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Fichamento do Livro - Paisagem Urbana de Gordon Cullen

Por:   •  4/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  7.136 Palavras (29 Páginas)  •  1.179 Visualizações

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“Cidade é algo mais do que o somatório dos seus habitantes: é uma unidade geradora de um excedente de bem-estar e de facilidades que leva a maioria das pessoas a preferirem – independentemente de outras razões – viver em comunidade a viverem isoladas.” (p. 9)

Sabe-se que as obrigações existem, que são chamadas de ações necessárias. Todavia ir as ruas e estar na cidade é um motivo para exercer não só ações necessárias, mas também ações opcionais (ir ao restaurante, comprar roupas ou fazer uma caminhada) e ações sociais (conversar com um amigo, levar o cachorro para passear ou ajudar um pedinte na rua). Tudo isso são excedentes das cidades e por isso os humanos sempre serão atraídos por humanos, por possuir ruas movimentadas por pessoas.

LOCAL: “Se os nossos centros urbanos forem desenhados segundo a ótica da pessoa que se desloca (quer a pé, quer de automóvel) a cidade passará a ser uma experiência eminentemente plástica, percurso através de zonas de compressão e de vazio, contraste entre espaços amplos e espaços delimitados, alternância de situações de tensão e momentos de tranquilidade.” (p. 12)

A cidade reflete o homem, por tanto se ela é moldada de acordo com sua ótica, a mesma possui todas as dimensões humanas de necessidade e aconchego. Por tanto tem-se ruas com maior número de transeuntes, respeito pela faixa de pedestre, transporte público seguro e dinâmico, calçadas para pessoas, ou seja, sem buracos, com rampas de acesso e faixas para ciclistas com ideal proporção desmembradas das calçadas e longe do meio fio.

CONTEUDO: “O convencionalismo é uma fonte de tédio enquanto que a aceitação da disparidade se revela uma fonte de animação. Finalmente, no meio da aridez estatística da cidade-esquema, descobriram-se as duas facetas de uma mesma realidade, que para o movimento (ponto de vista – imagem emergente) que para o local (Aqui – Além) quer para o conteúdo (Isto – Aquilo).” (p. 14)

Ser convencional na paisagem urbana não é a melhor das atitudes. O transeunte tem que ser convidado a caminhar nas ruas, porém isso só há de acontecer se por meio do olhar ele for chamado atenção de uma obra ou um monumento dinâmica que mude o percurso do seu caminhar e o faça valorizar sua cultura local. Além disso, pode ser motivo de uma conversa amigável sobre o ponto de vista de acordo com a obra com um amigo, deixando a vida urbana muito mais animada.

“A primeira coisa a fazer é popularizar o mais possível a Arte do Meio Ambiente, partindo do princípio que uma maior participação emocional das pessoas, conduzirá necessariamente ao aperfeiçoamento do jogo: este é o cerne da questão.” (p.17)

Para uma cidade mais limpa, com menores ou nulos índices de poluição e desperdício é mister que o meios de comunicação, as ONGs, o poder público e os importantes meios de atuação na vida urbana, como os urbanista, pensem em meio dinâmicos para promover uma popularização da Arte do Meio Ambiente. Mas como? Por meio de uma lógica distribuição de lixeiros nas calçadas, estimulo à diminuição do desperdício, investimento ao transporte público de qualidade, sendo este mais atrativo, como sendo uma forma de passar o tempo enquanto percorre-se as ruas da cidade, além de ciclovias bem pensadas.

“Estas três sequencias, Oxford, Ipswich e Westminster procuram captar, no meio limitado e estático da página impressa, um pouco da emoção e da sensação de descoberta que experimentamos ao atravessarmos uma cidade.” (p. 21)

O livro é de grande facilidade na leitura, pois a torna dinâmica por meio das imagens que nos estimula a caminhar pela cidade e observar as sequencias das coisas e os pontos que mais chamam a nossa atenção.

“[...] como a maioria das pessoas faz exatamente o que lhe convém e quando lhe convém, verifica-se que também o exterior se encontra ocupado para fins sociais e comerciais. A ocupação de determinados espaços ou linhas privilegiadas no exterior, os recintos, pontos focais, paisagens interiores, etc., são outras tantas formas de apropriação do espaço, [...]” (p. 23)

Quando a cidade permite que as pessoas façam aquilo que desejam e as fazem sair do comodismo de suas casas o exterior estará sempre ocupado. Essas cidades existem? Mas claro! E isso depende do urbanista, dos convites subtendidos de estar nelas e dos próprios habitantes. Os urbanistas ajudam ao deixar as ruas e lugares necessários com menores distancias a pé, formulação de projetos com grandes bulevares, pistas de ciclismo espaçadas e calçadas regulares com adição de acesso a cadeirantes. Já os habitantes devem olhar o pedágio como um convite a uma caminhada, andar de bicicleta ou pela preferência do transporte público. O importante é apropriar-se do espaço que nos convém.

VISCOSIDADE: “Quando um local é simultaneamente objeto de uma ocupação estática, pelo equipamento, e de uma ocupação pelo movimento, surge aquilo a que poderemos chamar viscosidade”. (p. 26)

A viscosidade é uma forma de entender por significação o que acontece nas cidades, seja um toldo estático que recobre conversas de pessoas que estão sentadas em um café (sendo essa uma atitude dinâmica).

PONTO FOCAL: “Nas ruas mais animadas e nos largos dos mercados de vilas e cidades, o ponto focal (seja coluna ou cruz) define a situação, surge como uma confirmação: << É este o local que procuravam. Pare. É aqui>>” (p. 28)

Pontos focais são formas de se localizar e são essências em todas as cidades. Assim sendo, servem para dar significada, característica ou trazer lembranças de um determinado local ao passarmos por ele ou falarmos dele para outra pessoa.

COMPARTIMENTOS E RECINTOS EXTERIORES: “Esta secção relaciona-se com a nossa sensação de posição, ou seja, a maneira como reagimos perante a posição que ocupamos no meio-ambiente, [...]” (p.31)

Compartimentos e recintos exteriores são conteúdos que tratam da nossa sensação de estar dentro ou fora de um local, ou seja, depende do ponto de vista. Desta forma, se estamos num carrinho de cachorro quente na calçada, mas cobertos por uma tenda, podemos achar que estamos dentro de um ambiente fechado, quando na verdade estamos em plena calçada. Outra opção é quando dizemos que vamos lá fora, quando na verdade estamos indo pro quintal da nossa casa. Todavia se olharmos por outro lado estaremos dentro de casa ainda, e o real lado de fora seria a rua.

DELIMITAÇÃO DO ESPAÇO: “Os meios que se utilizam para delimitar um espaço ou um recinto são muitas vezes, de uma fragilidade extrema”. (p. 34)

Para isso podem ser usadas arvores, cercados de madeira ou de palha, porém isso ocorre na maioria dos

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