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AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO E PROJETO PARTICIPATIVO: UMA EXPERIÊNCIA DIDÁTICA:

Por:   •  10/9/2019  •  Resenha  •  1.458 Palavras (6 Páginas)  •  225 Visualizações

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AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO E PROJETO PARTICIPATIVO: UMA EXPERIÊNCIA DIDÁTICA:

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) vem sendo utilizada nos países desenvolvidos tendo como princípio o fato de que os espaços construídos de edificações e de espaços públicos abertos, quaisquer que sejam suas funções, devem sofrer avaliações permanentes. Estas avaliações devem ser feitas, tanto do ponto de vista do ambiente construído, como da satisfação de seus usuários, permitindo assim, medir acertos e propor correções de eventuais falhas. Dessa forma, o processo de elaboração de projeto é reavaliado, podendo, conforme o caso, propor inovações em outros projetos semelhantes. Esta avaliação se volta especialmente para habitações de interesse social, edificações institucionais como escolas e hospitais, mas também em edifícios de escritório e em área livres de uso público, como praças e parques.

O Projeto Participativo (PP) vem sendo desenvolvido como um método que busca resolver aspectos sociais e econômicos, além dos aspectos físicos do ambiente construído. Este método tem como principal característica o envolvimento do usuário como peça chave no processo de planejamento, transformando tanto o espaço físico como as pessoas que o habitam.

A participação do usuário no processo de planejamento pode acontecer em diversos níveis, assim como com diferentes objetivos. O programa da disciplina foi adequado dentro da perspectiva de participação de um grupo de pesquisa da Universidade de Chiba, Japão em atividades conjuntas com o grupo de alunos da Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, por um período concentrado de, no máximo, três dias. Para tanto se procurou organizar a disciplina de pós-graduação Avaliação Pós-Ocupação do Ambiente Construído em três partes: a primeira voltada para os estudos conceituais; a segunda referindo-se especificamente ao desenvolvimento do workshop com a aplicação dos métodos de APO e PP; e a última programada para o desenvolvimento de alternativas de projeto.

Contou-se com a participação de pais, mestres, funcionários e alunos da pré-escola EMEI Emir Macedo Nogueira, bem como com a população frequentadora da Praça Elis Regina (PER). O workshop iniciou-se com um contato com a população alvo, tanto de frequentadores da Praça, como da EMEI, sendo que a APO começou simultaneamente, com entrevistas à diretora e à coordenadora da EMEI, com a aplicação de questionários junto a usuários da Praça Elis Regina e com a montagem de mapas comportamentais, identificando diferentes porções da praça. Paralelamente, a metodologia do PP foi aplicada onde as atividades foram planejadas para estimular a percepção dos usuários em relação à praça, e considerando a participação de dois grupos de usuários: “grupo 1” crianças da pré-escola, pais e mestres (possíveis usuários da praça) e “grupo 2” usuários em geral.

Para o primeiro grupo foram planejadas as seguintes atividades: a encenação de uma peça de teatro infantil; jogos como a caça ao tesouro; desenhos infantis e a aplicação de questionários junto aos pais, mestres e funcionários da EMEI. E para o segundo grupo, a montagem de origami foi utilizada como elemento atrativo, para a aplicação de questionários.

Dessa forma, foi possível perceber como a partir de atividades lúdicas é possível fazer um trabalho de compreensão espacial e de identificação de necessidades e desejos da comunidade. Todo o material coletado foi utilizado no terceiro dia do workshop para se iniciar a formação de um diagnóstico dos ambientes, destacando os principais aspectos considerados pelos usuários em sua necessidade de uso desses espaços.

Na análise de dados da Praça Elis Regina tentou-se compreender como a mesma interage no processo urbano, através do levantamento de características específicas que envolvem local, tais como: dimensões, fluxos, usos do entorno, estrutura física e a conexão que realiza com as imediações adjacentes. Por meio dessas informações, foi possível concluir que é uma área predominantemente residencial e que possui um grande movimento. Além disso, conta com um caráter longitudinal, já que se localiza em um fundo de vale apresentando formato estreito, fator que dificulta a variedade de espécies arbóreas e a inserção de mobiliário urbano e equipamentos de lazer. Outro ponto importante a se destacado é o perfil de desmazelo em que a praça se encontra, com flores destruídas, lixo e dejetos espalhados, visto que grande parte dos moradores não se consideram responsáveis pela conservação da área, enquanto outra parcela acredita que o trabalho deve ser mútuo entre moradores e poder público.

A dimensão do questionário é dada pelas características do espaço e pelo perfil da maior parte de seus usuários, que são pessoas de meia idade e idosos. Por ser uma área de passagem, de um lado algumas pessoas se mostraram um tanto neutras em seus questionamentos, mas por outro, essa neutralidade exibe a visão simplória de se ter um espaço urbano que contenha flores e arborização. Algumas respostas obtidas enfatizam a falta de segurança do bairro, fator que gera medo nos moradores e impede as crianças de frequentarem a praça sozinhas. Outra questão mencionada foi a importância da instalação de equipamentos para a prática de esportes e lazer, tanto para crianças quanto para idosos. Além disso, foi exposto o valor de se conservar o aspecto físico da área, por meio de um paisagismo adequado e cores que tragam mais vida a esse local.

Para o levantamento de dados na Escola Emir Macedo Nogueira foram levantados os aspectos físicos do local, localização, dimensões, setorização dos ambientes, observação externa, fotografia e levantamento de uso, através da contabilização da quantidade de usuários que utilizam, a frequência e as atividades

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