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OS IMPACTOS DA REFORMA PROTESTANTE NA ECONOMIA

Por:   •  4/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  379 Palavras (2 Páginas)  •  393 Visualizações

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OS IMPACTOS DA REFORMA PROTESTANTE NA Economia

Cultura e Religião são um dos principais motores de transformações sociais ao longo da história humana. A economia, uma das dimensões do estudo do comportamento humano, não estaria imune aos impactos externos exercidos por mudanças na esfera cultural e religiosa. Segundo Weber, o pensamento teológico calvinista teria impulsionado a fase inicial do desenvolvimento capitalista, ao legitimar uma ética voltada para trabalho e poupança.

Ao contrário dos demais países católicos, que detinham uma concepção tradicionalista do trabalho, enquanto meio de sustento para a manutenção de um padrão fixo de consumo, a concepção calvinista do trabalho o constituía um fim em si próprio. Esta concepção do trabalho com um fim em si próprio levaria a uma nova mentalidade de contínuo aperfeiçoamento profissional e acumulação de capitais.

Estes ganhos de capital humano com a alfabetização podem não ter se refletido em ganhos econômicos imediatos para uma economia agrária e manual como a Alemanha do século XVI e XVII. Contudo, a educação passou a exercer um peso econômico decisivo em meio à crescente especialização técnica exigida pela Segunda Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX. Com isso, as regiões protestantes, mais alfabetizadas que as católicas, puderam se lançar à frente no processo de desenvolvimento industrial.

Outras evidências de impactos indiretos do protestantismo sobre o desenvolvimento capitalista também podem ser encontradas em estudos como o de Cantoni (2017). Segundo este estudo, demonstra-se que o advento do luteranismo na Alemanha teria promovido aquilo que se denomina de “secularização da economia”. Capitais e terras pertencentes à Igreja, primariamente voltadas para atividades monásticas e marcadas pelo enclausuramento social, foram expropriadas por autoridades seculares alemãs durante as guerras religiosas dos séculos XVI e XVII. Deste modo, as terras e capitais, que eram até então monopolizadas pelo poder eclesiástico, foram liberadas e redirecionadas para atividades seculares, mais produtivas e voltadas para o mercado.

O estudo qualitativo de Basten e Betz (2013) apresenta evidências mais claras da tese clássica weberiana, definida pela relação entre a ética protestante e a formação da mentalidade capitalista de trabalho e poupança. Segundo estes autores, a “ética do trabalho” estaria evidenciada no fato de que regiões mais fortemente ligadas à Igreja reformada tendem a apresentar padrões de votações mais alinhadas com o livre mercado e menos com a expansão do welfare state.

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