A Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo

Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo:

Contexto:

• A primeira capela da Ordem Terceira foi fundada em meados do século XVII. Como uma capela contígua ao Convento do Carmo de São Paulo essa serviu aos Terceiros até meados do século XVIII, quando resolveram construir uma nova.
• No decorrer dos anos a Ordem Terceira ganhou mais membros, portanto uma nova capela precisava ser feita, prevendo a demolição da que existia.
• A construção da capela reuniu três dos mais importantes artistas da época: José Pinto de Oliveira, mais conhecido por Mestre Tebas, responsável pela execução de seu frontispício, o Mestre Pintor José Patrício da Silva Manso e o Padre Jesuíno do Monte Carmelo, que conclui os trabalhos de ornamentação da nova capela (1797-98) com as pinturas dos forros da capela-mor e da nave.

Restauro forro da sacristia: Obra de Nossa Senhora com o Menino e Santa Teresa - José Patrício da Silva Manso

O historiador Carlos Cerqueira do IPHAN solicitou que a obra fosse restaurada e convocou uma equipe para estudar a obra e analisar formas para que esse restauro acontecesse. Após anos de estudo a oportunidade de restauro da obra aconteceu em 2006

O trabalho de recuperação da obra de José Patrício começou com uma avaliação criteriosa sobre os danos, a instabilidade dos materiais após mais de 200 anos, os prejuízos à sua legibilidade e as possibilidades de se resgatar a resistência material, as cores e formas.

Para a remoção da tela, sem causar danos ao tecido original, enfraquecido e deteriorado, foi preciso protegê-la com papel japonês, descolando-a das pranchas com bisturi cirúrgico.

Usando uma ponte metálica rolante para deslocar-se sobre a tela, os técnicos do Iphan a limparam, reverteram as suas deformações, fixaram os pontos soltos da pintura, removeram as camadas de verniz antigo e escuro e os retoques que a descaracterizaram.

Uma segunda tela de proteção foi colada ao pranchado, a tela original aderida a ela, em seguida, houve o retoque das cores e perdas da pintura, quando a tela, já consolidada e resistente, foi posta de pé e as falhas e perdas foram preenchidas e neutralizadas. Por fim, ela foi devolvida ao seu local de origem, junto com a moldura original, também restaurada.

Semelhanças do Restauro da obra com a Carta do Restauro:

Apos analisar o restauro realizado no forro da sacristia da Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo foi possível perceber que os processos seguidos pelos restauradores foram sugeridos na carta do restauro de 1972.

A Carta do Restauro de 1972 tem 12 artigos definindo ações de preservação e restauração, estas ações vão desde obras de arte a complexo de edifícios. O objetivo de assegurar que as intervenções de Restauro sigam os métodos adequados.

É apresentado na Carta que toda intervenção deve ser realizada respeitando os valores estéticos e históricos e a integridade física do monumento. A equipe que restaurou a pintura no forro da sacristia da Igreja respeitou os valores históricos da obra e reallizaram a restauração com técnicas cuidadosas para não danificar a obra.

Na carta tambem é apontado que os materiais e técnicas construtivas introduzidas nas intervenções devem possuir características e comportamentos semelhantes aos mateirais originais e que qualquer material que ponha em risco a integridade ds obra devem ser evitados. A equipe que realizou o restauro na obra da Igreja visou utilizar materiais mais próximos com os originais, começavam primeiro com um "restauro piloto" em uma primeira área e depois que tinham resultados positivos passavam para o restante da obra