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O HISTÓRICO MUNICÍPIO POÇOS DE CALDAS

Por:   •  6/3/2020  •  Relatório de pesquisa  •  1.846 Palavras (8 Páginas)  •  116 Visualizações

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HISTÓRICO DO MUNICÍPIO

4.1. Contextualização

A cidade de Poços de Caldas, como núcleo urbano, tem sua origem ligada às águas termais definindo sua vocação turística desde o início da sua fundação. Como resultado desta vocação, a cidade se forma e se expressa através das edificações e complexos históricos de uso ligados à atividade de lazer e turismo.

O conjunto significativo destas edificações está implantado na área central da cidade que se confunde com seu núcleo histórico.

4.2. Síntese Histórica da Ocupação do Sítio Original de Poços de Caldas

Este texto não tem a pretensão de se firmar como um documento definitivo da história social, econômica e cultural da cidade, tendo buscado apenas ser um relato fatual vinculado aos aspectos definidores do uso e ocupação da área central, com base em fontes documentais, bibliográficas e iconográficas.

De acordo com o Dr. Pedro Sanches, em seu livro “Águas Thermaes de Poços de Caldas”, a mais antiga notícia que se tem sobre as águas quentes foi a do comandante João de Almeida Fonseca, do Registro de Sant’Ana do Sapucaí, comunicando sua existência ao Governador das Minas Gerais, em 1786.

A partir daí, foram surgindo ranchos de palha nas imediações das fontes, originando assim, incipientemente a formação da futura vila e definindo sua vocação original de cidade de repouso, saúde e lazer.

No entanto, foi só a partir do primeiro quartel do século XIX que os poços sulfurosos começaram a atrair visitantes, em sua maioria enfermos que buscavam a cura para alguns males reumáticos, dermatológicos e digestivos.

As fontes eram visitadas por diversas pessoas, fossem apenas curiosos de passagem pelo local ou turistas em tratamento. Um desses visitantes foi o fazendeiro Joaquim Bernardes da Costa que, entusiasmado com as pastagens naturais que cercavam as fontes, convenceu seus filhos a requererem sesmarias naquele local. Em 1819, foi concedida a sesmaria no Campo de Caldas, ao seu filho coronel Joaquim Bernardes da Costa Junqueira que, após a demarcação das terras, em 1820, adquiriu as propriedades de seus irmãos e fundou a fazenda do Barreiro, primeiro núcleo habitado na região, cujas denominações e localizações constam da iconografia.

Em 1826, por iniciativa do Presidente do Estado, Dr. Agostinho de Souza Loureiro foi indicado para realizar o primeiro levantamento do local, quando foram demarcados os caminhamentos, os ribeirões, as nascentes das fontes e as delimitações naturais da área, possibilitando o seu mapeamento, a abertura de dois poços para melhor utilização das águas temais e a construção do primeiro balneário, que contava com dois banheiros separados e cobertura de palha. Esta ocupação e uso se estenderam até 1852, quando o governo Principal começou a tomar algumas medidas para melhorar as instalações da fonte.

As dificuldades que existiam em função das fontes estarem em terreno particular foram superadas quando, em 1872, a família Junqueira fez a doação das terras junto às nascentes sulfurosas para a fundação da cidade, que passou a chamar Vila de Nossa Senhora da Saúde.

Ao assumir a Presidência de Minas Gerais, também em 1872, o Senador Godoy teve extremo interesse pelas águas sulfurosas e destinou ordens ao Engenheiro Honório Soares do Couto para iniciar os trabalhos de implantação da futura cidade. Em dezembro daquele mesmo ano, o traçado já estava encaminhado, assim como, as áreas que definem o que hoje denominamos centro histórico, estavam demarcadas. Nascia, então, “Nossa Senhora da Saúde das Águas de Caldas”, fruto de um projeto cartesiano, orientado pelos pontos cardeais, com os limites e usos nas funções de habitação, lazer e turismo.

Em 1880, o governo da Província de Minas Gerais fez a concessão do uso das águas à empresa Balneária de Poços de Caldas, exigindo, no entanto, que a mesma dotasse a freguesia de um balneário digno. A empresa deu então início a suas atividades demolindo os ranchos usados anteriormente que faziam com que a utilização das fontes medicinais fosse muito precária e construindo barracões provisórios de pinho enquanto a captação das águas era feita pelo mestre pedreiro português Antônio Alves. Edificou-se o Balneário Pedro Botelho, que ficava situado no local onde hoje se encontra o Parque Infantil Darcy Vargas e que era ligado ao hotel do Balneário por um passadiço sobre o Ribeirão de Caldas, que havia sido retificado.

Foi nesse balneário, inaugurado em 1886, que o Imperador Dom Pedro II e sua esposa Dona Tereza Cristina se banharam quando vieram a Poços de Caldas inaugurar o ramal de caldas da Estrada de Ferro Mogiana, que facilitou enormemente o acesso de visitantes ao local. A mesma empresa inaugurou, em 1896, o estabelecimento termal dos Macacos, na Praça Dom Pedro II.

Desenhava-se, já naquela ocasião, uma paisagem urbana ao redor das praças, das fontes e dos balneários. A população era de cerca de 1.500 pessoas, distribuídas em 200 casas. Contrariando a regra, todo o desenvolvimento urbano se deu à volta do parque, da hospedaria e das fontes sulfurosas, mesmo a cidade já contando com sua igreja Matriz, a atual Igreja de Santo Antônio, na Rua São Paulo.

Com o advento da República, em 1889, e consequente implantação de novo regime político no país, ocorreram mudanças que beneficiaram a estância, cuja base econômica se mantinha nas águas medicinais (turismo/saúde), na pecuária e na lavoura de café. O novo sistema administrativo das Câmaras Municipais, dirigidas por agentes executivos, permitiu maior liberdade política e econômica à vila, propiciando um vertiginoso crescimento. Este crescimento foi alimentado, inclusive, pelos inúmeros imigrantes italianos ali estabelecidos, representando grande força de trabalho. Tal crescimento permitiu a criação da Prefeitura Municipal, em 1905.

Pode-se observar, através de imagens da época, que a Praça Senador Godoy, hoje Praça Pedro Sanches, tinha traçado simples e um belo coreto no local onde hoje se encontra o Monumento Minas ao Brasil.

A Companhia Melhoramentos, que desde 1911 era a concessionária das águas ficou responsável pela construção de uma nova casa de banhos e um hotel, o atual Palace Hotel. A casa de banhos era o edifício “Thermas”, situado ao lado do Palace Hotel, e que foi demolida quando da construção das Thermas Antônio Carlos em 1928.

Em 1927, com a inadimplência e falência da Companhia Melhoramentos, o então Presidente do Estado, Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, arrematou seus bens e criou a Superintendência

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