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As Técnicas Construtivas

Por:   •  24/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  4.946 Palavras (20 Páginas)  •  206 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Campus Poços de Caldas

Técnicas Retrospectivas e Restauro em Arquitetura I

Técnicas construtivas

Aluna: Giulia Marra D’Martins

RA: 611955

Prof.º: Antônio Lorette

[pic 1]

Técnicas construtivas

  1. Habitações indígenas

O estudo em volta das habitações indígenas pode ser considerado dificultoso devido a precariedade de pesquisas de um modo geral. Isso se dá, primeiramente, à chegada dos colonizadores e jesuítas ao continente, houve uma influência da ocidentalização, o que fez com que os povos indígenas que ali habitavam passasse por uma fusão de culturas. Também, devido ao fato de existir inúmeros povos indígenas de diferentes culturas, diferentes regiões e princípios.

Anteriormente a chegada dos colonizadores, já existiam construções impressionantes, utilizando técnicas consideradas avançadas para a época. A arquitetura indígena conversa muito bem com a natureza, contrariando a arquitetura ocidental capitalista. Segue o tipo vernacular, ou seja, usava-se vegetais e outros recursos naturais para a construção das habitações, prezando sempre pelo conforto térmico e praticidade estrutural. Vale ressaltar que as habitações indígenas, de um modo geral, serviam como abrigo e proteção para fenômenos naturais e outros possíveis perigos, uma vez que os moradores passavam a maior parte do dia realizando atividades ao ar livre.

Sobre a organização dos povos indígenas, a forma mais conhecida é a aldeia. As aldeias são normalmente composta por um conjunto de ocas ou malocas, dispostas de modo que cerquem o pátio aberto por uma clareira que mais tarde seria coberta pela vegetação local, aprimorando a defesa dos habitantes contra perigos externos. Além disto, há também um espaço para plantio, pátio para atividades cotidianas, rituais ou cultos. Alguns povos optavam pela construção de uma aldeia em formato de ferradura, outras circular, ou ainda uma única habitação coletiva.

As ocas são basicamente casas unifamiliares, com estrutura de madeira e taquara, cobertura de palha ou folhas de palmeira, portas de pequena proporção e não tinham divisões internas. O guarupe é um pau central referencial da oca, usada como pivô. Era por ele que fazia a forma circular da tribo. A título de curiosidade, a configuração da oca foi inspirada em um ninho de beija-flor. E por fim, exemplificando, a aldeia Xavante tradicional, localizada próximo ao Amazonas, utilizava este tipo de habitação.

[pic 2]Já as malocas são um conjunto destas ocas, que serviam de moradia para inúmeras famílias, ou seja, é uma unidade multifamiliar. As habitações eram feitas de madeira e palha, divididas através do telhado, formando quadrados de 6x6 metros. Também eram espaços para a realização de rituais simbólicos, por isso, era dividida em zonas climáticas, uma específica para cada tipo de ritual. As famílias habitantes acendiam fogueiras em seu interior, uma vez que era uma das mais viáveis formas de aquecimento para os indígenas. Por isso, incluía-se uma cumeeira ao topo das malocas.

Geralmente a técnica utilizada para a construção das habitações dependia dos materiais construtivos disponíveis e das condições climáticas do local. Fora isso, a técnica se assemelha na maior parte das civilizações. A principal era a de amarração. Eram trançados gravetos com cipós e plantas (folhas de palmeira) na estrutura encaixada de esteios de madeira, escorridos para baixo fazendo com que a chuva escorresse para o chão e a fumaça da fogueira conseguisse sair pela cumeeira. Para entrelaçamento lateral, os paus eram ligeiramente escavados, visando melhor ajustamento. Também há o encaixe de topo, quando uma peça horizontal é apoiada em uma vertical. Ambas as técnicas poderiam ser utilizadas juntamente. Além disso, o chão de terra era trabalhado até ficar mais argiloso de modo que não doesse o pé ao pisar.

Outra técnica construtiva diferente da citada é a utilizada na civilização dos Sambaquis, presente do Sul ao Norte do Brasil, que contavam com pelo menos 100.000 habitantes por concentração. As construções, chamadas Sambaquis, eram grandes montes de terra, pedras e conchas com cobertura de madeira, palha e folhas. Eram utilizados para realizar o sepultamento dos entes da civilização. Com a fossilização decorrente da ação da chuva, o cálcio difundido petrificou os detritos e ossadas existentes, se aproveitando disso, os colonizadores incendiaram essas casas para fazer cal.

Atualmente, assegura-se que a arquitetura indígena influenciou em várias construções contemporâneas do mundo todo. Um exemplo brasileiro, que trouxe uma releitura da forma das habitações, é o Pavilhão de Exposições Lucas Nogueira Garcez, popularmente conhecido como Oca, construído em São Paulo pelo arquiteto Oscar Niemeyer. É um edifício circular com uma cobertura também arredondada, que traz lembranças de uma oca indígena.

Outro exemplo é o Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou, localizado na Nova Caledônia e projetado por Renzo Piano. Esta construção combina o estilo contemporâneo com as tradições e cultura de uma tribo local chamada Kanak.

[pic 3]Uma arquitetura contemporânea inspirada em habitações indígenas significa dar mais valor à natureza do entorno, porém explorando elementos construtivos de maior proteção e qualidade para ter uma boa segurança na vida moderna. Assim, é possível seguir traços indígenas como teto em formato arredondado, pé direito alto, prezando pelo conforto térmico utilizando materiais atuais como aço, alumínio etc.

  1. Alvenaria de pedra

A pedra foi o elemento construtivo principal durante a arquitetura colonial, que se deu a partir da década de 1530. Neste período, as características arquitetônicas encontradas possuem grande caráter europeu. Com a instalação dos portugueses no Brasil, houve a necessidade de se construir edificações fixas para exercer funções administrativas como prédios públicos, prisões, igrejas e capelas, etc. A partir disto, a construções de fortificações para a defesa passam a ser levadas em conta.

  Haviam tanto fortificações externas, comumente encontradas no litoral brasileiro, visando a proteção contra possíveis invasores estrangeiros (como foi o caso dos holandeses, espanhóis e franceses) e também fortificações internas para defesa contra ataques dos próprios indígenas que habitavam a região. Em um primeiro momento, estas fortificações eram construídas em barro para depois serem aprimoradas para a alvenaria de pedra.

Para ilustrar, toma-se como exemplo o Forte do Mar, ou Forte de São Marcelo, localizado em Salvador. Essa construção tem uma planta circular, assentada sobre uma pedra no mar. Até o nível da água foi construído em arenito e o restante foi em alvenaria de pedra irregular.

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