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O Nestor Goulart Reis Filho

Por:   •  10/10/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.477 Palavras (6 Páginas)  •  43 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Páginas 15 a 26

Na introdução do livro, o autor Nestor Goulart Reis Filho expõe sua intenção de elucidar as formações urbanas no Brasil, as quais são parte de uma rede urbana em constante transformação. Ele destaca o processo de origem social, também chamado de urbanização, como o responsável pela criação dos cenários urbanos, cuja compreensão demanda conhecimento do sistema social da colônia. Além disso, ele aborda as relações entre a política de colonização e o processo de urbanização, referindo-se à teoria como política urbanizadora.

O autor menciona que os eventos urbanos podem ser analisados através de diversas abordagens científicas, como a geográfica, sociológica, econômica e urbanística. Contudo, ele ressalta que é por meio da teoria de Weber, que busca explicar o fato urbano como uma organização social, que ele fundamentará sua abordagem metodológica.

Weber, em sua teoria, fundamenta-se principalmente na Cidade-Estado, onde estabelece as condições essenciais para a existência de um centro urbano. Ele considera aspectos como densidade populacional, diversificação de ocupações urbanas, economia urbana conectada à área rural, presença de forças militares, autonomia político-administrativa e uma camada urbana com seus próprios meios de produção, consumo e direitos.

Apesar de adotar a teoria de Weber, o autor promove ajustes cruciais para a pesquisa. Ele pressupõe que a urbanização é um processo social que gera o surgimento e transformação de núcleos urbanos. Destaca que a urbanização ocorre quando há uma divisão permanente do trabalho e que se dá junto ao desenvolvimento de uma "economia urbana" que estabelece um índice de urbanização.

Segundo o autor, o processo de urbanização em escala nacional está ligado ao nível de organização da rede urbana, englobando todas as formas de aglomeração urbana em um país. Além disso, compreender a urbanização como um processo depende do estudo das características estruturais e dos mecanismos de mudança.

O autor defende a análise do sistema social, destacando a necessidade de compreender os elementos interdependentes dos fenômenos sociais. Isso, segundo ele, proporciona outros entendimentos, como considerar as formações urbanas como componentes essenciais do sistema social global, explicitar a urbanização como relativa ao sistema social global, mostrar que o conhecimento das funções urbanas implica o entendimento do contexto em que estão inseridas e, por fim, interpretar as funções sociais de cada indivíduo nos centros urbanos.

Ao apresentar as metodologias de seu estudo, Nestor Reis conclui a introdução do livro enfatizando que todas essas determinações permitem analisar o processo de urbanização no Brasil desde sua origem, contribuindo para o desenvolvimento dos estudos de arquitetura e para o progresso urbano contemporâneo do país.

SEGUNDA PARTE

ELEMENTOS DA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

Páginas 122 a 152

Nestor Reis começa destacando que a configuração de uma aglomeração influencia as relações e, consequentemente, as funções que desempenha na rede urbana e no processo de urbanização. A discussão começa com os primeiros núcleos urbanos estabelecidos nos primeiros séculos da colônia, a maioria localizada no litoral devido a motivos econômicos, administrativos e militares. O autor também analisa as ocupações predominantes no planalto paulista, onde as vilas se formavam ao longo do rio Tietê.

Nos centros urbanos maiores, principalmente no litoral, a localização estratégica era aproveitada para o comércio de exportação e importação de mercadorias. Enquanto isso, os centros menores, mais no interior, compunham uma rede diversa, desenvolvida a partir da exploração de minérios e da agricultura de subsistência.

O autor observa que, nos núcleos urbanos mais antigos, havia uma tendência de ocupar áreas elevadas devido à eficiência na defesa e no controle das vias marítimas e fluviais. Entretanto, uma vez que o território estava sob domínio e a população escravizada, as preocupações com defesa diminuíram, levando a urbanização em direção a terrenos planos próximos às praias.

Na época do descobrimento, as cidades da colônia adotaram a abordagem de urbanismo colonial, seguindo tendências urbanísticas europeias. Os maiores núcleos urbanos funcionavam como centros regionais, recebendo mais recursos da política urbanizadora da metrópole.

O autor destaca uma característica dos sítios menores, estabelecidos em terrenos acidentados por motivos defensivos, resultando em um layout viário irregular. Com o tempo, mesmo nesses centros menores, houve a transição para um traçado mais regular, à medida que as preocupações com ataques diminuíram.

Nestor Reis passa a analisar as características das formações urbanas, como as ruas, vistas como meios de conexão entre residências e pontos de interesse coletivo. Nos centros maiores, surgiram ruas comerciais que ganharam importância ao longo do tempo.

As praças também são objeto de estudo, sendo espaços com edifícios administrativos e religiosos de destaque. Elas serviam não apenas para reuniões, mas também para procissões religiosas.

A partir do final do século XVII, as ruas deixaram de ser apenas caminhos de passagem e, devido ao crescimento do comércio, tornaram-se locais de permanência, ganhando importância estética com as casas projetadas para serem vistas.

Apesar disso, as ruas eram estreitas em comparação com os padrões atuais, já que o tráfego era predominantemente de pedestres. A arborização era quase inexistente, exceto por árvores frutíferas que se estendiam além dos muros das casas, criando um ambiente urbano monótono, cercado por edificações de ambos os lados.

A preocupação com a aparência das ruas e praças se tornou relevante à medida que o ambiente urbano ganhava importância, tornando-se locais de permanência para grande parte da população. Nas áreas comerciais e nas residências dos proprietários rurais, surgiram preocupações arquitetônicas baseadas em um urbanismo formal e influências barrocas.

Para concluir, o autor menciona a

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