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O Uso dos Espaços Públicos em Brasília

Por:   •  19/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.277 Palavras (14 Páginas)  •  267 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU

Programa de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo

Exercício Analítico

O USO DO ESPAÇO PÚBLICO EM BRASÍLIA

 - os encontros e esquivanças na capital -

ESPAÇO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL - EOS

Professor: Frederico Rosas Borges de Holanda

Aluna: Érika Graciella Moreira Luz

1°sem/2016

Brasília, junho/2016.

O Uso do Espaço Público em Brasília

 - os encontros e esquivanças na capital -

Resumo: Este trabalho trata do uso dos espaços públicos abertos de Brasília. Aborda os aspectos urbanísticos gerais da capital, planejada e moderna que interferem nas atividades urbanas. Apresenta os principais locais onde se desenvolvem as atividades cotidianas e sociais na cidade. E a vontade de conviver das pessoas, de se socializar, de ocupar os vazios (vias, praças e caminhos) da cidade, formados pelos cheios (edificações e barreiras), de promover encontros sociais. As intervenções do Poder Público, relativas ao uso dos espaços públicos na cidade, também é um ponto de discussão no trabalho.

Palavras-chave: cidade moderna, encontros sociais, espaços públicos.

INTRODUÇÃO:

As cidades são os maiores artefatos humanos. Mesmo as cidades que não foram planejadas, em algum momento, um grupo de humanos se reuniu e optou por viver comunitariamente, em sociedade. Nas cidades e, sobretudo, nos espaços públicos ocorrem os encontros da população urbana. Podem ser os encontros do dia a dia (provocados pela necessidade de ir e vir do trabalho pra casa, ou de casa para escola) ou os encontros sociais, os optativos, culturais e de lazer, planejados ou não.

Mas como são as cidades que nos convidam a caminhar e usufruir dos espaços públicos?

Há quem diga que estar nas ruas é algo depreciativo, “lugar de quem não tem nada pra fazer”, mas as trocas nos espaços públicos provocam segurança para cidade. Não é muito mais tranquilo transitar em uma rua movimentada, sobretudo, por pedestres do que em uma rua deserta? Normalmente preferimos nos sentar num restaurante cheio que um vazio. Por quê? O ser humano é um ser social.

O convívio social em Brasília, sobretudo no Plano Piloto de Brasília – área planejada e tombada pela UNESCO em 1987 – é observado em pontos da cidade, de forma dispersa e descontínua. Contudo, apesar do traçado urbano, a população busca a urbanidade em Brasília, o convívio social e a exploração dos espaços abertos da Capital.

Brasília, cidade moderna, planejada na década de 50, possui fortes traços do modernismo tradicional. O urbanismo contemporâneo busca o resgate da escala humana, perdida nos tempos do urbanismo moderno, facilmente percebido na Capital Federal, principalmente, nas áreas de forte simbolismo arquitetônico e nos eixos viários que cortam a cidade. Podemos dizer que em Brasília possuímos estradas, não ruas...

“As ruas não podem ser apenas canais de circulação, local de passagem... elas devem reter as pessoas por um tempo...” (anotação de aula EOS – Frederico de Holanda.

Não vamos relatar aqui os encontros sociais em espaços abertos privados, tais como clubes e casas residenciais brasilienses (quase sempre providas de amplas áreas de lazer), nem tampouco do uso dos parques públicos urbanos, muito utilizados pela população em geral, tais como o Parque da Cidade e o Parque Olhos D´água, Parque Nacional, mais conhecido como Agua Mineral, nem mesmo o Zoológico da cidade.

Neste trabalho, além de apresentar alguns pontos de encontros sociais na cidade, vamos tentar responder as seguintes questões: como a população se organiza para utilização dos espaços públicos em Brasília (planejamento bottom up); quais as intervenções do Poder Público no uso dos espaços públicos da cidade pela comunidade (planejamento top down).

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Traçado urbano da cidade de Brasília – (foto: material didático EOS – Frederico de Holanda)

QUERO VER GENTE!!!

Quero ver gente!!! Quem nunca ouviu essa expressão? Sair de casa pra se divertir na cidade, se socializar, ver gente!!! Mas para onde?

O sentimento de querer se socializar é do ser humano! Afinal vivemos em cidades para promover e se favorecer das trocas entre os indivíduos que nela ocupam, transitam e trabalham… Em a Paisagem Urbana, Gordon Cullen define a cidade como "algo mais do que o somatório de seus habitantes: é uma unidade geradora de um excedente de bem-estar e de facilidades que leva a maioria das pessoas a viver em comunidade a viverem isoladas”. Porém, a definição que mais gosto é a de que cidades são espaços socialmente utilizáveis (Anotação de aula EOS – Frederico de Holanda).

O uso dos espaços públicos, ou dos vazios deixados pelos cheios das edificações sempre ocorreu de uma forma ou de outra durante a evolução historia das cidades. Durante a Revolução Industrial, os espaços públicos eram vistos como local insalubre e ocupado por trabalhadores, que muitas vezes vindos do campo, lá permaneciam, utilizando a rua como moradia.  A cidade vernacular brasileira permitiu o intenso uso dos vazios da cidade, devido à disposição de suas edificações, do uso do solo e da própria vontade da população de participar ou apenas observar o movimento... Quem nunca viu a moça na janela?

Contudo, as fortes diretrizes do urbanismo moderno provocaram o surgimento ou aperfeiçoamento de cidades que não contribuíram, de forma geral, para o intenso uso dos espaços públicos: a setorização das funções da cidade, os edifícios soltos no espaço da cidade, a difícil identificação dos vazios formados pelos cheios…

Desde a década de 60, a escritora Jane Jacobs apresentou as preocupações com a forma de ocupação humana. No célebre livro “Morte e Vida das Cidades Grandes”, ela alerta para gradual perda de oportunidades dos espaços urbanos de funcionarem como pontos de encontro nas cidades americanas.

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