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A Prática, A História E A Construção Do Conhecimento: Karl Marx

Por:   •  18/3/2024  •  Artigo  •  1.406 Palavras (6 Páginas)  •  42 Visualizações

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CAPÍTULO 22

A PRÁTICA, A HISTÓRIA E A CONSTRUÇÃO DO CONHCIMENTO: KARL MARX (1818-1883)1                                                                 

                                                                                                            VIEIRA, Areli de Lima2
                                                                                                           
ary_vieiraa@hotmail.com
INTRODUÇÃO

Para Marx, a base da sociedade, assim como a característica fundamental do homem, está no trabalho. É do e pelo trabalho que o homem se faz homem, constrói a sociedade, a noção de que a história, a transformação da sociedade, se dá através de contradições, antagonismos e conflitos, e que a transformação, o desenvolvimento da sociedade não é linear, não é espontâneo, não é harmônico, não é dado de fora para a própria sociedade, mas é consequência das contradições criadas dentro dela, é sempre revolucionaria, é sempre fruto da ação dos próprios homens.. Para Marx, o que determina a consciência é o ser social, que adquire, assim, primazia sobre a consciência.

DESENVOLVIMENTO

 Karl Marx nasceu, em 1818, em Trier (Tréves), na Renânia, próxima a fronteira com a França. Estudou Direito em Bonn e Berlim. Foi durante sua estada em Berlim (1837-1841) que entrou em contato com a filosofia de Hegel. De sua obra destacam-se: Manuscritos econômico – filosófico (1844), Miséria da filosofia (1847),  já Manifesto comunista (1848), Ideologia alemã (1848) foram escritos com a co-autoria de Engels. O século XIX foi um  século de grande desenvolvimento do capitalismo e de mudanças radicais no mundo. Este período poderia ser dividido em dois grandes momentos. O primeiro deles – até 1848- foi caraterizado pela expansão do capitalismo nos países industrializados, pelo seu impulso inicial nos países não-desenvolvidos e pela sua primeira grande crise nos países desenvolvidos (1830-1840). A par com o crescimento econômico e com o crescimento das riquezas, cresceu também a classe trabalhadora: em número, pobreza e em consciência politica. A segunda metade do século defrontou-se com um novo momento de desenvolvimento do capitalismo: com a expansão do sistema a nível mundial, com uma segunda fase de expansão da indústria, nos países industrializados e com a formação de um sistema capitalista internacional. Para a classe trabalhadora, esta metade de século foi marcada por um grande avanço na sua organização e nas suas propostas. A compreensão do pensamento de Marx se, por um lado, exige que se reconheça a intima relação entre seu trabalho intelectual e sua atuação politica, por outro, exige que se reconheça as influencias teóricas que marcaram o desenvolvimento de seu pensamento. Com Feuerbach, Marx assume que a matéria existe independentemente da consciência e que as ideias são o matéria transposto para, traduzido pela consciência humana. Para Marx, o homem é parte da natureza mas não se confunde com ela. O homem é um ser natural porque foi criado pela própria natureza, porque esta submetido a leis que são naturais, porque depende da natureza, da sua transformação para sobreviver. Este homem que através de sua atividade consciente transforma a natureza e a si mesmo não é compreendido, por Marx, como sujeito ou como individuo não comparável com outros, ou independente dos outros homens. O homem é compreendido como ser genérico, como ser que opera sobre o mundo, sobre os outros homens e sobre si mesmo enquanto gênero, enquanto espécie que busca sua sobrevivência. O homem então deve ser compreendido como espécie natural, no entanto, na sua atividade se distingue de outras espécies animais, já que a atividade é consciente e sua produção não é determinada unicamente por suas necessidades imediatas. Portanto, quando Marx fala da produção da vida pelo homem está se referindo a uma atividade produtiva concreta, a uma atividade produtora de bens materiais, e mais, a uma atividade que produz a maneira de viver do homem. A medida que o homem trabalha para satisfazer suas necessidades, se organiza de tal forma, que pode criar, ao mesmo tempo que necessidades e condições de vida cada vez mais sofisticadas para alguns, condições de vida e portanto, necessidades cada vez mais simples para outros, de forma que as necessidades existentes num determinado momento histórico podem, e frequentemente são, para alguns homens pelo menos, um retrocesso, fazendo com que estes possam ser colocados, em casos extremos, abaixo dos animais, numa escala evolutiva.
Marx define as ações humanas como relações humanas com o mundo, relações humanas que constroem o próprio homem, quer seja no sentido biológico, quer seja no sentido pratico e espiritual. A gênese e desenvolvimento da historia, em Marx, tem um significado muito próprio. A compreensão da gênese e do desenvolvimento dos fenômenos deve partir da concepção de que nada, nenhuma relação, fenômeno ou ideia tem o caráter de imutável.
Ao discutir a mercadoria, no capitalismo, Marx torna clara esta distinção, apontando o quanto a produção de conhecimento deve caminhar no sentido de desvendar as determinações, de modo algum transparentes no fenômeno, tal como ele aparece. A compreensão e explicação de um fenômeno depende da descoberta das relações e conexões que lhe são intrínsecas, que o formam e que inserem este fenômeno em uma totalidade, totalidade que esta acaba, também, por determina-lo e da qual não pode ser subtraído, sob pena de se perder a compreensão do movimento que constitui o fenômeno, e nesse caso, a compreensão do próprio. A concepção de homem como produtor de bens materiais, de relações sociais, de conhecimento, como produtor de todos os aspectos que compõe a vida humana, e, portanto, como produtor de si mesmo, parece servir de base, de elo de ligação, a todos os aspectos do pensamento de Marx: é fundamento de sua proposta para a produção de conhecimento, de sua análise da historia e de sua análise da sociedade. O conhecimento cientifico, adquire em Marx, o caráter de ferramenta a serviço da compreensão do mundo para sua transformação, transformação que deve ocorrer na direção que interessa àqueles que são os produtores reais da riqueza do homem – os trabalhadores – e que por sua própria condição histórica estão em antagonismo com os detentores dos meios de produção – os donos do capital.

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