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Por uma poética popular na arquitetura

Por:   •  28/8/2016  •  Resenha  •  536 Palavras (3 Páginas)  •  552 Visualizações

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FREIRE, Julio De Lamonica. Por uma poética popular da arquitetura. Cuiabá: EdUFMT, 1997.

“Por uma poética popular da arquitetura” é uma tese de mestrado do autor, cuja abordagem de pesquisa era, inicialmente, realizar levantamento bibliográfico e fotográfico da arquitetura de Cuiabá. Entretanto, por ter participado ativamente do processo de planejamento da área do CPA, ao rever registros fotográficos assistemáticos notou a modificação sofrida pela arquitetura local.

        De Lamonica principia sua dissertação destrinchando as divisões, por ele apontadas, das áreas de habitação urbana, sendo estás: Área de Habitação Privilegiada, onde o morador tem a liberdade de construir à sua forma com apoio técnico-especializado; Área de Habitação de Classe Média, onde o morador adquire um imóvel pronto por meio de financiamento; Conjunto de Habitação Popular, onde o morador é parte de um planejamento social e a habitação atende apenas a necessidades básicas genéricas; e Favelas, que são sub-habitações no limite do perímetro urbano.

        Para sustentar seu trabalho Julio De Lamonica tece uma base histórica da modernização e desenvolvimento urbano de Cuiabá, dos diferentes momentos da arquitetura na cidade e do processo de percepção sensorial da população referente a isso.

Seguindo uma linha clara e coesa o autor consegue desenvolver o assunto de forma metódica com enfoque nas habitações populares do CPA I, utilizando de comparações com outros bairros e com habitações de outras classes.

        O que chama a atenção é o processo de redesenho das casas e rapidez com que ocorre. Segundo De Lamonica “A casa dos conjuntos habitacionais (...) exclui a liberdade e individualidade do morador”, ou seja, é sem vida e personalidade, e, por isso, assim que o morador toma posse da sua moradia sente a necessidade incorporar a ela traços que a diferencie das demais, de modo, que transpareça sua expressão pessoal.

        Um aspecto muito interessante apontado é que esse processo de reelaboração, esse ‘esforço de individualização’, independe da classe social do indivíduo. O morador busca criar um vinculo com sua moradia e se identificar com ela, fazer das modificações um meio de elaborar uma relação de diálogo entre si e sua casa.

        As habitações populares, são projetos-padrões reproduzidos em grandes escala, trata-se de imóveis genéricos criados por meio de perfis socioeconômicos de moradores abstratos, por sua vez, o morador, possui uma bagagem de vivencia e experiências, possui relações individuais e coletivas complexas. Por isso, conclui-se que o redesenho da moradia são reflexos das tradições e uso específicos de cada um.

Uma das referências utilizadas pelo autor é a noção de Bricolage formulada por Strauss que explica operações do pensamento primitivo que se guia pela intuição. No dicionário, achamos a palavra Bricolagem, que significa execução de trabalhos manuais. Ambas as definições se encaixam perfeitamente no assunto, uma vez que o pontuado pelo autor é autonomia e linguagem própria aplicada pelos indivíduos em suas moradias.

Em síntese, busca fundamentar que o redesenho das habitações por seus moradores é efeito de fragmentos de elementos de que formam o ideal de habitação de cada um, é um processo que visa a ‘personalização’ do espaço de moradia.

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