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Resenha Crítica Hospital de Olhos

Por:   •  12/3/2021  •  Resenha  •  1.481 Palavras (6 Páginas)  •  306 Visualizações

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Hospital de Olhos Aravind, Madurai, Índia: a serviço da visão

RANGA, V. Kasturi. Harvard Business Schol. 13 de maio de 2009.

O artigo inicia-se com uma narrativa em primeira pessoa de um homem que trajava vestimentas ocidentais, diferindo dos demais que trajavam vestimentas tradicionais do sul da Índia, alegando que chegara as 07h da manhã no ambulatório do Hospital de Olhos Aravind, Madurai, Índia, para observar o fluxo de pacientes, até o horário marcado de 8h quando era esperado pelo Thulasi (nutricionista Thulasiraj, administrador hospitalar).

Em suas observações, notou que duas jovens mulheres, auxiliada por uma terceira, registravam agilmente os pacientes no balcão da recepção, e que pareciam muito a vontade com o computador e o procedimento de registro de dados. Notou também que o supervisor debruçado sobre o balcão auxiliava no registro, mas que ao ver o narrador afastou-se do balcão e deslocou-se em sua direção.

O narrador apresentou-se ao senhor e solicitou que o levasse até a sala do Thulasi. Então recebeu como resposta que ele era aguardado e o conduziu aos escritórios administrativos. O senhor então o conduziu até o escritório dele e lhe ofereceu o sofá para que o narrador se sentasse em frente à escrivaninha.

Nesse momento o narrador percebeu que estava diante do próprio Dr Venkataswamy, o cirurgião oftalmológico de 74 anos de idade que havia fundado o Hospital Aravind, e o transformado de um hospital de 20 leitos em 1976, num dos maiores hospitais desse tipo no mundo em 1992, com 1224 leitos.

Então o Dr V. falando devagar e com um quê de curiosidade e empolgação infantil, descreveu a importância da cirurgia de catarata e como ela deveria ser valorizada para acabar com o acúmulo de pessoas sem enxergar na índia, apontando também a revolução tecnológica e cultural do mundo, terminando com uma pergunta ao narrador de como eles poderiam proporcionar a visão as pessoas pobres da Índia, com ele, ainda vivo? Sendo respondido pelo narrador um “não sei” atordoado pela visão daquele grande ser humano.

O problema da cegueira

O artigo traz a informação de que a partir de 1992 havia 30 milhões de pessoas cegas no mundo, sendo que as maiores incidências estavam em países em desenvolvimento, tendo a catarata como um dos principais causadores dessa cegueira.

A Catarata

O cristalino do olho normalmente é transparente e ajuda a focar a luz na retina. Num olho com catarata o cristalino fica turvo, e a luz não é facilmente transmitida à retina.

A cirurgia de catarata era considerada quase uma operação de rotina, geralmente realizada com anestesia local, com uma chance de mais de 95% de melhoria da visão.

Usavam se duas técnicas cirúrgicas principais: Cirurgia Intracapsular sem implante de lente intraocular (ICCE) e cirurgia extracasular com implante de lente intraocular (ECCE), sendo a ICCE a técnica mais usual em países em desenvolvimento.

Dr V. e o Hospital de Olhos Aravind

Filho mais velho de um fazendeiro próspero, formou-se em medicina pela Universidade de Madras em 1944. Foi influenciado por Mahatma Gandhi ainda na Universidade e após tal graduação, sendo que o Dr V. acreditava que a melhor forma de servir ao seu País na luta pela liberdade era através da sua melhor habilidade – ser médico.

Em 1948 foi acometido de uma grave atrite reumatoide que o fez ser dispensando do exercito Indiano.

Até se aposentar em 1976, o Dr V. havia se tornado Chefe do departamento de Oftalmologia da Faculdade de Medicina do Governo de Madurai e Chefe de Cirurgia Ocular do Hospital Governamental de Erskine, também em Madurai. Após a aposentadoria e para realizar um sonho antigo, fundou o Hospital de Olhos Aravind.

História

O Hospital de Olhos Aravind foi inaugurado em 1976, com 26 leitos, e realizava todos os tipos de cirurgia ocular. Oferecia cuidados oftalmológicos de qualidade por preços razoáveis. Em 1977, para acomodar paciente convalescente após a cirurgia foi inaugurado um anexo, sendo que,  em 1978 para fornecer cuidados oculares sem custos aos pobres, um hospital gratuito de 70 leitos foi inaugurado.

Um hospital central para pagantes foi iniciado em 1977 e finalizou em 1981 com 250 leitos. Em 1884, foi aberto um novo hospital gratuito, com 350 leitos, sendo que, até 1989, todos os pacientes do Hospital Gratuito eram trazidos dos mutirões de olhos.

Até 1988, um hospital com 400 leitos foi construído em Tirunelveli, além dos 600 leitos em Madurai, contando ainda com mais um hospital de 100 leitos em Theni. Havia planos para construir um hospital de 400 leitos em Coimbatore, era o centro de seu distrito e era maior do que Madurai em população e negócios.

Em 1990, o hospital gratuito para interessados foi aberto, tendo apenas a condição de que os pacientes fossem a ele por conta própria. A equipe médica do Aravind examinava pacientes no mutirão, e aqueles que fossem selecionados para submissão à cirurgia eram transportados de ônibus no mesmo dia para o Hospital Gratuito de Madurai.

Conforme o Hospital de Olhos de Aravind crescia vários parentes do Dr. V. o apoiaram, dentre eles seu irmão G. Srinivasan que se tornou diretor financeiro do hospital, um sobrinho, R.D. Thulasiraj (Thulasi), que se tornou administrador do hospital. Treze oftalmologistas da equipe do hospital eram parentes do Dr. V. e forneciam capacitação contínua à equipe oftalmológica.

Com tanto crescimento, em 1991, o Aravind estabeleceu um fabricante de lentes intraoculares (LIO’s), que inicialmente já produziam lentes sem defeitos e a qualidade era equivalente à das importadas. Até o ano de 1992 o grupo de hospitais Aravind havia examinado cerca de 3,65 milhões de pacientes e realizado cerca de 335.000 cirurgias de catarata, quase 70% sem custos para os mais pobres da população de cegos da Índia.

Uma visita ao Hospital de Olhos Aravind

O Hospital Central

Localizado a um quarteirão do Hospital Gratuito, o Hospital Central funcionava de forma bastante independente. Casos complicados do Hospital Gratuito eram transferidos para o Hospital Central. O fluxo matutino era muito pesado e no início da tarde a maioria das pessoas se dividia em dois grupos para uma série de avaliações sequenciais

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