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Recuperação e Ocupação do Espaço Público

Por:   •  18/5/2018  •  Projeto de pesquisa  •  2.435 Palavras (10 Páginas)  •  208 Visualizações

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REQUALIFICAÇÃO URBANA

Recuperação e Ocupação do Espaço Público

Paisagem e Cidade

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INTRODUÇÃO

O espaço público cumpre um papel fundamental na sociedade que vai além da promoção de encontros, servindo também como manifestações, realização de eventos, a troca de ideias e opiniões. Espaços públicos são por natureza espaços livres, abertos a todos, sem distinção de classe ou raça.

De acordo com Borja (2001), geógrafo e urbanista, o espaço público não é meramente o espaço vazio entre edifícios e ruas, nem um espaço vazio considerado público por razões exclusivamente jurídicas. É mais do que isso. É um espaço multifuncional que serve de palco à sociedade; é um espaço físico, simbólico e político onde as relações sociais se estabelecem.

Borja (2001), também afirma que contar a história do espaço público é contar a história da própria cidade, e que a qualidade da cidade poderá ser avaliada através do seu espaço público, pois indica a qualidade de vida dos cidadãos e o seu grau de cidadania.

Os espaços públicos se tornam assim lugares especiais de grande importância para o cenário e recuperação urbana servindo como elementos dinamizadores, pois quando são renovados atraem pessoas, recursos, inversão.

Segundo Brandão (2008) o espaço público é o responsável pela criação da identidade urbana:

“É o espaço que é o fundador da forma urbana, o espaço entre edifícios, que configura o domínio da socialização e da vivencia comum, como bem coletivo da comunidade. Podendo em última análise, ser ou não de propriedade pública (e mesmo podendo ser não apropriável como espaço aéreo), os espaço públicos devem ser sempre vistos como bens de utilização livre, de acordo com um padrão de uso socialmente aceito, ou eu traduza uma interação equilibrada entre o homem e o meio.”

Abbud (2006) no livro Criando Paisagens afirma que, não há projeto de paisagismo sem a definição de lugares. Lugar é todo aquele espaço agradável que convida ao encontro das pessoas ou ao nosso próprio encontro. Ele estimula a permanecer e praticar alguma atividade, como descansar, meditar, ler, conversar em grupo, ou simplesmente a admirar o entorno e os elementos da paisagem.

No Brasil encontramos vários casos de abandono e vandalização dos espaços públicos. Não é incomum nas cidades encontrarmos praças, parques e ruas em situação de descuido, seja no paisagismo em que não se realiza a poda e corte frequentemente; como também na iluminação sem a reposição de lâmpadas queimadas; calçadas quebradas, dando o aspecto de abandonado e imediatamente, causando a sensação de insegurança nesses locais.

O desaparecimento dos espaços públicos não é apenas um caso a ser lamentado, esta problemática gera grandes conflitos sociais, à medida que a vitalidade dos espaços púbicos diminuem, perdemos o habito de participar da vida urbana.

Atualmente os espaços públicos oferecem pouca qualidade para serem lugares de sociabilidade urbana, sobretudo, por sua monofuncionalidade é necessário que estes locais se tornem multifuncionais para a reconstrução adequada o tecido urbano.

Segundo Rogers em seu livro “Cidades para um pequeno planeta” mostra a importância dos espaços multifuncionais nas propostas de reconstituição do tecido urbano. São eles espaços que reúnem a diversidade de atividades e de pessoas da cidade. Espaços que propiciam a convivência de partes distintas da cidade. A praça lotada, a rua animada, o mercado, o parque, o café, a calçada, todos representam espaços multifuncionais, estamos sempre prontos a olhar, encontrar e participar.

Essas áreas acabam sendo percebidas como “terra de ninguém”, ao invés de serem reconhecidas como “bens de uso comum do povo”, como as caracteriza o Código Civil. (Afonsin, 2012)

Os espaços públicos necessitam de melhores qualidades estruturais, é percebível o aumento de lugares edificados e em seguida abandonados pela falta de uso, como consequência sua urbanização se torna empobrecido causando uma maior insegurança dessas áreas. Todo espaço público tem que ser bem-cuidado, quando abandonado, fica propício a atividades negativas.

Frequentemente quando vemos um espaço público abandonado, temos a sensação de um local desinteressante, é daí que observamos que a um processo de esquecimento uma baixa qualidade física apresentada nessas áreas está modificando a dinâmica de utilização destes locais, contribuindo para o seu abandono, a sua desvalorização e depredação.

Não existe a preocupação com o cuidado tornando esses lugares inutilizados onde deixamos de criar o vínculo com o espaço em questão e isso acaba contribuindo para o desperdício de infraestrutura da cidade.

Esse tipo de descaso ocorre não somente por parte da população, mas principalmente por parte da ação pública, pelas mais diversas razões, onde podemos citar a falta de diálogo destes com o público alvo, sem conhecer a realidade local acabam oferecem espaços projetados sem suprir a necessidades e da população.

De acordo com Santos (2016), havendo um espaço bem apresentado, consequentemente haverá uma maior ocupação, um maior interesse da população em estar inserido nesses locais e potencialmente, serão criados vínculos com os espaços, tornando-os ainda mais sociais. Cada dia mais, é crescente a necessidade em se sentir inserido e pertencente a cidade, criando vínculos com os espaços, agregando sentimento e alma à cidade.

Para Castro (2002) Mais do que uma análise urbanística dos espaços públicos, enquanto elementos estruturadores da forma urbana, e independentemente da sua natureza jurídica e das formas de gestão que são desenvolvidas, é necessário debater o papel integrador dos espaços públicos urbanos, ou seja, a sua função de fundar e consolidar os laços sociais, como condição fundamental da qualidade de vida urbana.

As cidades convidativas devem ter espaços públicos bem projetados. Gehl (2014), afirma que é conhecido o conceito de que uma cidade viva precisa de alta desindade construída e grandes concentrações de moradias e locais de trabalho. Mas o que a cidade viva realmente precisa é uma combinação de espaços públicos bons e convidativos e certa massa crítica de pessoas que queira utilizá-lo.

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