RESPONSABILIDADE SOCIAL

2 REDUÇÃO DA POBREZA

A erradicação da pobreza é a meta número 1 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Na agenda 2030, a conscientização acerca da responsabilidade social remete a repensar sobre as atitudes necessárias para tornar o bem estar social a todos os interessados.

É fundamental que as empresas tenham envolvimento com as comunidades locais, isto é, contribuir para o desenvolvimento econômico e humano dos indivíduos ou até mesmo atuar diretamente na área social, em parceria com o governo, outras empresas do setor privado e sociedade civil.

A organização ao adotar medidas para ser socialmente responsável com a comunidade, não pode desconsiderar a cultura local já existente, pois até o momento, predominam os valores morais que são comuns à região, portanto, não é fácil tal modificação. Obviamente, a organização não deve ser radical, mas sim, flexível e dinâmica, a ponto de fazer a utilização de métodos que explicitem que o interesse é meramente aprimorar mais conhecimento e melhorar a qualidade de vida.

As empresas privadas podem criar projetos, cujo objetivo é instruir a comunidade, desta forma, estará influenciando o modo de pensar das pessoas, desenvolvendo novos valores que em longo prazo podem gerar diferenças significativas e positivas. Inevitavelmente, a mentalidade estará aberta para ampliação de novos conhecimentos, acarretando efeitos positivos na vida individual e possivelmente uma melhoria geral, em benefício do desenvolvimento da sociedade como um todo.

Em sequência, o setor privado também pode contribuir diretamente com a redução da pobreza, aproveitando a mão de obra local e geração de benefícios para os habitantes que são afetados por alguma externalidade negativa causada pela produção ou suprimento de uma necessidade.

A construção da cidadania, por parte da empresa socialmente responsável, se da por meio da contratação de mão-de-obra sem experiência também. Algumas empresas implementam com sucesso projetos de contratação de colaboradores sem experiência no mercado, especialmente jovens. Neste sentido, a empresa deve contemplar os requisitos estabelecidos pela Lei do Aprendiz - Lei 10.097/2000. (ZARPELON, 2006).

O ideal é que as empresas consolidem projetos educacionais voltados para as crianças e jovens, ou realizem o patrocínio para uma determinada instituição, dispondo, sobretudo, de recursos humanos para efetividade do projeto. Um exemplo de projeto é o que vem sendo realizado, desde 1991, pela ASAM - Centro de Apoio ao Jovem, cujo objetivo é desenvolver os jovens, para posterior ingresso no mercado de trabalho como menores aprendizes, e após o ingresso é feito acompanhamento psicológico e escolar. Já a empresa Natura tem o Instituto Natura, cujo objetivo é integrar a comunidade para o desenvolvimento educacional, onde pais e filhos podem dispor de um tempo para atividades educacionais.

No decorrer do projeto, os participantes são motivados a criarem uma percepção de que é possível a construção de um futuro com inovações e mais possibilidades, e que os mesmos podem e devem contribuir para que as melhorias se concretizarem.

O aumento da renda poderá ser ocasionado pela razão de que as pessoas vão sentir a necessidade de buscar cada vez mais a especialização, para conquistar bons cursos, ingressar na faculdade e empregos que possibilitem a satisfação de suas necessidades ou até mesmo a autorrealização. E as empresas poderão se beneficiar de mão de obra local qualificada, o que é positivo, pois não haverá necessidade de pagar mais para um profissional que venha de fora.

É muito importante que as atitudes de responsabilidade social do setor privado sejam divulgadas, não apenas com a pretensão de dizer que é eticamente correta, mas mostrar é possível fazer diferenças em prol da sociedade. As ações precisam ser repassadas, principalmente para seus fornecedores, parceiros e/ou concorrentes, de forma que essa cultura ganhe mais relevância, e seja cada vez mais aplicada.

3 REDUÇÃO DO CONSUMO EXCESSIVO DOS MAIS RICOS

Os recursos do planeta são finitos, e a produtividade empresarial e consumo em excesso está cada vez mais gerando o desequilíbrio. Conforme AGENDA 21 é necessária a proteção dos recursos naturais locais, para com isso fortalecerem sua capacidade produtiva. Inevitavelmente, as empresas precisam estar a par dessa situação, pois é de interesse pensar se no futuro haverá recursos suficientes, para atender a demanda, e se essa demanda terá renda para usufruir dos produtos ou serviços.

O consumo em excesso é um dos aspectos que inevitavelmente acaba sendo relacionado à responsabilidade social empresarial. As empresas são muito interessadas em ocasionar as vendas, por essa razão, devem utilizar métodos, tecnologias e ferramentas que permitam a produção de forma eficiente e que acima de tudo não prejudique a cadeia de valor, inclusive o consumidor e o descarte final do produto, entretanto, nem sempre estas condições são levadas em consideração.

Muitos são os processos que influenciam a venda, em essência, a forma que o produto é apresentado ao mercado, ou seja, despertando o desejo aos clientes. Na maioria das vezes, o marketing realizado é muito forte, com único objetivo de evidenciar que o produto é um bem de valor, e que independente de sua função o consumidor precisa adquirir.

Atualmente, existem várias agências reguladoras, e a que pode atuar na defesa de propagandas é o CONAR - Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. A participação de uma agência reguladora é fundamental, pois o que está em jogo é o psicológico das pessoas afetadas para a compra do produto ofertado, que ocorre involuntariamente.

Em 2004 o Banco Itaú criou o programa “Uso consciente do dinheiro", a empresa acredita que um crescimento sustentável demanda uma sociedade consciente, principalmente quando se trata de consumo, o programa foi criado com o objetivo de orientar os clientes a evitar o consumismo exagerado, para que assim possam visar um projeto de vida em longo prazo. Para tanto, foram criadas cartilhas orientando o uso consciente do cartão de crédito e conta corrente, além palestras sobre o tema.

O que mais preocupa as instituições voltadas à responsabilidade social, é o consumo em excesso e de forma desigual. Aqueles que possuem maior poder aquisitivo são os