheitas os alimentos que não eram adequados para consumo. O que não se aproveitava era consequentemente descartado.

Segundo Mello (2011) podemos dividir a historia da gestão da qualidade em quatro etapas: as inspeções de produtos, o controle estatístico de qualidade, a garantia de qualidade, a gestão da qualidade total.

a) As inspeções de produtos:

A inspeção de produtos acabados foi desenvolvida para que fossem observados produtos defeituosos ou que não estivessem em conformidade com o planejado, foi uma das primeiras manifestações formais com a preocupação com a qualidade. Tudo que não estivesse de acordo era descartado ou melhorado ate que ficasse bom o suficiente. No entanto a inspeção não gerava garantia de qualidade, pois esse procedimento evitava que produtos defeituosos chegassem às mãos do consumidor, no entanto não se investigava o que havia ocorrido de errado no processo para que o produto ficasse defeituoso e nem tampouco prevenia o surgimento de outros, gerando assim, muito desperdício para a empresa.

Com a chegada da revolução industrial e com a conseqüente substituição da manufatura pela fábrica e da instauração da divisão do trabalho preconizado por Taylor, fez-se necessário a criação de sistemas de inspeção para que os operários pudessem assumir esse papel de verificação do controle da qualidade.

Assim esses chamados "inspetores" ficariam responsáveis pela verificação de todos os lotes, usando ferramentas que possibilitassem a garantia da qualidade.

“Os Inspetores usavam gabaritos e modelos - padrão para determinar se uma peça estava ou não em conformidade. Podiam examinar todas as peças ou escolher algumas, aleatoriamente. Caso fossem constatados defeitos, examinavam-se todas." Mello (2011, p.10)

No entanto o aumento da produção ficou cada vez mais inviável a utilização desse método complexo de certa forma para verificar o que estava em conformidade ou não com os modelos estabelecidos. Assim, foram introduzidas as primeiras ferramentas estatísticas, considerando a variabilidade do processo produtivo.

b) O controle estatístico de qualidade:

Com a chegada da produção em massa, a tarefa de inspecionar todos os produtos, tornou-se muito mais difícil, devido ao tempo e ao custo que acarretava as indústrias, fez necessário então o uso de controles estatísticos que viabilizassem esse processo.

No final da década de 1930 nascia o controle estatístico da qualidade (CEQ). Em que o principal responsável pela introdução dos métodos quantitativos para avaliação da qualidade foi Walter A. Stewart.

No entanto, continuava-se a apontar e quantificar os defeitos dos produtos, mas sem investigar suas causas, e alem disso, passaram a surgir setores específicos dedicados a qualidade, mas a qualidade era enxergada somente como responsabilidade de um setor e não das demais áreas da empresa.

Na década de 1940 Shewart criou o gráfico de controle de processos, ferramenta esta simples e muito utilizada nos dias de hoje. Com essa ferramenta foi possível identificar as variações nos processos produtivos e a descoberta da causa dos defeitos.

Após a segunda guerra mundial já se utilizava com freqüência o controle de processo, que aos poucos foi substituindo a inspeção por produtos. O foco agora estava no processo e em toda a sua cadeia produtiva, a qualidade estava voltada para a indústria.

Nesse momento, surgiram dois estudiosos da qualidade muito importantes, Deming e Joseph M.Juran. Devido à grande crise que o Japão passava no momento, onde havia sido devastado pela guerra, surgia à necessidade de providencias rápida para por novamente o país em pé.

Assim Deming e Juran foram convidados pela Union Off Scientists and Engineers (JUSE), para orientar e treinar o empresário Japonês no controle da qualidade. A implantação da qualidade gerou tantas contribuições positivas que ocasionou uma revolução na indústria japonesa.

c) A garantia de qualidade:

Na década de 1950 o controle estatístico da qualidade evoluiu para a garantia da qualidade.

Com todo investimento que a indústria norte americana fez no período de guerra em artefatos militares, a produção de bens de consumo perdeu sua qualidade. Pois grandes esforços foram feitos para abastecer o mercado nesse período de pós guerra, porem não obtiveram sucesso porque passaram a privilegiar a quantidade e não a qualidade.

Assim o Japão continuava a todo vapor com seus investimentos em qualidade, desenvolvendo padrões e normas de qualidade, pois o foco passou a ser na prevenção dos defeitos.

Neste particular Pereira Mello registrou que:

As empresas começaram, então, a calcular os custos da falta da falta de qualidade e a vê-la como um problema que precisava ser enfrentado de maneira proativa – já não bastava tirar de circulação o produto defeituoso; fazia-se necessário eliminar o defeito antes que ele aparecesse, bem como deslocar os investimentos para a prevenção. A boa noticia era que, nesse processo, previa-se uma economia considerável de divisas. (2011, p.12)

A qualidade deixava ser vista como uma responsabilidade de apenas um setor específico, agora a visão tornava-se ampla, onde a todos os funcionários passaram a executar o processo da qualidade.

Nesse período o Japão recebeu grandes contribuições de importantes estudiosos com suas teorias, e linhas de pensamento:

  • Crosby – programa de defeito zero
  • Juran – abordagem dos custos da qualidade
  • Armand V.Feigenbaum – concepção de controle total da qualidade
  • Kaoru Ishitawa – adaptação das idéias de Deming e Juran no Japão
  • Genishi Taguchi - redução da variabilidade em processos industriais

d) A gestão da qualidade total:

Nos anos 1970 os EUA e outros países industrializados começaram a reagir à supremacia dos produtos Japoneses. Assustados com a concorrência estabelecida resolveram se mobilizar para mudar a situação e recuperar o terreno perdido.

Assim, iniciou o período conhecido como a era da gestão da qualidade total, em que foi marcada principalmente pela queda de braço estabelecida entre os EUA e o Japão para mostrar quem produzia com mais qualidade.

O foco agora estava no cliente e nos processos de gestão, onde já não bastava mais se preocupar somente com a prevenção de defeitos e diminuição de perdas. A gestão da qualidade passou a ser vista como uma maneira de agregar valor aos produtos, onde todo o processo deveria apresentar qualidade, desde a escolha da matéria prima ate o atendimento pós venda. Essa nova forma de estabelecer a qualidade surtiu efeito e estabeleceu a possibilidade da criação de uma vantagem competitiva entre os concorrentes.

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