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A ARQUITETURA DESCONSTRUTIVISTA

Por:   •  7/12/2017  •  Resenha  •  1.625 Palavras (7 Páginas)  •  437 Visualizações

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VANGUARDAS 1960/70 – ARQUITETURA DESCONSTRUTIVISTA

CONTEXTUALIZAÇÃO TEMPORAL

        As décadas de 60 e 70 na América do Norte e Europa foram marcadas pelo crescimento do capitalismo e advento da arte popular. O Pós-Guerra colhia os frutos da tecnologia desenvolvida nos períodos de catástrofe e a população bem abastecida começava uma vida mais voltada a busca do Hedonismo do que necessariamente do trabalho cego.

        A vida foi facilitada pelos eletrodomésticos e mídias comunicativas, o que permitia as pessoas a tentarem fazer outras coisas além de trabalhar, como cuidar do corpo, desenvolver hobbies, entre outras atividades, como a arte.

MOV. RADICAL DE FLORENÇA, ITÁLIA

CONTINUOUS MONUMENT, ARQUITETURA SEM CIDADE – SUPERSTUDIO.

        Uma das questões impostas a discussão na época era justamente as consequências das guerras que, mesmo vinte e poucos anos depois, ainda assolavam os países europeus. As cidades ainda passavam por processos de reconstrução e reconfiguração, e agora havia uma nova oportunidade para recomeçar as malhas urbanas com maior liberdade.

        No entanto, isso não significava que as soluções seriam fáceis de se atingir, e uma das propostas apresentadas fora a do grupo Superstudio, a de Monumento Continuo, onde uma gigantesca construção, estupidamente destacada e maior que as cidades tradicionais pré-existentes, seria erguida ao lado das mesmas e ali a população passaria a viver enquanto os problemas dos municípios antigos eram resolvidos.

        O conteúdo da ocupação viria ser uma complexa e interligada divisão de pavilhões especializados em satisfazer as necessidades e atividades humanas diárias, desde o trabalho ao entretenimento, sem qualquer interação com a natureza e ambientes externos ao monumento construído.

        A proposta é absurdamente utópica e impossível de ser realizada, um devaneio visando nenhuma relação ou pouquíssima com o entorno inserido, buscando uma rota de escape ou alternativa parar gerar tempo e satisfazer o público geral.

Porém, sabe-se justamente por essa enorme preponderância que o foco não era a realização dessa construção, mas sim a crítica por traz dela, esta que condenava as construções isoladoras e ilusórias que vinham se desenvolvendo, as incubadoras e estufas humanas pós-modernas que prometiam qualidade de vida em troca da perda do coletivismo da espécie.

NO-STOP CITY, ARQUITETURA SEM CIDADE – ARCHIZOOM

        A mesma proposta foi desenvolvida por outro estúdio de design florentino conhecido como Archizoom, a diferença seria dos pavilhões encontrarem-se dentro e atravessando a própria cidade, ignorando-a completamente.

        Os demais fatores assimilam-se bastante ao Continuous Monument do Superstudio, com todo o isolamento proposital das pessoas agregado a uma falsa qualidade de vida individualista sem contato algum com o meio natural.

EXODUS, OS PRISIONEIROS VOLUNTÁRIOS DA ARQUITETURA – REM KOOLHASS

        O famoso arquiteto e urbanista Rem Koolhass, em sua juventude profissional trabalhou durante as décadas de 60-70 debatendo essas mesmas questões e desenvolveu sua própria crítica ao que estaria por vir na forma urbanística habitacional de se fazer cidades.

        O “Projeto Exodus” englobaria a mesma temática dos demais estúdios apresentados. Implantada em Londres, Koolhass dividira a cidade em duas com uma longa faixa construída que agruparia locações, residências, comércios, serviços e áreas de lazer, todas estruturadas ao potencial máximo da tecnologia e financiamento humano possíveis.

        Esta faixa teria um procedimento seletivo na escolha de seus moradores para evitar lotações, onde os cidadãos se inscreveriam espontaneamente para ficarem presos e viverem nessa “Nova Londres”, sem contato algum com o resto da cidade, vivendo exclusivamente nesta “Terra de Maravilhas”.

        A crítica de Koolhass é claramente enviada aos condomínios fechados e conjuntos de apartamentos isolados existentes em nossas cidades, sem qualquer fundamento ou pensamento urbano de preocupação em manter o senso coletivo das pessoas e promover a interação e uso misto adensado com qualidade das cidades e centros.

ARCHIGRAM, INGLATERRA

PLUG-IN CITY, WALKING CITY, INSTANT CITY

        Todos projetos urbanos não realizados, porem de autoria do studio inglês Archigram, cada uma dessas propostas, mais maluca que anterior, ainda promovem debates de como as futuras cidades poderão se organizar para uma melhor qualidade de vida e desempenho diário de seus moradores.

        A PLUG-IN CITY difundia o conceito de uma megaestrutura central provida de energia e demais mantimentos obrigatórios para a sobrevivência de uma sociedade que servisse de “tomada” para acoplar vias conectoras, caminhos e construções que alterariam de posição conforme a necessidade e organização desejada a partir de enormes guindastes em grupo, tornando a cidade em uma malha inconstante, sempre em evolução e processo de mudanças.

        A WALKING CITY é auto didática e emana seu nome em sua definição: uma cidade estruturada como uma máquina gigantesca dotada de inteligência artificial própria e capaz de locomover-se como um animal terrestre pelos terrenos geográficos do planeta buscando e filtrando os recursos necessários para a sobrevivência dos seus moradores.

        Por fim, a ISTANT CITY propunha uma espécie de arquitetura móvel que oferecia uma série de eventos e de informações culturais que seriam levadas a localidades distantes das metrópoles, como pequenas cidades do interior. Um grande circo coberto de lonas erguidas por balões, sob as quais poderiam ser encontradas estruturas pneumáticas, guindastes leves, unidades móveis de apoio conectadas a carros e caminhões, máquinas de entretenimento, jogos de iluminação e uma série de equipamentos e sistemas audiovisuais e de TVs. Uma cidade instantânea. Uma arquitetura do acontecimento, que surgiria do nada, interagiria com algumas comunidades e depois se esvaneceria.

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