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Trabalho - Métodos Quantitativos para gestão de conceitos incertos - Prof. Carlos Jardón

Por:   •  24/11/2019  •  Dissertação  •  2.627 Palavras (11 Páginas)  •  182 Visualizações

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Universidad Nacional de Misiones

Facultad de Ciencias Económicas

Doctorado en Administración

Métodos de Quantitativos

Prof.: Dr. Carlos M. Jardon

Aluna: Marta Helena de Lellis

Novembro - 2019

ABORDAGEM E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

A problemática ambiental enfrentada pela sociedade contemporânea é fruto do modelo de modernidade imposto pelo domínio da razão tecnológica sobre a natureza. De qualquer modo, essa crise ambiental vivenciada nos tempos atuais, decorre do esgotamento do padrão de desenvolvimento adotado pela sociedade moderna, baseado no consumismo desenfreado e acompanhado de elevada desigualdade social (Cruz, Novais, Andrade & Souza, 2018).

Neste contexto, a temática da sustentabilidade passa a fomentar a preocupação dos governos, população e organizações e adota papel central na reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento. Assim, além das preocupações econômico-produtivas, as preocupações de caráter político social, também passam a integrar os controles organizacionais, principalmente as questões ecológicas que têm exigido uma nova postura das organizações em sua interação com o meio ambiente (Donaire, 1994).

Os governos, com seu poder indutivo e coercitivo, também vêm intervindo na resolução de conflitos ambientais. José Carlos Barbieri (1997) indica, como possíveis iniciativas governamentais: as políticas públicas voltadas ao comando e controle, como a fixação de normas e a fiscalização; as políticas de caráter econômico, tais como, incentivos fiscais e aplicação de multas; a intensificação de políticas voltadas à educação ambiental; a divulgação de boas práticas ambientais; e o delineamento de reservas ecológicas.

Na visão de Carmem Sílvia Sanches (2000), a intensificação da necessidade de controle ambiental nas organizações se tornou um fator de competitividade ou até mesmo de sobrevivência, exigindo nova postura na maneira de operar os negócios, num processo de renovação contínua. Essa necessidade tem impulsionado as organizações a adquirirem uma postura proativa em relação ao meio ambiente, de modo a incluir fatores ambientais em sua política e estratégia organizacional e, por consequência, incorporar a gestão ambiental em seus sistemas convencionais, a fim de acompanhar o impacto ambiental gerado pelas suas atividades e buscar melhorias quando necessário.

Há alguns anos as organizações têm sido levadas pela comunidade científica e pelas pressões sociais a ter uma atuação socialmente responsável. Devido a isso, as organizações começaram a se preocupar em realizar atividades socioambientais, bem como registrar essas práticas de modo que todos os interessados tivessem acesso. A importância dada ao registro das ações socioambientais traz às organizações a criação do conceito de balanço social e relatório de sustentabilidade, como instrumentos necessários ao fomento de ações de melhoria contínua dentro do tema. Contudo, ainda hoje permanece a dificuldade em saber o que reportar, bem como a dificuldade de comparação entre os relatórios de sustentabilidade pela falta de um padrão único de relatório.

Em razão dessa carência, visando amparar iniciativas que acarretam um adequado grau de envidenciação das ações de sustentabilidade ambiental das organizações a Global Reporting Initiative (GRI) elaborou um estudo intitulado “Diretrizes para o relatório de sustentabilidade”, que baliza os padrões a serem seguidos pelas organizações por ocasião da elaboração de seus relatórios. Esse padrão tem evoluído e já se encontra na sua sexta geração.

Uma forma de tentar avaliar a importância da questão ambiental dentro dessas organizações é medir o nível de adequação de seus relatórios ambientais ao que dispõe a Global Reporting Initiative.

Além dos diversos programas que visam estimular a prática de ações socioambientais, no ano de 2012 o governo federal determinou, por meio do Decreto nº 7.746 (Brasil, 2012), que os órgãos da administração pública federal direta, autárquica, fundacional e empresas estatais dependentes elaborem e implementem o Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS). Trata-se de uma ferramenta de planejamento e gestão, que visa induzir os órgãos ou instituições públicas a estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos nas atividades desenvolvidas.

O PLS é uma ferramenta de gestão para gerir o fluxo de materiais, serviços e informações, que abrange o ciclo, desde a aquisição até o descarte ou desfazimento dos produtos/serviços, levando em conta aspectos relativos à proteção ambiental, à justiça social e ao desenvolvimento econômico e a IN n. 10 (Brasil, 2012) que define as regras para elaboração do PLS nos órgãos públicos federais, determina a metodologia de implementação como um dos conteúdos mínimos a compor o PLS.

Para a International Council for Local Environmental Iniciatives - ICLEI (2013), o PLS é uma ferramenta que vai ao encontro das necessidades atuais de revisão dos padrões de produção e consumo para modelos mais sustentáveis, pois colabora com o estabelecimento de práticas de sustentabilidade e racionalização dos gastos nos órgãos públicos, além de estimular a inovação, transparência e acesso à informação.

Um dos fatores positivos do PLS é a utilização de indicadores. Bellen (2006) salienta que o processo de gestão precisa de mensuração, e as medições são imprescindíveis para a operacionalização do desenvolvimento sustentável. Para o autor, a mensuração colabora na obtenção ou aproximação das metas definidas por uma organização, na seleção entre alternativas políticas, na correção de desvios, além de proporcionar uma base empírica e quantitativa de avaliação do desempenho organizacional, possibilitando comparações no tempo e espaço, propiciando oportunidades para descobrir novas correlações.

Com a intenção de tornar a sustentabilidade uma realidade nas organizações, modelos de diretrizes de gestão surgiram para o aprimoramento das práticas que buscam a sustentabilidade. Como efeito da adoção dessas diretrizes de gestão, houve a necessidade das organizações mensurarem e reunirem informações sobre seus desempenhos e investimentos socioambientais, além de constituírem meios de comunicação para seus stakeholders, mediante indicadores de sustentabilidade e, ainda, por intermédio de documentos elaborados, incluindo informações sobre os impactos econômicos, ambientais e sociais denominados, constantemente, de relatório socioambiental, relatório social corporativo ou relatório de sustentabilidade (Calixto, 2011). Mensuração que só é possível com o uso consistente de indicadores.

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