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A IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA DO OUTEIRO A PEQUENA JOIA BARROCA

Por:   •  2/3/2022  •  Artigo  •  1.481 Palavras (6 Páginas)  •  131 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Patrimônio Histórico Brasileiro

Professora Anita Almeida

Aluno: Alexandre Guimarães Silveira
Matrícula: 20192312203

A IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA DO OUTEIRO

A PEQUENA JOIA BARROCA

A história que envolve a Igreja de Nossa Senhora da Glória e o Morro do Outeiro, local em que a pequena, mas gloriosa Igreja foi construída, nos remete ao tempo da conquista e domínio das terras brasileiras.

A invocação tem seus primeiros relatos históricos com Antônio de Caminha e o corsário português Aires de Lucena.  O ermitão Antônimo de Caminha foi quem esculpiu a imagem e constrói em 1671 a primeira ermida de taipa no Morro da Glória, mais tarde foi fundada uma Irmandade de Nossa Senhora da Glória.

Cerca de um século antes de ser construída a Ermida, foi no sopé do Morro do Outeiro, outrora conhecido por Morro do Leripe ou Morro Uruçumirim, foi travada a batalha entre os franceses e portugueses, com vitória Lusitana.

Os franceses chegaram em 1555 com a finalidade de fundar a França Antártica e se fixaram na ilha de Sergipe, hoje Ilha Villegagnon, conquistando a confiança das tribos Tamoios e Tupinambás que se tornaram seus aliados. Nesta Ilha construíram o forte denominado Coligny que foi destruído por Mem de Sá, o atual Governador-Geral do Brasil. Derrotados, os franceses e seus aliados, refugiam-se no Morro da Glória antiga colina Uruçumirim. Estácio de Sá, sobrinho do Governador, recebeu a incumbência da Rainha -Regente, de fundar uma cidade no Rio de janeiro, chegando em terras cariocas em 1564, abrigando-se onde fora o forte Coligny. Em 1º de março de 1565 fundo da cidade de São Sebastião do Rio de janeiro, entre os Morros Cara de Cão e o Pão de Açúcar, hoje é o local onde está situado o forte de São João. Segundo Peixoto, citado por Vasques em sua monografia p. 15, “O Rio de Janeiro efetivo começa no Outeiro da Glória a 20 de janeiro de 1567.”  Foi uma batalha ferrenha que vitimou Estácio de Sá, mortalmente ferido por uma flecha que o atinge em seu rosto, lançada pelos índios Tamoios aliados dos franceses e mesmo assim as tropas portuguesas obtém sucesso e o Forte de Uruçumirim é tomado, os franceses novamente fogem para “a ilha de Maracajás hoje é o bairro da Ilha do Governador onde está o Aeroporto Internacional Tom Jobim”. (doriopracá, 2022) Depois de mais uma derrota os franceses desistem e abandonam as novas terras portuguesas na América.

Aires de Lucena foi o primeiro devoto de Nossa Senhora da Glória em terras brasileiras, Caminha o substitui, após sua morte, nos cuidados com a devoção. Depois de construída a ermida, uma irmandade se forma em torno da Santa em 1699.

A ermida foi construída nas terras que pertenciam ao Capitão Cláudio Gurgel do Amaral, que doou a Irmandade, por meio de escritura o Outeiro da Glória.

Assim, aquele morro foi doado para a Irmandade tendo como condição que, naquele morro fosse construída uma pequena igreja, mas de construção sólida, dedicada à Nossa Senhora da Glória. A outra condição em função da doação, seria que, a Irmandade desse sepultara ao doador e a todos os seus descendentes. (Rio de Janeiro Aqui, 2022)

Em 1699 a doação se concretiza e em 1714 dá-se início a construção concluindo em 1739 da Igreja que se vê hoje. No ano de sua conclusão, a Irmandade é reconhecida canonicamente pelo bispo do Rio de janeiro, Frei Antônio de Guadalupe. Em 1849 recebe de D. |Pedro II, o título de Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro.

Construída em local privilegiado, a Santa do alto do Outeiro é quem abençoava a chegada e partida dos viajantes da Cidade. Foi ela quem recepcionou ao longe a frota portuguesa real em 1808. Neste período era impossível não a ver ao longe, no alto do Monte em meio ao céu de brigadeiro na Cidade que, por natureza, já era “Maravilhosa”.

Com a chegada da Família Real, a Igreja passou a ter maior notoriedade, nela foram batizados a princesa Maria da Glória, futura Rainha de Portugal e D. Pedro II e sua filha Princesa Isabel.

Tendo a duas formas octogonais que se entrelaçam, típica do período barroco. É constituída por duas naves, a maior é a Igreja, a menos o altar e a sacristia. Sua planta arquitetônica é atribuída ao Tenente-Coronel José Cardoso Ramalho. Por ser um militar, talvez isso explica a existência de uma guarita na Igreja.

Situado num ponto estratégico, de onde se pode ver toda a baía de Guanabara e o centro da cidade, o morro da Glória foi um importante local de observação artística e militar. Há registros de que a pequena guarita da igreja, até hoje ao lado da torre, era o local de abrigo para o sentinela que vigiava a entrada da baía contra possíveis invasores.

Seu interior é constituído por três altares ao centro fica a imagem de Nossa Senhora da Glória acompanhada à sua direita por Santo Amaro, e esquerda São Gonçalo. Acima no cruzeiro está o brasão da família imperial. Na entrada do templo há duas pias de água benta em mármore rosa de lioz.

Os altares-mor e altares laterais da nave, assim como as tribunas e o coro, possuem um estilo que mistura Rococó (final do Barroco e mais rebuscado) com início do Neoclássico, podendo ser considerado uma representação de transição. São obras ornamentais em madeira talhada, ou trabalhos em talha. A Igreja é toda decorada com painéis de azulejos brancos e azuis, até pouco mais da meia altura das portas de entrada. Estes painéis de azulejos são do século 18, feitos entre 1735 e 1740, e acredita-se que sua autoria é de Mestre Valentim de Almeida. (Rio de Janeiro Aqui, 2022)

Considerada uma joia do período Barroco, uma “joia da arquitetura setecentista, a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro é um dos maiores patrimônios da arquitetura colonial religiosa brasileira.” (Leila do Flamengo)

Em 1937 a Igreja é declarada Monumento Nacional, em 1950 o Papa Pio XII confere-lhe mais um título, a de Basílica Nacional de Assunção.  “O tombamento ocorreu a 17 de março de 1938, inscrito no Livro Tombo do Ministério de Educação e assinado por Rodrigo de Mello Franco de Andrade.” (Outeirodagloria,2022)

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