TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha Crítica BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: O que é, como se faz

Por:   •  1/4/2019  •  Resenha  •  898 Palavras (4 Páginas)  •  470 Visualizações

Página 1 de 4

BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 49. ed. São Paulo: Editora Loyola, 2007.

MARCOS BAGNO, tradutor, escritor e linguista, é Doutor em Filosofia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP). Professor de linguística do Instituto de Letras da Universidade de Brasília. Vem se dedicando à investigação das implicações socioculturais do conceito de norma, sobretudo no que diz respeito ao ensino de Português nas Escolas Brasileiras.

Em sua obra Preconceito Linguístico - O que é, como se faz, Marcos Bagno mostra que há o impedimento em trabalhar com a língua, devido estarmos vinculados à gramática utilizada pelos grandes escritores do passado. Analisamos apenas o primeiro capítulo, que traz oito Mitos explicitando os preconceitos da sociedade frente às diversidades no uso da língua que, são colocadas, normalmente, por meio da padronização da norma culta. Esta é uma obra curiosa, que busca demonstrar o incessante juízo negativo que nos exalta ao ouvirmos verbalizações distintas daquela que consideramos a forma correta. Bagno nos leva a refletir sobre esses Mitos linguísticos:

Mito n°1 “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”. Neste mito, ele trata também a ideia de que há uma uniformidade no português falado no Brasil, adquirida, inclusive pelos letrados. Sendo desvantajoso no âmbito da educação, pois há uma tentativa de sobreposição da norma da escola como se fosse, de fato, sabida a norma por todos. E, por ocasionar o desligamento de grande parte da sociedade, que por não ter alcance à norma padrão não atende ao dialeto utilizado pelos órgãos públicos e então, deixa de desfrutar de seus direitos.

Mito n°2 “Brasileiro não sabe português”. “Só em Portugal se fala bem português”. Bagno enfrenta fortemente as concepções preconceituosas de alguns autores que alegam que “brasileiro não sabe falar português / só em Portugal se fala bem o português”. Segundo o autor esse é um sentimento subalterno no Brasil oriundo do período colonial. Ainda ressalta que “O brasileiro sabe português, sim”. O que ocorre é que o nosso português é diferente do português falado em Portugal. Quando dizemos que no Brasil se fala português, usamos esse nome simplesmente por comodidade e por uma razão histórica [...] Por isso os linguistas preferem usar o termo português brasileiro, por ser mais claro e marcar bem essa diferença. (pp. 16-18).

Mito n°3 “Português é muito difícil”. Acredita- se na dificuldade do português. Considera-se que a linguagem portuguesa no Brasil é mais valorizada em um grupo social da elite e atua “... como mais um dos instrumentos de manutenção do status quo das classes sociais privilegiadas.” (p. 39). Para ele, tudo isso é uma maneira de garantir o poder, pois, apenas uma pequena parte da sociedade conhece a gramática normativa e geralmente a utiliza em oposição ao interesse da massa, o povo.

Mito n°4 “As pessoas sem instrução falam tudo errado”. Fala-se sobre a ideia de que as pessoas desprovidas de instrução não sabem falar o português. Bagno demonstra a origem das variantes na língua, intensificando o sentido por trás delas. O autor explica o porquê desse preconceito na sociedade ou na região.

Mito n°5 “O lugar onde melhor se fala o português no Brasil é o Maranhão”. Marcos Bagno nos relata que as mutações que ocorrem na língua portuguesa acontecem por necessidade dos falantes, mas não tornam o português falado na região “melhor ou pior”, porque assim como qualquer outra diversidade, ela tem o seu valor.

Mito n°6 “O certo é falar assim porque se escreve assim”. O autor descreve o 6° mito explicando a variação que existe na escrita e a pronúncia das palavras e que isto é algo extremamente natural de se acontecer. Porém, ele desconstrói essa ideia de que deveríamos falar como é escrito, pois, a escrita é uma tentativa de representar o que é falado. E é óbvio que a escrita não acompanha a fala em sua transformação.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (5.7 Kb)   pdf (108 Kb)   docx (9.1 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com