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A Introdução crítica ao Planejamento e a Gestão Urbanos

Por:   •  17/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  915 Palavras (4 Páginas)  •  539 Visualizações

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Mudar a cidade

Uma introdução crítica ao Planejamento e a Gestão Urbanos

Marcelo Lopes de Souza, 2001

Planejamento e gestão: conceitos rivais ou complementares?

O conceito de gestão , há bastante tempo estabelecido no ambiente profissional ligado à administração de empresas, vem adquirindo crescente popularidade com outros campos.

Na interpretação de alguns, a palavra gestão veio bem a calhar como um sucedâneo do termo planejamento.

Para alguns observadores o termo gestão traz a conotação de um controle mais democrático, operando com base em acordos e consenso, em contraposição ao planejamento, que seria mais tecnocrático.

Gestão e planejamento não são termos intercambiáveis, pois possuem referencias temporais distintos e por tabela, se referem a atividades de diferentes tipos.

De sua forma, gestão remete-se ao presente: gerir significa administrar uma situação dento dos marcos dos recursos presentemente disponíveis e tendo em vista uma necessidade imediata.

O planejamento é a preparação para uma gestão futura: busca-se evitar ou minimizar problemas e ampliar margens de manobra.

Longe de serem concorrentes ou intercambiáveis, planejamento e gestão são distintos e complementares um do outro.

Não menos que a própria gestão, ou seja, a administração dos recursos e das relações de poder aqui e agora, o planejamento é algo que não se pode abdicar.

“Se planejar é sinônimo de conduzir conscientemente, não existirá então alternativa ao planejamento. Ou planejamos ou somos escravos da circunstância. Negar o planejamento é negar a possibilidade de escolher o futuro, é aceita-lo seja ele qual for. ”Carlos Matus, 1996"

Construir cenários: uma abordagem realista do desafio de realização de prognósticos, com a condição de não ceder a tentação racionalista de formalizar excessivamente a simulação, dando-se a impressão de que cinco ou seis cenários esgotam as possibilidades quanto ao futuro.

Cenários servem para simular futuras ocasiões e com isso poder evitar possíveis problemas e complicações em um planejamento urbano.

Carlos Matus incorpora o uso dos cenários em seu estudo sobre o planejamento estratégico situacional, onde cria quatro estágios chamados de “as quatro trincheiras”.

Primeira trincheira

Capacidade de predição. Embora concedendo-lhe alguma importância, Matus reconhece que estra trincheira – na qual o que é efeito é estabelecer uma única imagem ou no único fio evolutivo para o futuro, extrapolando uma tendência – é a mais vulnerável de todas.

Segunda trincheira

Capacidade de previsão. Matus associa o termo previsão a uma simulação flexível, que basicamente corresponde às construções de cenários alternativos.

Terceira trincheira

Capacidade de relação veloz ante a surpresa. Uma vez que nem mesmo a técnica flexível dos cenários pode dar contra plenamente do inesperado, faz-se mister desenvolver mecanismos que permitam um mínimo de agilidade por parte do agente tomador de decisões envolvido diante de surpresas, especialmente do tipo negativo (catástrofes, acidentes, etc.).

Quarta trincheira

Aprender com os erros. Como mesmo a terceira trincheira, por mais bem construída que seja, não é infalível, ainda resta (ao menos como consolo) uma quarta possibilidade, diante de problemas que não conseguimos debelar ou de erros cometidos: extrair lições úteis para o futuro e tentar aprender com os próprios erros.

O desafio, então, é planejar de modo não racionalista e flexível, entendendo-se que a história é uma mistura complexa de determinação e indeterminação, de regras e de contingência, de níveis de condicionamento estrutural e de graus de liberdade para a ação individual.

Tudo isso faz com que o esperável seja frequentemente sabotado pelo inesperado, o que torna além de necessário, arriscado qualquer tipo de planejamento.

Segundo muitos entendedores do assunto, a ideia seria que o termo planejamento fosse substituído pela palavra gestão, pelo fato de o primeiro possuir uma imagem comprometida com práticas

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