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A Arquitetura e Participação

Por:   •  1/11/2022  •  Trabalho acadêmico  •  584 Palavras (3 Páginas)  •  66 Visualizações

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Arquitetura e Participação

Helena Simionato

“The concept of ‘public space’ has never been so popular but never so poorly conceptualized or understood, especially in its use by children and young people.”

Ken Worpole, 2003.

        A descrição de Worpole resume muito bem a abordagem que a secção “Chapter 20: Your Place or Mine?” escrita por Steve McAdam no livro “Architecture and Participation” de Peter Blundell Jones, Doina Petrescu e Jeremy Till tem sobre o tema participação, e especialmente em zonas da cidade menos favorecidas.

        O que acontece nesses casos é que a população jovem é muitas vezes culpabilizada por problemas sociais e pela não ocupação do espaço público porque o tornam perigoso. Entretanto, as pessoas e autoridades que deveriam ser responsáveis por encontrar soluções não o conseguem fazer uma vez que nem conhecem a raíz do problema e tem objetivos e visões próprias do assunto que não correspondem a realidade.

        A participação não pode ser usada apenas como uma falsa esperança, mas devem envolver cooperação e controle da população alvo, uma vez que ninguém entende melhor quais são as suas necessidades do que a própria comunidade e para que a mesma tenha senso de propriedade sobre o projeto e, consequentemente, mais cuidado e vontade de usufruir desses espaços. Para o sucesso de qualquer ação participativa é preciso que a comunidade esteja ativamente presente em todas as etapas de desenvolvimento do projeto, para reinvidicar e levantar questões que sejam realmente relevantes para o seu dia a dia, e não apenas medidas paliativas que funcionam apenas no papel.

No caso descrito no livro, é referido o projeto colaborativo para a construção de abrigos para jovens em Clerkenwell, Londres. O território em questão, sendo uma parte menos favorecida da cidade e a partir dos problemas sociais da área surge a proposta de se desenvolver o contexto urbano, de maneira a devolver o uso, logo, a vida da comunidade, em um projeto participativo de co-criação do espaço público.

         

        Quatro grupos de jovens foram responsáveis por criar quatro propostas de intervenção que foram sendo estudadas até se encontrar duas soluções finais que foram aplicadas em sítios diferentes. Foram criados espaços multifuncionais pensados pelos jovens e para eles, implantados em pontos específicos de parques já conhecidos e frequentados por eles.

Em relatos da população local, o projeto “acalmou” essa juventude violenta e foi mesmo utilizada e apropriada com pinturas e grafites nas paredes. Infelismente, e como na maioria dos projetos que são deixados sob a adminstração de outras partes não envolvidas no projeto, o programa foi completamente descaracterizado. As autoridades responsáveis pelo cuidado e manutenção do parque, não cumpriram com a sua parte e de maneira indireta desapropriaram os equipamentos dos jovens. O parque, que antes ficava sempre aberto, passou a fechar ao escurecer e com isso voltou a deixar a juventude sem um abrigo e ponto de referência para socializarem. Além disso, as estruturas que haviam sido customizadas pelos seus frequentadores foram completamente apagadas com tinta que nem se quer levava em consideração o seu design original.

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