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Fichamento Perspectivas e desafios para o jovem arquiteto no Brasil: Qual o papel da profissão?

Por:   •  1/5/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.243 Palavras (5 Páginas)  •  1.115 Visualizações

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FERREIRA, João Sette Whitaker. Perspectivas e desafios para o jovem arquiteto no Brasil: Qual o papel da profissão? In: Revista AU – Arquitetura e Urbanismo

A principal discussão do texto é sobre os desafios que aparecem ao longo da carreira do jovem arquiteto brasileiro, e as expectativas perante a profissão.  O autor questiona a todo o momento (como a profissão é tratada no Brasil como podemos observar na frase de um arquiteto europeu “A arquitetura brasileira é fenomenal, mas aparece para nos como uma arquitetura de apenas casas choques, e quando não, de prédios habitacionais e comerciais de luxo”), e o que isso implica aos jovens (e futuros) arquitetos para refletir se nenhuma mudança é necessária na Arquitetura e no Urbanismo.

        Já no inicio, o autor questiona o real papel do arquiteto no Brasil “Há uma necessidade premente de iluminar também outra face da arquitetura e do urbanismo, menos vistosa, menos evidente e menos festejada, mas cuja importância é fundamental para tirar a profissão do complexo impasse em que se encontra”. Induz-nos a refletir de como atribuímos automaticamente o sucesso à arquitetura autoral, e critica que a mesma está direcionada apenas àqueles das classes sociais mais altas.

        Afirma que seguir apenas esse padrão de arquitetura, limita o jovem arquiteto, que pensa (como grande parte da sociedade) que esse é o modelo a seguir. Diz que “O problema está em reproduzir esse pensamento para as gerações futuras, cujo universo de atuação é completamente diferente, muito mais amplo, mais complexo, não cabendo mais apenas na prancheta de alguns grandes escritórios”.

Sua argumentação é sustentada a partir de uma pesquisa em edições das revistas AU e Projeto, de Fevereiro a Agosto de 2010, onde 69 projetos foram apresentados e desses, possui quatro referências à questões de urbanização, e apenas um de habitação “econômica”, sem qualquer menção a conjuntos habitacionais, moradias populares ou habitações sociais. João Sette chega a conclusão de que a arquitetura brasileira é falha em seu papel social,  onde 40% da população urbana vive sem arquitetura, e sem urbanismo propriamente dito.

Abordando a questão social, explicita como a arquitetura de extrema verticalização, ligada ao mercado imobiliário, prejudica a cidade, onde os condomínios murados se fecham para a cidade, segmentando a malha urbana, e tornando impossíveis os espaços públicos de qualidade. Os apartamentos oferecidos pelos prédios cercados e murados, estão cada vez menos generosos, mais apertados, menos ventilados, substituindo metros quadrados nas unidades habitacionais por espaços coletivos no térreo, bem mais econômicos (para as construtoras), sob o glamour das denominações da moda: espaços gourmets, fitness-centers, etc.

A ‘culpa’ desses fatos para o autor, é responsabilidade coletiva, “A arquitetura colocou-se em uma posição de elitização e de afastamento da realidade urbana, como decorrência de um longo período de autoritarismo e de politicas econômicas de extrema concentração de renda”. O Brasil é um país extremamente elitizado, que reflete no espaço das cidades essa sociedade desequilibrada, o que implicam em necessidades urgentes de mudança.

        Nosso processo de urbanização intensificado, quanto a verticalização excessiva e não regulamentada e nem planejada, dos grandes condomínios fechados que renegam espaços públicos da cidade e da ocupação descontrolada das periferias, e assim por diante. Nas cidades se o crescimento acelerado não for controlado, significa o aumento da destruição ambiental e dos problemas urbanos.

O crescimento da classe C há uma mudança significativa ocorrendo nas migrações internas e na conformação de redes de cidades, com um novo papel de protagonismo regional das ‘cidades medias’ cuja população e PIB crescem mais do que as outras cidades brasileiras. A atividade arquitetônica esta se desenvolvendo acompanhando o aquecimento do mercado e o crescimento das cidades médias, porem, as imobiliárias estão implantando o mesmo sistema de verticalizações focadas no lucro e não na perspectiva de uma alternativa urbana mais viável para a vida do morador. Assim, a arquitetura passa por dificuldades para impor um novo padrão qualitativo de reflexão sobre o urbano.

Em 2009 o Governo Federal lançou o programa “Minha Casa Minha vida” (PMCMV) com intenção de aquecer as atividades da construção civil, com intuito de atender o mercado ‘popular’. O programa auxiliou numa desconcentração parcial da produção. As prefeituras passam a ter papel importante assim como a caixa, que cedem terras e intermedeiam empréstimos da Caixa. Contudo, a qualidade arquitetônica e urbanística não foi incorporada a produção desse mercado popular privado, pois as construtoras optam por pouca qualidade construtiva e arquitetônica, só pensando no seu lucro.  Acabam por erguer muros e colocam guaritas, tudo para criar um sentimento de ascensão social que dinamize as vendas.

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