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Teoria do Urbanismo

Por:   •  15/5/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.715 Palavras (7 Páginas)  •  479 Visualizações

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Resumo dos livros: Teorias da Cidade e O Urbanismo

Escola alemã

Segundo a escola alemã a cidade era o tema central da sociologia, trazia uma perspectiva multidisciplinar (economia, direito, filosofia, política, literatura). Destacam-se entre os pioneiros dessa escola: Marx, Engels, Simmel, Weber e Sombart. Quase todos influenciaram nas pesquisas de maneira variada sobre a sociologia, eles também dão origem a escola alemã de sociologia urbana, influenciando novas gerações.

Segundo Simmel:

  • A cidade grande cria condições psicológicas para a intensificação e aumento da vida nervosa e a vida mental dos indivíduos que moram na cidade
  • As cidades grandes foram, desde os primórdios, a sede da economia monetária.
  • A cidade com um novo valor da história mundial do espírito e graça a essas qualidades dão a característica da metrópole. As cidades tornam-se a expressão, o rosto, o lado visível da vida mental de uma sociedade.

As cidades são formações históricas próprias, cada uma com a sua individualidade e representam a cultura do tempo.

Max Weber:

Em seus estudos sobre a cidade ele descreve os seguintes temas: conceitos e categorias de cidade, a cidade do ocidente, a cidade na Idade Média e na Antiguidade, cidade plebéia, democracia na Antiguidade e na Idade Média. Para ele, a noção elementar de cidade está vinculada á noção de localidade, um assentamento fechado de casas concentradas, muitas as vezes até encostadas umas nas outras. Trata-se de um assentamento grande e as suas características são: tamanho, troca regular de bens e serviços, diversificação de funções.

A combinação desses diferentes elementos nos dá tipologias das cidades mais difundidas:

  • Cidade do príncipe: Potsdam, Versalhes, Brasília, entre outras;
  • Cidade do consumo: Darmstadt
  • Cidade produtora ou industrial: Manchester, Bochum, São Paulo até a década de 50
  • Cidade comercial: Hamburgo, Lübeck e Kiel

Cada um desses tipos tem como principal função: ser a sede do governo, ser uma cidade meramente consumidora sem própria produção (cidades de pensionistas, estudantes e aposentados), ser essencialmente produtora e industrial, ser uma cidade de mercado, exportadora ou portuária. Os tipos mistos apresentam um acúmulo de funções ou são preenchidas com o decorrer da sua evolução, como é o caso das mais modernas metrópoles.

As verdadeiras cidades para Weber somente surgiriam na Europa, no ocidente elas teriam uma relação íntima com a organização do poder, por isso subordina a sua sociologia da cidade á sociologia da dominação. Antes das tipologias abordadas anteriormente, ele tinha desenvolvido uma tipologia da denominação: a carismática (dons sobrenaturais), a tradicional (regras sociais consolidadas pelos seus costumes), a racional, que se basearia em estatutos escritos e depois em leis (elaboradas pelo poder). Quando Weber trata da cidade como sede de função econômica, exemplo das cidades medievais ele percebe que o poder se torna a economia, e então surge o poder ilegítimo. As cidades da Europa ganham um caráter transgressor para que passem a ser cidades com independência econômica e autonomia política.

Essas cidades são:

  • Centros do poder ilegítimo, geradas por associações autônomas e livres de concidadãos.
  • Centros que criam um sistema de imposto em que os intramuros pagam tributos, alguns desses centros se tornam cidade-guarnição.
  • Centros de mercados especializados, voltados para a produção e comércio.

Sobre as escolas alemãs entendemos que esses autores confirmam a idéia de uma escola do pensamento, todos se vinculam a um órgão de publicação de idéias, todos conseguiram filiar-se a um grupo de estudos, criando até discípulos como é o caso de Walter Benjamin, esses homens influenciaram a formação de novos pensamentos sobre a cidade. No caso mais famoso, uma nova escola: a Escola de Chicago, nos Estados Unidos.

Weber busca uma tipologia que se desloca do tempo histórico e das funções específicas da escola alemã, com essa tipologia se introduz um conceito de cidade moderna no mundo ocidental, a mesma é fruto do capitalismo e resultado das determinantes universais de caráter econômico.

Weber e Simmel descrevem Berlim como a sede do dinheiro e da racionalidade econômica e política. Mesmo com algumas diferenças pode-se considerar que todos os autores estudados eram integrantes da mesma tribo e integrantes da mesma escola de pensamento. Que lançou raízes na Alemanha para a França, para os Estados Unidos e chegou ao Brasil.

Friedrich Engels:

Denuncia a miséria do proletário urbano nas cidades industriais inglesas. A partir de um momento ocupa-se não mais da situação, mas das soluções para a problemática.

O artigo A Questão do Alojamento evidenciava o caráter paternalista e reacionário das soluções sociais para a crise do alojamento. O alojamento para ele é um aspecto social de problema global, que não podem se dissociar e só seria resolvido com uma ação revolucionária. Ele se recusa a modelos dos socialistas utópicos.

Crítica as grandes cidades industriais:

Londres por exemplo era uma cidade muito particular onde se anda por horas e não se chega a um determinado fim. Sem se perceber a proximidade ao campo. Se tornou a capital comercial do mundo. A população teve que sacrificar o melhor de suas condições para realizar a civilização que inundava a cidade. A desagregação das pessoas, cada uma com seu princípio de vida é bastante criticada por ele.  Toda cidade possui um ou muitos bairros ruins onde se localizam as classes operárias, na Inglaterra esses bairros praticamente estão organizados da mesma maneira, as ruas são sujas, sem esgoto, nem escoamento de água, o comércio é feito na rua.

Liverpool mesmo sustentando seu luxo e riqueza dispõe de trabalhadores lançados as mesmas condições que Londres, uma parte da população vivem no subterrâneo da cidade.

Manchester é uma cidade que não está voltada a operários, porque os mesmos estão separados com rigor da classe média, o lugar abriga um bairro comercial extenso, a noite é um bairro extremamente deserto. Esse bairro comercial, é envolvido pelo bairro operário, e depois de uma largura considerável vivem a média e a alta burguesia.

Os diferentes bairros operários de Manchester apresentam quase em sua totalidade uma moradia em mau estado, úmida e suja, aparentemente foram construídas sem o menor cuidado com a ventilação, com a preocupação apenas no lucro, nos bairros operários nota-se que não há limpeza e nem conforto.

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