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Resenha A Destruição Do Hospital Psiquiátrico Como Lugar De Institucionalização (Basaglia).

Trabalho Universitário: Resenha A Destruição Do Hospital Psiquiátrico Como Lugar De Institucionalização (Basaglia).. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  21/3/2014  •  1.026 Palavras (5 Páginas)  •  807 Visualizações

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Resenha sobre o texto 2: A destruição do hospital psiquiátrico como lugar de institucionalização (Basaglia).

Logo no início do texto o autor fala sobre a liberdade que Pinel reclamara, mas que havia sido concedida, ou melhor, ainda é concedida, em espaços fechados e controlada pelos médicos. Fala também sobre a mortificação corrente nos manicômios, que me fez lembrar de um livro do Lima Barreto. Esse, conta sobre relatos de sua passagem pelo hospício, se não me engano o nome é Diário do Hospício e Cemitério dos Vivos. Faço referência a esse trecho do texto e ao livro para refletir sobre a perda de autonomia do paciente, infantilização ou, como aparece mais a frente no texto, a perda de si mesmo (p.25). A tutela médica sobre os pacientes, e quase tudo mais que há no manicômio, é a evidencia da presença de uma questão disciplinar no processo de tratamento, essa desapropriação do “eu” do interno. Como aponta Lima Barreto e o próprio texto em que estou trabalhando, a mortificação do ser do paciente é penosa, dolorosa. Não importa a sua tutela se eles não desejam usar os uniformes que são determinados, que fazem com que percam traços de seu estojo de identidade; se suas roupas não lhe cabem ou estão sujas; se não há vontade de comer quando todos tem de estar no refeitório; se perdem seus horários, sua liberdade. A liberdade vira algo que se adequa ao que há, é uma falsa liberdade. Racionaliza-se a liberdade da loucura, como se a loucura não pudesse ser um modo de existir possível, um modo de liberdade. Essa é a autoridade médica absoluta, sustentada por uma rede que os dá um suposto poder sobre essas vidas. Pobre Pinel.

Segundo as aulas que tivemos, “open door” são períodos de portas abertas que são feitos através de negociações. Como Basaglia cita (p.24), as transformações gradativas produzidas nos internos são diminuídas não só pela condição mórbida, mas também pela longa hospitalização. Tal hospitalização é bastante influenciada pela medicalização. Os fármacos são os controladores de surtos, muito convenientes para quem tem contato com os internos, já que fazem com que fiquem dóceis, percam a agressividade, ou seja, sejam facilmente dominados. Mas, além de atrapalharem a reinserção dos mesmos na sociedade, os fármacos atrapalham, principalmente, o trabalho dos psicólogos. O que acaba, direta ou indiretamente, sendo mais um empecilho para seu tratamento e, conseqüentemente, a reinserção. Porque os pacientes ficam dopados, sequer apresentam seus sintomas, seus corpos não se movem como antes. Como atender o doente sem ter contato com a doença? Isso dificulta em demasia “nossa” atuação, seja ela em qualquer linha teórico-metodológica. Nota-se, então, que o fármaco passa a ser o instrumento de controle do sujeito (Pois, ali, há sim um sujeito!). O paciente é tão objetificado que quando pode sair do manicômio – lugar feito para tratar, mas que suga sua individualidade, o que reforça a problemática de sua doença – muitas das vezes não tem vontade de fazer isso por não se reconhecer como sujeito, e imagino até que se sinta como parte do hospital psiquiátrico. Eles nem sabem como lidar com a liberdade.

É complicado falar nessa “saída do maluco” do “confinamento” com tantos pessimistas em torno disso (Talvez as aspas nem fossem necessárias!). Percebi esse pessimismo em um assunto que é próximo a esse na apresentação do trabalho do meu grupo sobre o texto Psicoterapia – do livro Psiquiatria sem hospício Psicoterapia institucional: uma revisão – , ao ver uma colega de turma dizendo achar que o tratamento explicitado no texto que trabalhávamos era utopia, idealização. Cadê

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