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O Niemeyer e Corbusier

Por:   •  6/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.780 Palavras (12 Páginas)  •  270 Visualizações

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Apos o encontro entre Niemeyer e Corbusier no projecto do MES Lucio Costa aponta este primeiro encontro como a "revelaçao" do "genio encubado" do ainda jovem arquitecto brasileiro.

ao interpretar os pressupostos corbusianos presents nos estudos do mestre para o MES, niemeyer fundamenta uma perspectiva para uma arquitectura que se desenhava, ao mesmo tempo, moderna e brasileira, nao apenas no agenciamento das superficies ligadas a nossa tradiçao colonial, mas no traçado e na organizaçao de seus componentes formais, que incorporam o vocabulario formal de le corbusier a partir de um raciocinio que inverte sua logica estanque.

Apesar desta "revelaçao" observada por Costa no episodio MES em 1936 irá mais tarde ser reconhecida pelo proprio Corbusier quando este se volta a encontrar com Niemeyer em 1947 na cidade de Nova York. Designado como uma especie de periodo pós-MES Corbusier apercebe-se do "discipulo atento".

graças ao livro Brazil Buildings organizado por Philip Goodwin Corbusier pode seguir algumas obras de Niemeyer depois do periodo em que tiveram juntos a desenvolver o edificio MES. mas será no encontro destes dois arquitectos em Nova York que Corbusier ter aaoportunidade de ver em primeira mão atraves do proprio Niemeyer o projecto que nao fosse uma simples interpretaçao diferenciada das ideologias corbusianas mas sim como uma linguagem mais propria e formal de Oscar Niemeyer, o conjunto arquitetónico da Pampulha.

Niemeyer aproveita este encontro em Nova Yorkpara apresentar os seus projectos ao "mestre" principalmente o conjunto da Pampulha, mais especificamente a igreja de São Francsco de Assis.

Niemeyer percebe que o encontro com Le Corbusier em Nova York poderia ser o momento oportuno para apresentar seus projectos ao "mestre", principalmente o conjunto da Pampulha. Devido os hiatos presentes nas publicaçoes americana e francesa, é das mãos do proprio niemeyer que Le Corbusier será apresentado, através de fotografias, ao conjnto completo dos edificios da Pampulha, principalmente á igreja de São francisco de Assis.

É através de fotografias que Corbusier observa este projecto de Niemeyer e repara numa inevitavel vontade pela liberdade plástica e a intitula como "barroco com o concreto armado" mas nao poupando elogios ao jovem arquitecto dizendo que "o faz muito bem".

aqui, Niemeyer observa o elogio do "mestre" como um sinal que Corbusier aprecia com simpatia o gesto de liberdade no projecto da igreja de São Francisco de Assis. através deste acto niemeyer está diante do momento qe representa o a abertura do caminho para aquilo que é designado de "forma livre"

"Lembro me, por exemplo, de um episodio passado em Nova Iorque, quando trabalhávamos nos planos  do edifício das Nações Unidas. Estudávamos as fachadas do bloco principal e então Le Corbusier chegou com um croqui da marquise (da capela de Ronchamp), figurando uma grande placa de concreto armado, apoiada em monumental cariátide. Mostrou me o desenho, dizendo, numa espécie de desculpa: "você vá perdoar esse pequeno pecado mortal". Era, já nesse tempo, uma reação incontida contra os dogmas arquitetónicos que recusavam como falso tudo que não se ligasse intimamente aos problemas técnicos e funcionais e que a imaginação do artista por vezes custava a suportar. Confesso que recebia sugestão sem surpresa, pois sempre considerei a arquitetura uma obra de arte e somente como tal capaz de substituir(Oscar Niemeyer).

podemos observar o momento em que o "mestre" decide revelar  e experimentar esta liberdade conceptual do "discípulo mostrando assim a sua  audacia na forma livre pedindo perdão pelo "pequeno pecado mortal"

começamos agora a perceber a ligaçao que um arquitecto começam a ter um do outro visto que ate agora toda a linguagem formal de Niemeyer foi construída através da leitura e compreensao dos exemplares da obra de Corbusier realizados durante a decada de 1920, algo que seguia o seu racionalismo purista. a desculpa do "mestre" deve-se ao momento em que este apresenta o desenho da "monumental cariátide" da capela de Ronchamp a Niemeyer. algo que contradizia a sua ideologia ensinada em tempos ao "discipulo"

Discipulo este a quem foram entregues os ideias e as ideologias da "modernidade" e que passados onze anos em Nova York se depara com as imagens de Pampulha e compreende que Niemeyer é algo mais que um simples "aprendiz atento" mas sim alguem que formaliza um raciocinio que para Corbusier apresentava um novo contorno para a forma moderna.

Tal impacto teve este encontro entre Niemeyer e Corbusier que este tenta aplicar  esta tentativa de forma livre nos primeiros esboços para a Capela de Ronchamp que Corbusier insistia em associar a casca de um crustaceo que tinha apanhado na praia de Long Island.

É um dado significativo a informaçao que Corbusier apresenta a Niemeyer os primeiros esboços para a capela de Ronchamp exactamente no mesmo periodo em que é apresentado, pelo proprio Niemeyer, aos edificios do conjunto da Pampulha, principalmente á igreja de São Francisco de Assis.

Ao diluir o raciocinio purista de Le Corbusier, o projecto de Niemeyer para a igreja de São Francisco de Assis apresenta uma nova perspectiva para a arqutiectura moderna, com soluçoes de forma e espaço sem qualquer precedente na obra do "mestre". perante este aspecto Le Corbusier não encara a Igreja da Pampulha apenas como um exemplar que exprime o redesenho transgressor dos seus desenhos e projectos até a altura mas, principalmente, como uma nova perspectiva na sua propria obra que, justamente a partir do projecto da Capela de Ronchamp, inicia uma transformaçao no universo do simbólico e do monumental.

Quando Niemeyer percebe nos esboços do "mestre" para a capela de Ronchamp uma tentativa de especular sobre o tema da forma livre, reconhece seu grau de participaçao nesse evento crucial e inclusive recebe a "sugestão sem surpresa".

Esta inspiraçao prelongava-se muito mais para aquilo do que até agora referido, a plsticidade da obra de Corbusier sempre foi algo que chamou a atençao de Niemeyer. arquitecto este que conseguiu apoiar-se sobre esses pilares ideologicos de Corbusier para construir e criar a sua propria obra de referencia. Para melhor exemplificar esta demosntraçao temos no conjunto da Pampulha no projecto Cassino os contornos inspirados e observados nos componentes curvilineos no interior da Villa Savoye (1929).

É importar referir que Niemeyer nao assimila os ensinamentos de Corbusier como simples "clichês" que se possam tirar nota e copiar de projecto para projecto mas sim mais como uma inspiraçao de ideias.

É precisamente neste dialogo e transferencias de ideias que irá ser caracterizada esta relaçao tão intima de influencias e contra-influencias entre Corbusier e Oscar Niemeyer, algo que virá a "afectar" e a ser demonstrado de Continente para Continente

Esta cumplicidade entre estes dois aruqitectos nao se estabelece na dimensao da forma em si mas sim na sua intençao propriamente dita como podemos observar na obra de Pampulha em que a obra nao representa a simples adoçao literal de soluçoes ensinadas e demonstradas por Corbusier, muito menos na versao oposta, afirmando assim que a capela de Ronchamp nao se compara á expressao da Igreja São Francisco de Assis.

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