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EXISTE ALGUMA RELAÇÃO ENTRE A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL E A FORMA COMO FOI REALIZADO O PLANEJAMENTO URBANO DE BRASILIA?

Por:   •  26/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  846 Palavras (4 Páginas)  •  306 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE ARQUITETURA E DESING

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ANA JULIA MURARO CHAGAS LIMA

LUMA PAULA VASCONCELOS BARROS

MARIA JULIA SOARES FERREIRA BANAK

THAÍS TRENTO HERDT

EXISTE ALGUMA RELAÇÃO ENTRE A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL E A FORMA COMO FOI REALIZADO O PLANEJAMENTO URBANO DE BRASILIA?

PROFESSOR

IVAN ALEXANDER MIZANZUK

CURITIBA

2018

  • Existe alguma relação entre a desigualdade social no Brasil e a forma como foi realizado o planejamento urbano de Brasília? 

Com o objetivo de construir uma nova capital no interior do país, Juscelino Kubitschek se dedicou em seu governo em executar seu plano de metas que buscava levar chance de desenvolvimento para o centro do país.

Dessa forma, o plano piloto desenvolvido por Lucio Costa com auxílio de Oscar Niemeyer e influência de Le Corbusier trouxe concepções de um planejamento urbanístico autoritário, hierárquico, logo se torna difícil aceitar a ideia de que Brasília foi projetada como cidade socialista, cujo intuito era antecipar uma sociedade mais igualitária.

Sendo assim, a cidade então planejada para 500 mil habitantes, hoje abrange cerca de 2,6 milhões de pessoas, as quais saíram, grande parte, inicialmente para trabalhar na construção de Brasília, pois havia a necessidade de mão de obra no local. Devido a mão de obra barata, estes trabalhadores perderam suas identidades e autonomia, sendo identificados como povo ou até mesmo “candangos”, termo que se refere a migrantes que foram para a capital.

O projeto foi construído em menos de quatro anos e sua inauguração ocorreu em 21 de abril de 1960. Todavia, nem todos tinham condições de morar no plano diretor, por conseguinte surgiram as chamadas cidades satélites que não foram planejadas, nas quais as pessoas moravam, mas trabalhavam em Brasília.

Após a inauguração, muitos dos trabalhadores que construíram a nova capital, se instalaram nessas cidades satélites que estão localizadas de 12 a 43 quilômetros de distância, isto ocorreu devido ao fato dos trabalhadores não possuírem condições de morar em Brasília. Segundo dados do livro “A capital da geopolítica” de Vesentini, o crescimento populacional nessas cidades foi de 48% em 1960, 68% em 1970 e 71% em 1980.

As oportunidades de emprego concentram-se no plano piloto, à vista disso, as cidades-satélites são “cidades-dormitórios”, pois possuem poucas atividades produtivas e oportunidades locais de trabalho. Deste modo, pode-se notar que as disparidades sócio econômicas entre o plano piloto e as cidades satélites são enormes.

Ademais, juntamente à Brasília, ao analisarmos um contexto geral do Brasil, melhor compreende-se a situação vivenciada através da seguinte citação do livro de Vesentini – “Mas os mecanismos de segregação espacial que operam nas demais cidades do pais, onde as diferenças socioeconômicas a nível territorial existem mas não são tão evidentes assim, já que nelas o edifício luxuoso convive com frequência ao lado dos cortiços ou favelas, em Brasília são mais acentuadas: eles já foram dados por princípio, desde a concepção e a edificação da cidade.”

Com base nisso, podemos observar típicos casos de segregação de classes ao estudarmos a arquitetura hostil, e de um suposto urbanismo hostil que está presente em inúmeras cidades. A arquitetura hostil é a forma que o planejamento do espaço é utilizado para intervir em certas coisas julgadas como erradas e prejudiciais. A exemplo disso, algumas cidades possuem mecanismos para impedir moradores de rua, skatistas e adolescentes, os quais alegam que são desfavoráveis ao ‘’bem-estar’’ da cidade de habitarem determinado local. De maneira que, são criadas medidas como, colocação de pedras pontiaguda abaixo de viadutos e armações de ferro em bancos de praças, entre outros, os quais tornam-se empecilho para quem pretende se deitar e se sentar, além de diminuir as calçadas, aumentando os espaços dos automóveis e diminuindo os caminhos para os pedestres. Atitudes estas que, supostamente, são aplicadas como medidas para assegurar “o combate a marginalidade, a segurança, combater os índices de furtos”.

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